Sabemos, basta nascer para começar a morrer. Tudo nasce, se
desenvolve e um dia morre. Acontece com os seres, animados e inanimados, assim
é com as ideias e os governos, por exemplo. Nada é eterno, está provado. Tudo
fenece, é certo, mas renasce, se transforma, evolui.
Tais palavras, aparentemente duras e pessimistas, servem de
introdução à constatação acerca dos problemas enfrentados pelo Brasil - em
geral - e o Rio Grande do Sul - em particular. Há de se concordar, ambos
agonizam. Padecem de doença incurável, a morte deles é irreversível, apenas
questão de tempo.
A atual administração nacional se esgotou em si mesma e definha
a olhos vistos. As entranhas do organismo governamental estão apodrecidas, não
há medicamento que dê conta da infecção generalizada.
As bactérias da corrupção, da incompetência e do descompasso com
as reais demandas da sociedade se introduziram nas veias abertas do corpo
político nacional, a sobrevida depende de improvável milagre divino. A
presidente Dilma Rousseff foi reeleita baseada em fórmulas arquitetadas no
terreno pantanoso do engodo, o governo envelheceu precocemente, tornou-se
ultrapassado, adoeceu e recolheu-se ao leito, apenas aguardando que alguém lhe
dê a extrema-unção.
Quadro similar acomete o Rio Grande do Sul, passados apenas oito
meses. No caso gaúcho, o diagnóstico de morte precoce foi dado antes mesmo da
eleição.
Impulsionado sabe-se lá por quais motivações, Sartori preferiu
ignorar os alertas sobre os sintomas de enfermidade crônica das finanças do
Estado e foi em frente, decerto convicto de que apenas na arte e na manha
conseguiria reverter a situação.
Quebrou a cara. Rolou despenhadeiro abaixo e junto levou a
sociedade gaúcha. Tal como a gestão dilmista.
Sobrará alguém pra contar a história, após essas desventuras?
Sem dúvida. Sempre é tempo de recomeçar - de renascer. É da vida. É da
Natureza. Tudo passa. Até mesmo os maus políticos, os péssimos gestores
públicos, o empresário mais irônico e corrupto, o povo mais crédulo, passivo e
maleável.
Menos mal, o futuro é logo ali - na esquina do tempo.
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