terça-feira, 23 de abril de 2024

Dinheiro X Felicidade


Um tema controverso. Muitos acreditam que dinheiro não traz felicidade. Bem, não se trata exatamente disto, dinheiro não tem necessariamente de deixar alguém feliz, mesmo que isto venha ocorrer, não tão ocasionalmente. O dinheiro deve fazer com quem o tenha, e saiba fazer que o mesmo possa vir a proporcionar para si e para os próximos a felicidade almejada. 

É possível ser feliz sem dinheiro? Claro, as vezes fica um pouco mais difícil, mas, sempre vamos encontrar os abnegados, os desapegados, os espiritualistas e muitos pobres que nunca souberam a diferença que o dinheiro faz. Simples assim.

Temos várias passagens bíblicas onde o dinheiro é tido como causador de muitas mazelas e vissitudes humanas, criando a soberba, a ganancia que acaba distorcendo os valores morais e espirituais. Além da frase, talvez até um pouco fora de contexto, onde Jesus afirma que é mais fácil um “camelo” passar pelo buraco de uma agulha do que um rico ganhar o reino do céu. Ou em outra passagem onde se diz que o homem não pode servir a Deus e a Mamom. Mas, nada impediu que durante muito tempo as realezas e os nobres na Europa com riqueza “comprassem” o seu “lugar no céu”.

Bem, esta questão é bem complexa, e pra ficar bem claro, gosto de dinheiro, a questão básica é como o dinheiro transforma quem o tem, ou quem não tinha e consegue de uma hora para outra. Temos muitos exemplos de pessoas pobres que ganharam na loteria, ou por um outro meio mais fácil, ou até mesmo trabalhando, mas, não soube muito bem administrar a situação.

Na semana anterior, um jovem baiano ganhou o programa do BBB na Rede Globo, diferente de outros anos, o rapaz desde o início se tornou uma carta marcada, todos já sabiam que ele ia ganhar, não pergunte como, mas as torcidas agem por impulso, ou seja, o povo é impulsivo e o que nem é bom para o programa, pois para quem acompanha simplesmente fica sem opção, até as casas de apostas acabam não dando muita opção, como é dito nestas situações era uma “barbada”.

A questão toda que o rapaz acabou ganhando entre o prêmio principal e os agregados mais de 3 milhões e meio de reais, e para quem é humilde, que pouco teve na vida, com 21 anos de idade acaba mexendo um pouco, principalmente onde pela exposição na mídia é obrigado a da muitas explicações e parece que a mulher que ele tinha fora do jogo, onde alegava um grande amor, as vezes chamando de namorada e outras de esposa, após a confirmação de sua vitória, aparentemente começou a mudar a sua postura, fazendo com que pudesse entender que esta vida de midiático é uma “fria”, os mesmos seus seguidores passaram já não mais acharem ele assim tão “carismático”.

 Então, pouco me importa para qual lado ele vai navegar, apenas, que existe uma grande diferença, entre quem não tem dinheiro e quem passa a ter o dinheiro. E a felicidade? Bem, na verdade isto é apenas um mero detalhe.

Joselito Bortolotto.

 

terça-feira, 12 de março de 2024

Redenção, uma segunda chance


Um dos pilares do cristianismo, assim como nos fundamentos do Pentateuco que originou a religião cristã trata-se da redenção.

Ou seja, não importa se você tem uma vida errada, atravessada, cometa vários “pecados” e viva contra tudo que ensina a lei de Deus, entretanto se você a qualquer momento, até na hora de sua morte você se arrependa independente do mal que causou e a quem causou você será salvo, desde que que este arrependimento seja sincero. Simples assim. Se redimiu, se libertou, está salvo.

Não se trata de uma crítica, e nem mesmo discordar da ordem divina, afinal quem sou eu? Afinal a justiça divina tende a ser justa. E eu acredito que todos merecem uma segunda chance sim, o erro deva ser reparado se possível, ser perdoado e devemos acreditar na redenção, claro, no meu caso, um pouco diferente da justiça divina, acredito que não pode haver uma repetição do erro, uma continuidade, porque então não houve redenção.

