quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Setembro Amarelo


 Eu sei, tem um pouco de tabu. A grande mídia procura não divulgar causas de morte quando ocorre um suicídio, principalmente de pessoas “famosas”, ou que são mais conhecidas.

E ainda neste mês, no mês de alerta, chamado de setembro amarelo lamentavelmente tivemos mais um caso onde uma jogadora se atirou do décimo sétimo andar do seu apartamento.

Infelizmente alguém que toma uma atitude extrema desta, com toda certeza está sofrendo muito, e acredita que colocar um ponto final na vida estará se libertando, estará acabando com o sofrimento. Em outros casos podemos ter também alguém que esteja fora do seu juízo perfeito e não tem nem ideia do que está fazendo, isto pode ocorrer devido a um problema mental ou influenciado por algum tipo de psicotrópico.

Não temos elencados todas as causas que pode levar alguém a tomar uma atitude extrema desta, mas, o stress, a depressão e a própria pressão da vida podem ser uma causa e acontece nos mais diferentes níveis de idade, classes sociais, regiões. E apenas no caso as estatísticas diferem um pouco mais entre homens e mulheres, que no caso dos homens chega a ser até três vezes mais do que as mulheres.

Muitas (ou quase todas) religiões “condenam” o suicídio, trata como sendo um pecado capital, que a fuga da vida através das próprias mãos é uma transgressão a ordem natural, inclusive porque a vida, apesar no livre arbítrio, é uma dadiva de Deus, assim, apenas Ele poderá dizer qual é a hora.

Indiferente de credo, acredito que todos querem ajudar nesta prevenção. Todas as igrejas sérias têm pessoas responsáveis e capaz de ajudar, temos o CVV (Centro de Valorização da Vida) que funciona 24 horas por dia de domingo a domingo atendendo pelo telefone 188 com pessoas preparadas para ajudar.

Dentro das famílias, das redes de contatos físicas e digitais, provavelmente a pessoa que tem algum desejo neste sentido irá emitir um sinal, um pedido de socorro, mesmo que seja velado, uma brincadeira, algo que poderá trazer luz no que está ocorrendo, e quem consegue entender estes pequenos detalhes poderá talvez com apenas algumas palavras desfazer este pensamento.

Joselito Bortoloto.

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Império Romano: 5 invenções que revolucionaram o mundo


 Uma brincadeira que tomou as redes sociais recentemente fez com que o mundo refletisse sobre o impacto deste período nos dias atuais

Nos últimos dias, uma pergunta inusitada se espalhou pelas redes sociais ao redor do mundo. Com que frequência os homens pensam no Império Romano? Aparentemente, muita. 

O que começou como uma brincadeira, fez com que as buscas pelo período histórico em ferramentas de busca aumentassem exponencialmente. Nos Estados Unidos, as pesquisas sobre o tema no Google atingiram seu maior número em dez anos, com um crescimento de 600% de uma semana para outra. 

Mas, afinal, o que há para pensar sobre o Império Romano de forma tão frequente nos dias atuais? 

Fundado em, aproximadamente, 27 a.C., o Império Romano existiu por cerca de 500 anos e teve seu fim em 476 d.C, com a queda do Império do Ocidente. Durante esse período, ele dominou grande parte da Europa Ocidental, assim como pedaços do norte da África e do Oriente Médio.

O Império Romano, caracterizado por sua organização política, militar e administrativa altamente sofisticada, estabeleceu uma série de instituições e leis que influenciaram profundamente a cultura e a política subsequentes em todo o mundo ocidental. Seu impacto perdura até os dias de hoje em áreas como governo, direito, língua e cultura.

 

Confira a seguir algumas das invenções do Império Romano que continuam presentes na vida das pessoas atualmente: 

1- Concreto

Os antigos romanos desenvolveram, por volta do século III a.C, uma forma primitiva de concreto, conhecida como “opus caementicium”, que era composta por uma mistura de cinzas vulcânicas, cal, pedras e água. Esse material foi utilizado para construir uma variedade de estruturas, inclusive aquelas que se tornaram pontos turísticos nos dias presentes como o Panteão, o Coliseu e o Fórum Romano. 

Desde então, o concreto se tornou um dos materiais mais amplamente usados na construção civil devido à sua versatilidade, durabilidade e resistência. Desde então, ele tem sido usado em uma variedade de aplicações, desde edifícios e pontes até barragens e estradas, desempenhando um papel fundamental na infraestrutura moderna.

