Pauta recente, o narguilé está na mira dos especialistas em
saúde pública. Num intervalo de cinco anos, entre 2008 e 2013, mais que dobrou
o percentual de jovens do sexo masculino, entre 18 e 24 anos, que admitiram
usar o cachimbo oriental.
O índice de fumantes do produto saltou de 2,3% para 5,5%.
A
informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde, durante o lançamento da
campanha criada em parceira com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Entre as
mulheres da mesma faixa etária, o percentual permaneceu estável no período:
5,5%. Considerando o total de fumantes a partir de 18 anos no país - universo
entrevistado pelo IBGE para produzir a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013,
em torno de 18 milhões de brasileiros -, o número de fumantes que também usa o
narguilé corresponde a 212 mil pessoas.
Os dados de 2008 são da Pesquisa
Especial de Tabagismo (PETab). De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), uma sessão do cachimbo oriental dura de 20 a 80 minutos em média e
corresponde à fumaça de cerca de cem cigarros.
Essa informação contribui para
desmistificar a visão difundida de que o uso do filtro d'água antes de a fumaça
ser aspirada faz com que o narguilé seja menos nocivo à saúde. A ação do
Ministério da Saúde e do Inca faz parte da campanha nacional Da Saúde se Cuida
Todos os Dias, que objetiva incentivar as mudanças individuais e de
comportamento, reconhecendo que a saúde não é fruto apenas da vontade própria,
mas também dos contextos social, econômico, político e cultural em que está
inserida.
A campanha atingirá a população até o dia 30 de setembro e contará
com cartazes e fôlderes, spots de rádio em emissoras voltadas para o público
jovem, ações nas redes sociais e na internet.
Entre os consumidores de tabaco,
o número de fumantes de cigarro vem diminuindo. O ministro da Saúde, Arthur
Chioro, destacou cinco ações e políticas implementadas pelo governo federal que
contribuem para essa redução: a política de preços mínimos e de aumento da
taxação de produtos de tabaco, a proibição da propaganda de cigarros, a
obrigatoriedade de os maços conterem advertências sanitárias, a aprovação da
Lei dos Ambientes Livres (que pôs fim aos fumódromos) e o apoio do SUS ao
tabagista que deseja parar de fumar.
Atualmente estão em atividade 23 mil equipes de saúde da
família, atendendo na Atenção Básica. Para o biênio 2015-2016, o Ministério
prevê um investimento de R$ 46 milhões na compra de medicamentos para quem
deseja deixar de fumar.
A proposta de investir nos fumantes, para que abandonem
o vício, costuma trazer resultados a médio e longo prazo. Afinal, quem deixa de
ser usuário do tabaco, além de melhorar sua qualidade de vida, desonera os
cofres públicos por não buscar tratamento às doenças resultantes do hábito.
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