No último domingo, o time do Athletico Paranaense aplicou uma sonora goleada no meu Londrina, nada de muito demais, afinal o nosso Londrina não vive lá seus melhores momentos, está precisando se “redimir”, mas, o novo técnico do Athletico, o Cuca, após falar sobre o jogo resolveu fazer uma quase “mea culpa”, foi uma declaração emocionada, quase admitindo ter errado e declarando que se torna um novo paladino para a luta pela não violência contra as mulheres e que a partir de agora espera que a sociedade o julgue por suas ações e outros assuntos.

Como eu disse, acredito que sempre é necessária uma segunda chance, e quem consegue precisa realmente demonstrar arrependimento e constrangimento e fazer valer esta oportunidade e no dia a dia tentar demonstrar que o arrependimento é verdadeiro, que não se trata de uma jogada de mídia.

Eu acredito em redenção.

Joselito Bortolotto.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Tim Maia e seu sobrinho chato

O Tim Maia tinha um sobrinho que ele não dava muita bola, mas o garoto chato, com um certo talento para música, conseguiu seus minutos de fama no embalo da mídia e da sombra larga, convenhamos, do Tio.

O sobrinho do Tim Maia se orgulha de estar na posição 39⁰ da Lista das Maiores Vozes da MPB, segundo a revista Rolling Stone Brasil, mesmo estando abaixo de "grandes vozes" como as de Mano Brown, Chico Buarque e Max Cavalera.

O sobrinho do Tim Maia é mais conhecido pelas asneiras que fala e pelo ego mais inflado que seu privilegiado abdômen, já que coleciona apenas poucos sucessos, que até caberiam numa mão e ainda sobrariam dedos, apesar de ter tido um grande investimento de mídia e gravadoras, segmento que aliás hoje, afastado, ele também critica.

A música "Manoel", seu primeiro sucesso, tem como base um suposto plágio descarado da dançante "You get me hot" de Jimmy Bo Horne, que sequer levou algum crédito.

Já o segundo hit, "Fora da Lei", tem letra da Rita Lee e foi, ao que parece, música de novela, graças ao "jabá" das gravadoras, que tanto o sobrinho do Tim Maia, agora fora do mainstream, critica. E é isto. Parou por aí.

O sobrinho do Tim Maia é mestre em causar polêmicas pra chamar a atenção. Quem não se recorda da vez que ele, num show no exterior, ofendeu brasileiros, desprezando inclusive sua própria língua e nacionalidade?

O mestre da arrogância supostamente não queria brasileiros em seus pequenos "concertos" pelos botecos estrangeiros.

Só esqueceu de dizer que o "sucesso" dele nos EUA, por exemplo, era tão discutível quanto seus impropérios sobre artistas variados, já que, numa das vezes que estive em LA, o sobrinho do Tim Maia estava tocando num bar e, curioso que sou, fui verificar, mas para minha surpresa (e creio que mais ainda para a do sobrinho do Tim Maia) havia apenas um grupo mínimo de pessoas na plateia.

E quer saber? Adivinhe! Eram todos brasileiros, povo aliás que o galã sobrinho do Tim Maia, declarou que considera feio.

Duvida? Busquem no Google aí as afirmações do Mister Universo a respeito do biotipo dos brasileiros.

Bom, a polêmica da vez agora foi ofender, sem dó, grandes nomes da música, que aliás já nem estão mais aqui para se defender.

Convenhamos que nenhum dos ofendidos, evidentemente quando vivos, provavelmente tenha ouvido falar a respeito do sobrinho do Tim Maia.

Primeiro ele esbravejou contra Raul Seixas, o chamando de mau caráter (sem nunca ter conhecido o músico baiano), artista medíocre e um fraco letrista, já que na ideia (ou falta de) do sobrinho do Tim Maia, Paulo Coelho compôs toda a obra de Raul, talvez do mesmo modo que para alguns, Theodor Adorno compôs a obra dos Beatles.

