Vejamos, através de fatos, o que pode ocorrer ao homem que se
reveste de uma atitude falsa, em relação a si mesmo, escondendo a verdadeira
face atrás da máscara da hipocrisia, mesmo já estando no plano espiritual.
Esse fato, como o outro que comentaremos a seguir, encontra-se
relatado no livro Reportagens de Além Túmulo, Editora FEB, escrito por Humberto
de Campos que, mesmo do lado de lá, não cruzou os braços para sua verve de
observador do cotidiano. Continuou sua atividade profissional.
O livro se refere a
pessoas que foram entrevistadas pelo jornalista, que também é articulista,
cronista, escritor e foi membro da Academia Brasileira de Letras, sucedendo em
1919, a Emílio de Menezes na cadeira no 20.
As narrativas trazem testemunhos de percepção da realidade, nos
contatos feitos após terem deixado o mundo físico. História de casos pessoais,
contados por aqueles considerados “mortos”, segundo a carne, mas bem lúcidos,
como soe acontecer.
Conta-nos Humberto de Campos a história de dedicado trabalhador
de um Centro Espírita que não escolhia serviço, era pau para toda obra, mas se
amargurava por não ter o dom da vidência.
Como gostaria de contemplar as entidades angélicas que os
videntes descreviam… E ele nada percebia. Chegou mesmo a pedir que, então,
pudesse vislumbrar os espíritos sofredores.
Foi questionado: – queres
mesmo ver almas carentes? Aqueles que choram, abandonados? Velhos esquecidos?
Ele concordou. Então, andas mesmo esquecido da vidência que Deus te concedeu…
Volta para casa e procura ver! No outro dia começou agindo de modo singular.
Após o café, beijou a esposa, de modo diferente, atencioso. Viu
os filhos como jamais os havia visto. Como estavam crescidos! Beijou a mão da
velha mãe paralítica, pediu-lhe a benção, como há muito não fazia.
Ao sair, sorriu feliz. Sua casa lhe pareceu um ninho de paz.
Moral da história: aquele que quer ver Espíritos precisa, antes de tudo,
perceber os que estão à sua volta, que são Espíritos também… só que encarnados.
Outra ocorrência, que até poderia ter o título de – “Não se
ajuda a quem não queira ser ajudado”, traz precioso ensinamento.
Relata o cronista que um guardião espiritual tutelava um
encarnado que se caracterizava por sua rebeldia, sempre recalcitrante no mal. Era
a própria representação da teimosia. Gostava de altercar. O guardião recorreu
aos Anjos das Moléstias Úteis, mas de nada adiantou.
O cidadão adoeceu, mas
como era forte, recuperou-se rapidamente e nada aprendeu. Solicitou colaboração
aos Anjos dos Trabalhos da Velhice Prematura, sem bons resultados: o tutelado
tornou-se mais velho e mais ranzinza.
Tendo sido vencido pela morte, veio-lhe o discernimento:
percebeu que precisaria, urgentemente, de uma reencarnação para se corrigir da
caturrice.
Recomeçaria tudo outra vez, sugerindo até que fosse portador de
problema da fala, para evitar muita falação e ter oportunidade para ouvir mais,
sem discutir.
Na reencarnação encontramos a saída memorável para a corrigenda
precisa. Muitos têm méritos e podem palpitar na escolha de detalhes para o novo
investimento, no campo da escalada espiritual.
Outros, infelizmente, não podem interferir em nada.Tem que
contentar-se com a compulsoriedade das determinações da Lei de Causa e Efeito.
Ela determinará, pelo visto da misericórdia, que cada qual será punido naquilo
em que pecou.
No estágio em que a revisão de rotas fala mais alto, haverá
sempre oportunidade renovada para se esforçar e vencer.
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