Lições que podemos aprender com o
documentário da Netflix e que podem nos ajudar a proteger melhor o nosso
dinheiro contra golpistas.
Lançado esse ano pela Netflix, o documentário “O Golpista do
Tinder” logo se tornou um dos mais acessados no serviço de streaming, mostrando
para pessoas de todo o mundo os perigos que vigaristas mal-intencionados
representam para as nossas finanças.
Para quem ainda não assistiu, o longa relata a história de um
golpista cibernético que cria uma rede internacional de mentiras e, utilizando
o aplicativo de relacionamento “Tinder” como isca para as suas vítimas, desviou
centenas de milhares de euros de mulheres em toda a Europa.
Acredito que todos devemos ter solidariedade pelas vítimas,
afinal de contas, qualquer pessoa pode estar vulnerável a cair em golpes, seja
por ingenuidade ou mesmo por estar atravessando um momento ruim.
Justamente por isso, proponho analisarmos nesse texto algumas
lições que podemos aprender com o documentário e que podem nos ajudar a
proteger melhor o nosso dinheiro contra golpistas e criminosos financeiros.
CUIDADO COM
O QUE VEM FÁCIL DEMAIS
Quando uma coisa parece ser boa demais para ser verdade é porque,
provavelmente, ela é. Usando uma lábia muito própria dos canastrões, o Golpista
do Tinder passava para as suas vítimas uma imagem de um mundo perfeito, cheio
de ostentação e riqueza.
Ao pedir dinheiro emprestado para as suas supostas namoradas,
prometia que iria devolver com juros muito maiores do que a média de mercado,
chegando inclusive a falsificar documentos de remessas internacionais de
recursos para mostrar uma boa-fé.
Obviamente, nunca podemos culpar a vítima. Confiar nas pessoas é
uma qualidade de caráter. Errado é quem engana e nunca quem é engano. Ainda
assim, ter aquela desconfiançazinha, especialmente no que envolve as nossas
finanças, pode te evitar grandes dores de cabeça.
Lembremos que muitos esquemas de pirâmides financeiras roubaram
milhões e milhões de dólares em todo o mundo apenas contando com essa esperança
que as pessoas têm de enriquecer facilmente. Se alguém chega com uma proposta
que parece boa demais, desconfie.
GOLPISTAS
PODEM ESTAR EM QUALQUER LUGAR
Apesar de o documentário dar uma ênfase nos golpes financeiros
que envolvem relacionamentos afetivos (afinal de contas, o criminoso em questão
se utilizava do Tinder, que é um aplicativo voltado para conhecer possíveis
interesses amorosos), na realidade podem existir golpistas nas mais diversas
áreas da sua vida.
Você pode sofrer uma tentativa de golpe no seu ambiente de trabalho, na fila do
banco, sendo abordado na rua e até mesmo online. E o que é pior, as vítimas não
são apenas pessoas ricas ou bem sucedidas. Golpistas atacam todo o tipo de
pessoas, de todas as idades, escolaridades, credos e classes sociais.
NÃO TOME
DECISÕES FINANCEIRAS SOB PRESSÃO
No documentário, vemos que as vítimas estavam claramente
desconfortáveis em “emprestar” dinheiro para o golpista. Ainda assim, acabaram
se rendendo à pressão das chantagens emocionais do salafrário.
Essa é uma prática muito comum entre golpistas financeiros. Te
pressionar para que você não tenha tempo de pensar ou de conversar com outras
pessoas mais experientes, as quais poderiam te alertar.
Por isso, ao tomar qualquer decisão financeira, tire um tempo
para estudar todos os cenários e, de preferência, converse com um consultor
financeiro de sua confiança.
AMIGOS,
AMIGOS, DINHEIRO À PARTE
Infelizmente, não são apenas os golpistas que podem acabar com
as suas finanças. Muitas vezes, ainda que não seja por mal, entramos em
verdadeiras crises financeiras por não saber estabelece limites a nossos amigos
próximos e familiares.
Quando lidamos com pessoas que amamos e confiamos, é muito mais
difícil dizer não. Afinal de contas, ninguém quer ser o sovina da família que
nega um empréstimo a um parente necessitado, não é verdade?
Obviamente, não digo para que você seja uma pessoa fria, que vai
ignorar os problemas de seus entes queridos. No entanto, lembre-se de
estabelecer limites. Não deixe que a necessidade das pessoas que você ama cause
a sua falência.
André Charone Tavares Lopes