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2- Estradas

No seu auge, o Império Romano cobria uma vasta área. Presidir e administrar um território tão grande exigia um sistema rodoviário sofisticado. As estradas romanas, muitas das quais  ainda são usadas, foram construídas com terra, cascalho e tijolos feitos de granito ou lava vulcânica endurecida e acabaram se tornando o sistema de estradas mais sofisticado que o mundo antigo já viu.

Os engenheiros aderiram a regras arquitetônicas rígidas, criando estradas famosas por seu formato reto e com laterais e margens inclinadas para permitir o escoamento da água da chuva. Por volta de 200, mais de 80.000 quilômetros de estradas haviam sido construídos, o que permitiu que a legião romana viajasse até 40 quilômetros por dia. 

Placas de sinalização informavam aos viajantes o quão longe eles teriam que percorrer, e equipes especiais de soldados atuavam como patrulha rodoviária. Juntamente com uma complexa rede de correios, as estradas permitiam uma transmissão mais rápida de informações.

Hoje, a construção e manutenção de estradas é uma parte vital da infraestrutura em todo o mundo. Elas desempenham um papel fundamental na mobilidade, no comércio e na conectividade global e sua qualidade e eficiência continuam a ser melhoradas pela tecnologia moderna.

3- Aquedutos e sistema de saneamento

Embora os antigos romanos não tenham sido os primeiros a implementar um método de saneamento, o seu sistema era muito mais eficiente e se baseava nas necessidades do público. Eles construíram não apenas um sistema de drenagem, como também banheiros, linhas de esgoto interligadas, latrinas e um sistema de encanamento eficaz.

A água do riacho passava pelas tubulações de água e descarregava regularmente o sistema de drenagem, o que o mantinha limpo. Ainda que as águas residuais fossem despejadas no rio mais próximo, o sistema era eficaz como meio de manter um nível de higiene.

Estas inovações sanitárias foram, em grande parte, possíveis graças ao aqueduto romano, que foi desenvolvido por volta de 312 a.C. Ao utilizar a gravidade para transportar água ao longo de condutas de pedra, chumbo e betão, grandes populações foram libertadas da dependência de abastecimento de água próximo.

Centenas de aquedutos cobriram o império, alguns deles transportando água até 60 milhas, e alguns até sendo usados ​​hoje. A Fonte de Trevi, em Roma, por exemplo, é abastecida por uma versão restaurada do Aqua Virgo, um dos 11 aquedutos da Roma antiga.

Atualmente, os aquedutos continuam sendo parte importante dos sistemas de abastecimento de água modernos, que utilizam uma variedade de métodos e tecnologias para garantir que água limpa e segura esteja disponível para as populações urbanas e rurais. 

Já o saneamento básico, ainda que enfrente desafios em muitas partes do mundo, tem um impacto significativo na melhoria da saúde pública e na qualidade de vida de comunidades espalhadas por todo o planeta.

4- Serviço postal

Estabelecido por volta de 20 a.C pelo imperador Augusto, o sistema postal criado pelo Império Romano era conhecido como ‘cursus publicus’ e se tratava de um serviço de correio obrigatório e supervisionado pelo Estado. Nele, eram transportadas mensagens, receitas fiscais entre a Itália e as províncias, e até funcionários quando estes precisavam de viajar por grandes distâncias.

Para este fim, era utilizada uma carroça conhecida como ‘rhedæ’. Em um dia, um mensageiro montado podia viajar 80 quilómetros e, com a sua vasta rede de estradas bem concebidas, o sistema postal da Roma antiga foi um sucesso e funcionou até ao século VI.

Séculos depois, os serviços postais em todo o mundo oferecem uma ampla gama de serviços, desde a entrega de correspondências e pacotes até serviços bancários e logísticos. As agências de correio modernas são essenciais para a comunicação global e o comércio internacional.

5- Subsídio governamental

Os programas governamentais de bem-estar social, mesmo que possam ser considerados um conceito moderno, já existiam na Roma Antiga, em 122 a.C. Na época, foi implementada uma lei conhecida como “lex frumentaria”, que ordenava ao governo de Roma que fornecesse aos seus cidadãos quantidades de cereais baratos.

