domingo, 6 de setembro de 2015

A peste



Sabemos, basta nascer para começar a morrer. Tudo nasce, se desenvolve e um dia morre. Acontece com os seres, animados e inanimados, assim é com as ideias e os governos, por exemplo. Nada é eterno, está provado. Tudo fenece, é certo, mas renasce, se transforma, evolui.

Tais palavras, aparentemente duras e pessimistas, servem de introdução à constatação acerca dos problemas enfrentados pelo Brasil - em geral - e o Rio Grande do Sul - em particular. Há de se concordar, ambos agonizam. Padecem de doença incurável, a morte deles é irreversível, apenas questão de tempo.

A atual administração nacional se esgotou em si mesma e definha a olhos vistos. As entranhas do organismo governamental estão apodrecidas, não há medicamento que dê conta da infecção generalizada.

As bactérias da corrupção, da incompetência e do descompasso com as reais demandas da sociedade se introduziram nas veias abertas do corpo político nacional, a sobrevida depende de improvável milagre divino. A presidente Dilma Rousseff foi reeleita baseada em fórmulas arquitetadas no terreno pantanoso do engodo, o governo envelheceu precocemente, tornou-se ultrapassado, adoeceu e recolheu-se ao leito, apenas aguardando que alguém lhe dê a extrema-unção.

Quadro similar acomete o Rio Grande do Sul, passados apenas oito meses. No caso gaúcho, o diagnóstico de morte precoce foi dado antes mesmo da eleição.

Impulsionado sabe-se lá por quais motivações, Sartori preferiu ignorar os alertas sobre os sintomas de enfermidade crônica das finanças do Estado e foi em frente, decerto convicto de que apenas na arte e na manha conseguiria reverter a situação.

Quebrou a cara. Rolou despenhadeiro abaixo e junto levou a sociedade gaúcha. Tal como a gestão dilmista.

Sobrará alguém pra contar a história, após essas desventuras? Sem dúvida. Sempre é tempo de recomeçar - de renascer. É da vida. É da Natureza. Tudo passa. Até mesmo os maus políticos, os péssimos gestores públicos, o empresário mais irônico e corrupto, o povo mais crédulo, passivo e maleável.

Menos mal, o futuro é logo ali - na esquina do tempo.



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