Bom, é indiscutível que Raul deixou um legado invejável a qualquer artista, já que só de sucessos passam de dezenas e as gravações, e regravações, ultrapassam centenas.

Alguém regravou o sobrinho do Tim Maia? ( ED Motta)

A obra de Raul, sempre contemporânea, é tema de comerciais, filmes, novelas, peças e livros.

Até mesmo Bruce Springsteen, o BOSS, quando em turnê pelo Brasil, abriu seus shows cantando (em português) uma música de Raul, e não uma das poucas do sobrinho do Tim Maia se esforçando pra enrolar no inglês.

No mais, você com certeza nunca ouvirá num bar alguém gritar: "Toca o sobrinho do Tim Maia".

Arrisco dizer que Raul diria ao invejoso ferido:

"Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo, caro sobrinho do Tim Maia."

As próximas "vítimas" da fúria etílica do sobrinho do Tim Maia foram Elvis Presley e Johnny Cash.

O primeiro, o sobrinho do Tim Maia, mostrando o mais completo desconhecimento, considera um artista insignificante, fabricado por gravadoras, algo digamos assim como o próprio sobrinho do Tim Maia, mas com a sutil diferença de que Elvis era belo, cantava muito mais que o reclamante, tinha charme, talento, carisma e é considerado até hoje como o eterno Rei do Rock, nada mais.

Quem é mesmo o sobrinho do Tim Maia?

Quanto a Johnny Cash, o sobrinho do Tim Maia, em mais um surto megalomaníaco, diz que gostaria de espanca-lo, como se isto fosse possível, tendo em vista que Cash, um homem forte de quase 1,90 metros, com um peido provavelmente faria o sobrinho do Tim Maia chorar pedindo ajuda da mãe, que ao socorrer o bebê chorão, o colocaria no colo e o ninaria ao som de "Cry, Cry, Cry", elegantemente cantada pela poderosa e invejada voz de Cash.

Triste fim do sujeito que tanta sorte e oportunidade, pela provável sombra do tio, teve na vida profissional.

O Brasil coleciona tipos caricatos e megalomaníacos como o sobrinho do Tim Maia.

Eles estão presentes na música, nos cinemas, no teatro, no jornalismo, na Internet, no esporte, na TV, na política, e todos se consideram estrelas únicas de um universo de papelão, desenhado pelos próprios e que só eles enxergam.

Eu só tenho pena.

Deve ser triste passar anos e anos sem alguma relevância musical fora de sua bolha, mesmo sendo sobrinho de um grande nome popular da música, mesmo sendo financiado por grandes gravadoras e tendo ainda presença constante e garantida em programas da maior emissora de TV do país.

Ainda assim, ninguém se importa com sua presença, mesmo sendo impossível não nota-la.

Quer um conselho, sobrinho do Tim Maia?

Toca Raul!!!

A Toca do Lobo.

 

 

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Dona Matemática

Desde muito tempo a ideia de ir para escola, pelos menos na forma de ver dos nossos pais, era que você ia aprender a ler e escrever e fazer contas. Não deixava de ser uma necessidade básica, saber se comunicar e ao mesmo tempo entender de somar, diminuir, multiplicar e dividir. Simples assim. Então, aí tinha mais os “penduricalhos”, geografia, história, moral e cívica (na minha época tinha isto) e outras matérias...

Não sei se trata apenas de sentimento, mas parece que naquela época os alunos tinham vontade e os professores faziam questão de “empurrar” as matérias de português e matemática, afinal isto era o básico, e a gente acabava até gostando e por estas e outras que acabamos aprendendo alguma coisa e até gostar de matemática.

Nos dias de hoje, podemos ver que grande parte dos alunos em suas próprias palavras “detestam” matemática. Preferem as áreas de humanas (mais ou menos), sociologia, filosofia, e outras coisas (que não acredito serem desimportantes) entretanto faz com que muitos, simplesmente abdicam da matemática.

E a questão que o próprio governo, através dos seus programas de educação, corroboram para a atual situação. Lógico que no meio disto tudo tem a internet, os tik-tok, os chamados “influencers” querendo explicar o inexplicável e muitos jovens acreditam nestas “carreiras”.

