Quatro em cada dez brasileiros vivem acima do seu padrão de
vida, terminando o mês sem qualquer tipo de reserva financeira para emergências
ou mesmo no vermelho, mostra pesquisa divulgada nesta quinta-feira (17) pelo
SPC Brasil e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
O estudo foi realizado entre os dias 3 e 6 de agosto com 623
internautas com renda maior que dois salários mínimos. O resultado mostra que
60% dos quem vive acima do padrão são mulheres e que mais da metade (53%) tem
até 34 anos.
"São pessoas que vivem enforcadas e que, se acontecer
alguma coisa, não têm uma reserva financeira ou previdência privada. Vivem fora
do padrão de vida e não conseguem nem juntar um patrimônio mínimo", avalia
Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Isso fica evidente quando se observa o que os entrevistados mais
gostariam de ter a partir do ano que vem: 93% citam algum tipo de reserva
financeira, como investimentos ou previdência privada. Já a intenção de
melhorar o patrimônio é confirmada pelos 91% que desejam ter uma casa e também
pela fatia de 81% que querem ter um carro.
A pesquisa indica que compras no supermercado, com 59%, foi o
principal motivo que levou os entrevistados a excederem o orçamento. Em seguida
vêm refeições para receber amigos e parentes em casa (50%) e roupas e calçados
(49%).
"Mostra que viver fora do padrão é fruto de um
acontecimento de curto prazo. As pessoas não vivem acima dos recursos porque
compraram uma casa sem ter condições ou colocaram um filho na escola sem poder.
É um consumo de curto prazo que poderia ser ajustado, trocando a marca no
supermercado ou cortando o gasto supérfluo de forma que caiba no
orçamento", afirma Kawauti.
"As pessoas têm muita facilidade em ajustar para cima o
padrão, mas para baixo é uma dureza. Existe uma sensação de fracasso, a pessoa
tem vergonha de cortar os gastos. Afeta a autoestima", complementa.
Entre os que vivem fora do padrão de vida, 34% estão sempre
ansiosos com as contas a pagar e 23% andam irritados com as dívidas que
possuem.
Por Folhapress.
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