Eu não imaginava como um vídeo do TED ia fazer a diferença na
minha resposta para a pergunta "por que você veio ao mundo?"
“Você é fruto das suas escolhas”.
A primeira vez que me recordo ter lido esta frase foi num vídeo
da Cidade do Cérebro há mais de dez anos. Nunca imaginei que isso fosse fazer
tanto sentido quanto agora…
Durante anos estive numa busca intensa por descobrir “porque eu
vim ao mundo”. Me perdi e me encontrei diversas vezes nessa busca. A cada muro
novo construído, diversos tijolos eram quebrados (e às vezes até o próprio muro
que acabara de ser erguido). Foi um processo de construção e desconstrução
dolorido, assustador, mas transformador.
Perdi algumas coisas, ganhei outras. Dentre as primeiras, minha
autoconfiança foi a que mais senti a perda. Principalmente porque ela não se
foi sozinha. Levou com ela o meu brilho nos olhos, a esperança de realizar
sonhos e, com isso, até algumas pessoas queridas.
Aos poucos fui entendendo que a busca externa que eu estava
fazendo só me enfraquecia mais. Só me deixava mais vulnerável. Só me taxava
cada vez mais como “o que não sabe o que fazer da vida”, “o perdido”, “o
desencontrado”, até “o coitado” talvez…
Mas as tags, etiquetas, carapuças, máscaras que mais doeram
foram “desistente” e “inconstante”. Era bem verdade que eu começava um monte de
coisas e não ia até o fim. Foi assim com várias escolas (das quais eu saí), em
empregos, projetos, relacionamentos, em tudo. E a justificativa sempre era: “eu
ainda não me encontrei”. Faltava-me uma coisa.
Depois da minha formação em Coaching, eu comecei a trabalhar
isso. Percebi que isso era um hábito e comecei a tentar “acabar” pequenas
coisas para criar o hábito de ir até o fim e esse hábito criar caminhos mentais
de acabativa no meu cérebro.
Comecei a correr e parei. Depois voltei e parei. Depois arrumei
outras coisas… enfim, não foi um fracasso total, mas também não foi como eu
esperava que fosse. As coisas não mudam completamente da noite para o dia.
Porém, todavia, entretanto, contudo, existiu um trunfo grande nessa tentativa
de acabar as coisas: eu comecei a bancar minhas escolhas, minhas decisões.
E é exatamente aí que a mágica acontece (e o motivo desse
texto). Acabei de assistir um TED sobre como tomar decisões difíceis e algumas
peças se encaixaram na minha cabeça.
Indo bem direto ao ponto,
quando você precisa tomar uma decisão difícil é porque de todas as opções que
você tem, nenhuma é melhor que a outra. Alguma é melhor em um ponto que as
outras e vice-versa, mas no geral não existe uma melhor.
Mas o que isso tem de tão interessante?
Quando você precisa escolher, toma uma decisão e,
principalmente, banca essa decisão, você começa a criar justificativas
racionais para aquela decisão e aquilo se torna você. Você precisa criar um
motivo para escolher. E esse motivo se torna você.
“Você é fruto de suas escolhas”
Na primeira vez que ouvi essa frase, ela era aparentemente só
mais um jargão motivacional (que me ajudou muito, diga-se de passagem). Porém,
hoje, eu conheci o porquê de isso ser verdade. E fez muito sentido pra mim.
Porque eu só “me encontrei” depois que eu comecei a bancar as minhas escolhas.
E, à medida que eu caminho para mais perto de onde eu quero chegar,
mais escolhas vão aparecendo e mais eu vou me encontrando (vi num outro TED que
você vai mudar muito mais nos próximos 10 anos do que você imagina — o ser humano não é, ele vai sendo).
Então, se você está perdido assim como eu estava bem pouco tempo
atrás, a minha dica é: primeiro, siga seu coração e, em seguida, comece a
bancar as suas escolhas.
“Você é essencialmente fruto de suas escolhas. Então escolha ser
o melhor que puder.”
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