Em seguida, surgiu um programa chamado ‘alimenta’, que ajudou a alimentar, vestir e educar crianças pobres e órfãs. Outros itens como azeite, vinho, pão e carne de porco foram posteriormente adicionados a uma lista de bens com preço controlado, que provavelmente foram recolhidos com fichas conhecidas como ‘tesserae’. 

Essas ações eram populares entre o público da época, mas, de acordo com alguns historiadores, contribuíram para o declínio económico de Roma.

Até os dias atuais, muitos países utilizam os subsídios governamentais em diversas áreas, como agricultura, energia, educação, saúde, transporte e indústria. Eles podem ser usados para atingir diversos objetivos, incluindo o apoio a setores estratégicos, a redução da desigualdade, o estímulo ao crescimento econômico e a promoção de políticas públicas específicas. A natureza e o escopo dos subsídios variam amplamente de acordo com as políticas e as necessidades de cada nação.

E você, com que frequência pensa no Império Romano?

Anna Dulce.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Superbactérias estão com os dias contados

 Um novo antibiótico produzido por bactérias cultivadas em laboratório mostrou-se ser eficiente conta as chamadas "superbactérias" sem fazer com que os germes se tornem ainda mais resistentes ao tratamento, sugere um novo estudo feito nos Estados Unidos. Os cientistas isolaram o medicamento, chamado clovibactina, de uma bactéria Eleftheria terrae, coletada no solo da Carolina do Norte.

O artigo, publicado no dia 22 de agosto na revista Cell, aborda a necessidade urgente de novos antibióticos capazes de matar bactérias de novas maneiras. Os cientistas também destacam a promessa de estudar bactérias que antes eram difíceis de cultivar para encontrar mais respostas.

Bactérias resistentes


(Fonte: GettyImages)

Segundo os pesquisadores, a clovibactina é um antibiótico quimicamente novo proveniente das chamadas bactérias de "matéria escura" — microrganismos que nunca foram cultivados em laboratório antes. "Não é tóxico em modelos animais e funciona melhor do que o antibiótico padrão-ouro vancomicina usado para tratar infecções bacterianas que mostram resistência a outros medicamentos", afirmou o autor do estudo, Markus Weingarth.

Muitos antibióticos destroem as bactérias ao interromper a formação de paredes celulares, uma estrutura semelhante a uma malha que envolve cada célula bacteriana. Os antibióticos existentes até agora tendem a fazer isso interferindo em proteínas chamadas enzimas, que ajudam a construir a parede celular.

No entanto, as bactérias podem evoluir com o tempo e alterar essas enzimas, tornando esses medicamentos ineficazes. “A maioria dos antibióticos que encontramos hoje em dia são semelhantes aos antibióticos já existentes, e isso é um problema, porque as bactérias podem facilmente desenvolver resistência a eles”, explicou o pesquisador.

A resistência aos antibióticos é uma ameaça crescente que, em todo o mundo, resultou diretamente em cerca de 1,3 milhões de mortes e pode ter contribuído para mais 3,65 milhões somente em 2019. Logo, a busca por antibióticos que consigam combater essas superbactérias tornou-se uma prioridade científica.

Estudo revolucionário


(Fonte: GettyImages)

Anteriormente, cultivar bactérias como a E. terrae era um processo bastante complicado, uma vez que, para sobreviver, elas necessitam de nutrientes específicos e micróbios simbióticos no solo onde crescem. Porém, os investigadores desenvolveram um dispositivo que pode recriar as condições necessárias para o crescimento do esquivo micróbio no seu solo original.

Isso permitiu aos pesquisadores da NovaBiotic Pharmaceuticals, coautores do artigo, cultivar a bactéria e descobrir a clovibactina. Weingarth e seus colegas trabalharam então para determinar como o antibiótico funciona. A equipe descobriu que a clovibactina pode matar duas superbactérias perigosas: Staphylococcus aureus e a Enterococcus faecalis.

Enquanto a primeira delas é resistente à meticilina, a segunda mostrou-se resistente à vancomicina. A clovibactina, por sua vez, consegue envolver as moléculas dessas bactérias em uma espécie de gaiola, que não modificáveis pelos patógenos. Além disso, injeções intravenosas do medicamente também foram mais eficazes do que outros remédios contra essas bactérias.

Como próximo passo, alguns pesquisadores acreditam que a clovibactina possa ser ajustada quimicamente para matar bactérias de forma ainda mais eficaz antes de testá-la em humanos pela primeira vez — garantindo resultados ainda mais impressionantes. 

Magacuirioso.