terça-feira, 1 de setembro de 2015

A função paterna



Na constituição psíquica de uma criança cada sujeito que interage com ela tem uma função importante, mas os pais contam com um papel central, são as ações deles com a criança que organizam o seu desenvolvimento e as possibilitam aprender a conviver em sociedade.

 As crianças que por algum motivo perdem seus pais terão outras pessoas substitutas que assumiram esse papel de cuidador, que seja uma referência.

O bebê logo que nasce necessita muito de sua mãe, interage mais com esta, tem momentos que apenas ela consegue acalmá-lo, em razão da própria amamentação, a mãe e o bebê constroem uma intimidade maior.

O pai já tem sua entrada nessa relação desde muito cedo, é um terceiro que rompe essa díade mãe x bebê, com o intuito de inserir este pequeno para outras relações além da mãe. O pai é referência pelas regras da casa, aquele que decide o que pode e o que não pode ser feito. É a palavra de ordem.

 É quem vai mostrando a criança que ela não pode fazer tudo o que quer, e nem ter tudo o que quer, na hora que quer, vai ajudando a organizar esse espaço, para que possa se relacionar e conviver com outras pessoas.

Algumas mães podem dizer que precisam fazer o papel de pai e mãe, ou que elas assumem essa responsabilidade, falam isso porque imaginam e esperam que a função paterna está ligada a entrada da lei na vida das crianças.

As mães precisam dar esse lugar valorizado ao pai, para que de fato possa ser respeitado pela criança. Suas ordens devem ser sustentadas diante de sua presença ou não, se o pai proíbe a criança de fazer uma atividade e a mãe permite e combina com a criança que não conte ao pai, faz uma dupla que desvaloriza a figura paterna, assim a palavra do pai perde a força.

Os pequenos testam os adultos e de acordo com a reação deles vão tentando aquilo que desejam. Muitos identificam na figura do pai, aquele que ordena, que tem a decisão final. Por exemplo, se o pai disse não, a criança já sabe que não tem conversa, podem não compreender os reais motivos do não, mas sabem que não adianta insistir.

As crianças tem essa parada pelo medo de perder o amor dos pais, isso é constitutivo para que saibam até onde podem ir, internalizando a noção de limite.

Ao proibir o pequeno é preciso ter de lidar com sua raiva, suportando que chore, grite, esperneie, o que logo passa. O importante é que o adulto possa manter-se firme em sua palavra, para que a criança desenvolva formas mais evoluídas de lidar com as frustrações, tornando-se um sujeito com melhores condições de enfrentar as dificuldades da vida.



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