Não acho que todos devam gostar de matemática, também não acredito que todos devam seguir a área de exatas, mas, acho que deveria um pequeno esforço para entender um pouco melhor o que a matemática pode proporcionar, na sequência de um ensino de finanças básicas para o dia a dia, para entender um pouco melhor de economia, e não ficar perdido quando o governo informa que vai arrecadar o bastante para pagar suas despesas e todos sabemos que isto é quase impossível com a atual situação.

Eles acabam aplicando a matemágica e muita gente acaba acreditando. E ficam apenas sorrindo, não pode ser diferente, não estão entendendo nada.

Joselito Bortolotto.

 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Intoxicação Eletrônica

A internet é pior babá eletrônica do que foi a televisão em outros tempos. A partir do momento em que a mobilidade permitiu que cada integrante de uma família usasse uma tela para assistir ou jogar o que bem entendesse, houve a individualização de um processo que antes era coletivo. Dar um tablet para uma criança ficar quieta pode ser abrir a porta para um estado de passividade.

 “A infância é um momento de estruturação em que o cérebro, o corpo e o psiquismo estão em formação. As experiências de vida são decisivas para quem a criança será no futuro, e por isso é tão importante pensar que lugar se dá para a ela em casa, na escola e na sociedade”, afirma a psicanalista Julieta Jerusalinsky, professora do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Puc-SP) e especialista em primeira infância e desenvolvimento infantil.

Precisamos pensar em como arrumar tempo e lugar para transmitir à criança aquilo que achamos que é decisivo para que ela se torne o adulto de amanhã. Dá muito trabalho, é verdade. Mas ao conviver com uma criança acabamos inventando brincadeiras e evocando passagens da nossa própria infância que, se não fosse pela criança, cairiam no esquecimento. Assim elas acabam por nos fazer um favor aos nos tirar do automatismo da vida adulta e nos convidar a construir uma brincadeira entre gerações. Costuma ser surpreendente o que pode acontecer quando desligamos as telas e abrimos lugar para o convívio.

Há 20 anos, se discutia quanto tempo de televisão uma criança poderia assistir. Mas a televisão implicava que todos assistissem juntos, o que permitia comentários. Com uma tela individual, não há mais a conversa. A programação da televisão terminava; a internet não termina. Os pais já não sabem mais o que as crianças estão vendo, a não ser as muito pequenininhas. 

Outro aspecto é a passividade. Uma criança que brinca está em atividade, construindo uma história. A criança que está na frente da tela é uma espectadora. Não se trata de demonizar as novas tecnologias, mas de considerar que uso fazemos delas.

As intoxicações eletrônicas não começam quando se larga o celular na mão de uma criança. A questão é como nós, adultos, estamos usando esses aparelhos. Com a internet móvel, não temos mais divisão entre o tempo de trabalho e de lazer. Um pai chega em casa e senta para brincar com seu filho, enquanto olha para as mensagens no celular. Ao ficarmos o tempo inteiro disponíveis aos que não estão ali, perdemos a importância da presença dos que estão ali conosco.

Para as crianças, que dependem radicalmente do lugar que os pais lhes dão, isso tem consequências muito mais contundentes. Dizer “não” não basta. Em primeiro lugar é preciso pensar o que se propõe à criança. Em segundo lugar é preciso considerar o que o próprio adulto faz. Muitas vezes, as crianças convivem com um adulto que está de corpo presente, mas psiquicamente ausente olhando para uma janela virtual. As crianças não aprendem simplesmente pelo que os adultos lhes dizem, mas pelo cruzamento disso com o que eles mesmo fazem. 

Há bebês que, siderados por eletrônicos, podem acabar caindo em diagnósticos de transtorno do espectro do autismo. Não estou dizendo que o autismo é causado pelos eletrônicos, mas que muitas crianças com intoxicações eletrônicas são colocadas nessa valeta diagnóstica, ou em outra grande valeta diagnóstica da contemporaneidade que é o déficit de atenção e hiperatividade.

Fonte:
JULIETA JERUSALINSKY