Aposto que você, leitor, neste exato momento, tem em mente
alguma coisa sobre o mundo externo. Talvez você esteja preocupado ou curioso
com alguma coisa que vai ou já aconteceu. Talvez você esteja pensando em alguma
outra pessoa, e nas atitudes dela ou nas coisas que estão falando dela. Talvez,
nesse mesmo momento em que lê este artigo, esteja, na verdade, com a mente em
outro lugar. Talvez você esteja remoendo alguma coisa que quer muito falar a
alguém.
Uma reclamação, quem sabe? Talvez você conheça alguém que deveria
melhorar, pois está causando muitos problemas ou, simplesmente, não está sendo
"a melhor pessoa".
É realmente fácil nos agarrarmos ao que está do lado de lá.
Difícil mesmo é ficar aqui. Isso não seria tão banal se fôssemos um pouco mais
motivados a fazer o caminho inverso.
Quer dizer, estamos
sempre sendo estimulados a olhar o que está lá fora. As notícias, as
reportagens, as revistas, a internet... E é assim que, muitas vezes, cria-se a
falsa ideia de que resolvendo o material, ou o externo, nossa vida vai, como em
um passe de mágica, ficar maravilhosa. Às vezes, associa-se a
"infelicidade" a uma pessoa que está sendo incômoda, ou a um bem
material que ainda não se adquiriu, ou a um cargo que ainda não se obteve.
Embora nestas situações,
quando se resolve uma coisa, começa a se almejar outra... E assim a felicidade
dança entre os objetivos ainda inalcançados, escorregando pelos dedos como água
corrente.
Pois vou te contar um segredo, e pode ser que você não acredite nisso
agora, mas: é tudo questão de foco! Se as minhas palavras não forem o
suficiente, busque essa experiência. Ouse essa mudança de estratégia para a sua
própria vida. Viver as experiências, sentí-las e elaborá-las a partir do que
ela representa para nós, é o melhor caminho para se conhecer a "verdade
pessoal e íntima".
Recentemente, estava ouvindo uma palestra e uma frase
particularmente me chamou a atenção: "a vida começa da pele para
dentro". Parece simples, mas quando refletimos sobre quem somos e que tipo
de funcionamento somos mais estimulados a ter, para "se ter uma boa
vida" e "ser um bom cidadão", observamos que fazemos, na maior
parte do tempo, o caminho completamente oposto.
Focamos e priorizamos o
externo. Talvez esse seja um dos maiores exercícios e desafios dos tempos
atuais: mudar de rumo e olhar para dentro de nós mesmos. Quais são as minhas
reais preocupações? O que eu realmente preciso? O que significa a felicidade
para mim? O tipo de vida que estou tendo, e o tipo de pessoa que sou hoje,
estão me levando para o lugar que realmente desejo chegar? Qual é a minha
parcela naquilo que me traz infelicidade?
O caminho para a felicidade é completamente individual. É em
nosso interior, na exploração de nosso íntimo, que poderemos descobrir o que a
felicidade significa para nós e como conquistá-la. É possível que apenas
entrando em contato com você mesmo já encontre um belo fragmento daquilo que
lhe trará sossego.
Embora tenhamos evoluído muito em ciência, e tenhamos
desafiado a natureza com a nossa onipotente razão e inteligência, ainda nos
mostramos muito frágeis por aquilo que podemos entender como autoconhecimento,
e autossatisfação.
Um dado interessante é que, de uns anos para cá, os campos
científicos da saúde têm dado espaço a práticas "alternativas" das
quais muito se menosprezava. A meditação, por exemplo, tem trazido resultados
interessantíssimos para diferentes contextos de adoecimento - psíquico,
orgânico etc. E a meditação, como bem podemos entender, é esse momento para si,
é essa jornada "para dentro".
Sejamos sinceros, somos muito limitados de poderes para que
possamos mudar o outro - entretanto, gastamos muito tempo e energia pensando e
julgando os demais, como se assim pudéssemos modificar determinada realidade.
Deve-se ter em mente que, se realmente se busca por mudanças, pois então
deveríamos começar por nós mesmos - o único ser no mundo da qual temos real
poder de mudar.
Pode ser que seja difícil assumir-se responsável por suas
próprias atitudes e, consequentemente, por suas próprias falhas e erros. Mas,
se cada um pensasse dessa maneira, se cada um se propusesse a trabalhar em si
mesmo, já teríamos uma realidade completamente diferente.
Troque o ranger dos motores por um momento, e opte pelos
batimentos do seu próprio coração. Aventure-se nas maravilhas e nos mistérios
de ser quem você é, e de descobrir quem você realmente é. Faça um contrato
consigo mesmo, onde você trabalha duro para obter o melhor pagamento que
poderia obter: a sua própria evolução.
Pode ser que nesse épico
instante, você encontre a felicidade, a paz e a riqueza que tanto almejou para
sua vida.
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Lembras-te da Revista Extraincrivel, pois é, ela está de volta e para comemorar
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