Muita gente vive como ovelha desgarrada do rebanho. Mora só e
relata esse fato com muito orgulho, jactando-se de que, ao sair de casa tranca a porta, guarda a chave na certeza de que, de volta ao
lar, o encontrará tal qual o deixou: sem ninguém ter bagunçado suas coisas.
Atualmente, a pessoa desde jovem foca seu objetivo em ser
independente. Até parece, em certos casos, que não há mais planos para
constituir família, enquadrar-se numa
profissão que o realize como pessoa e
propicie a melhora do mundo em
que vive.
Na busca por orientação
de carreira interessa-se em discutir qual, dentre as prováveis profissões, lhe conferirá, no mínimo espaço de tempo,
recursos para adquirir renda que proporcione a aquisição de um apartamento, por
menor que seja, e também um carrinho, que, hoje, é instrumento de trabalho.
Você acha que esse comportamento afrouxa os laços de família?
Considere que laço é o que ata, une, junta, o que, em relação à família, ocorre
por determinação da força das Leis Divinas. Sabemos o quanto é difícil manter
esses laços atados, mas mais difícil ainda será se nos descuidarmos deles, pois
representam o fruto de conquistas, rumo ao nosso crescimento, como pessoa.
Ignorá-los será menoscabar o próprio processo evolutivo.
E o que é família? Família é mais que resultante genético. Mais
que realização de aspirações sonhadas. É reencontro de almas que se buscam para
ressarcir débitos, lutando por reparar as consequências de rixas antigas. É
onde se busca o entendimento para ascender na espiral da evolução espiritual.
Não há acaso na formação da parentela. Acontecem encontros, desencontros e
reencontros. Todos absolutamente necessários.
E, quanto ao futuro do homem, na vida de além túmulo, falemos de
quatro alternativas, segundo o capítulo 4 item 23 de O Evangelho Segundo o
Espiritismo, de Allan Kardec, editado pela Federação Espírita Brasileira.
Num primeiro aspecto há os que defendem o nada, de acordo com a doutrina
materialista. Com respeito a quem assim
se posiciona vale refletir: não é uma situação ilógica? Se é prá tudo dar em
nada, porquê tanta correria, tanto afã em fazer e acontecer?
Há ainda os que são partidários da absorção no todo universal,
de acordo com a doutrina panteísta. Respeitosamente, também questionamos: pra
quê tanta luta para a individuação e a sedimentação da individualidade na
sequência da evolução das espécies? É assim alguma coisa como faz, faz,
desmancha, desfaz?
Vê também a defesa da
individualidade, com fixação definitiva da sorte, que dá a cada qual uma
chance única. É pegar, ganhar ou perder para sempre. Não tem chance… errou,
dançou… condenou-se aos ínferos de inenarráveis sofrimentos. Outra questão:
quem ganha com isso? Como explicar ou aceitar a divindade sem lógica e sem
compaixão? Que pai não dá uma segunda oportunidade à imaturidade do filho
rebelde, inconstante, fraco e enfermiço? Condenação eterna? Isto não cabe
na Inteligência Suprema e irretorquível.
Está faltando coerência. Qualquer um, por mais obtuso, agiria com misericórdia,
benevolência, perdão.
Temos, por fim, a individualidade, com progressão indefinida,
conforme preconiza a doutrina Espírita. Uma espiral ascensional que contempla a
cada um de acordo com suas obras, aperfeiçoa as rotas do bem e sinaliza
progressão infinita.
Verifiquemos: segundo as duas primeiras opções entre o nada e a
absorção no todo, os laços de família se rompem por ocasião da morte e nenhuma
esperança resta às almas, de se encontrarem futuramente.
Com a terceira, há para elas a possibilidade de se tornarem a
ver, desde que sigam para a mesma região
após a morte, que tanto pode ser o inferno como o paraíso. Felizes para sempre
ou infelizes para sempre. Um tanto quanto ilógico para a lógica da lei de amor
e redenção espiritual, que ordena os universos.
Com a pluralidade das existências, inseparável da progressão gradativa, há a
certeza na continuidade das relações
entre os que se amam, se amaram e se amarão um dia. Isso é o que constitui a grandeza da conquista e a esperança da
harmonia, para os verdadeiros laços de
família.
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