sábado, 8 de agosto de 2015

A Arte milenar de cura

Hipnoterapia é utilizada desde os tempos mais remotos. Conheça os benefícios e mitos por trás dessa ferramenta da Medicina que pode auxiliar no tratamento de depressão e ansiedade.


Comer uma cebola pensando que é uma maçã. Imitar um animal de uma forma constrangedora em público ou até mesmo acreditar que as pessoas a sua volta estão nuas. Essas são coisas que a hipnose de palco faz. Muito utilizada para fins teatrais e espetáculos, mas sua verdadeira função e resultados na hora da terapia são mais surpreendentes e relevantes.

Registros do antigo Egito contam que sacerdotes faziam curas através de “um olhar de fogo que colocava a pessoa em sono profundo e depois acordava curada dos problemas”. Na Grécia antiga havia as “salas de sono” onde grupos “dormiam” e acordavam melhores.

Hoje a ciência comprova que o estado de hipnose não é sono, pois as ondas cerebrais do hipnotizado são diferentes de quando se está dormindo e acordado. Durante uma sessão, o paciente diminui sua “consciência periférica” e aumenta a concentração. Se o transe for muito profundo ele pode não se lembrar, mas jamais perde a consciência.

Terapia

O hipnólogo Lenilson Resende explica que o simples fato de estar em estado hipnótico já traz benefícios. Estudos apontam que uma hora em transe é equivalente a oito horas de sono fisiológico. Além dos problemas neurológicos como depressão, ansiedade etc. a hipnoterapia também pode curar doenças físicas, chamadas de psicossomáticas, nas quais o corpo sofre por causa da mente. Gastrite nervosa, por exemplo.

Lenilson diz que o hipnólogo realiza um diálogo com o paciente: “Ao ser conduzido ao transe, ele tem contato com o subconsciente e com questões internas. Por meio do diálogo, conduzido pelo hipnoterapeuta, o sujeito compreende seus questionamentos internos e, muitas vezes, consegue solucioná-los”.

As sessões têm em média uma hora e meia. A quantidade de sessões depende de como o paciente responde ao tratamento. Às vezes uma única vez já é suficiente para tratar de modo permanente e definitivo.

Hipnose é uma ferramenta utilizada por psiquiatras e psicólogos, reconhecida pela medicina e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Não é ensinada nas universidades, mas os cursos de hipnose que existem capacitam pessoas como Lenilson, que é formado em filosofia. A hipnoterapia é utilizada para buscar no subconsciente os problemas e tratá-los. Traumas diversos são curados como soldados que voltam de guerras, pessoas que sofreram algum tipo de abuso, fins de relacionamentos, fobias.

Benefícios

Também pode ser usada para doutrinação e disciplina, como, por exemplo, maior concentração e motivação para estudar, trabalhar ou atingir metas individuais. Qualquer pessoa é hipnotizável, basta querer. Lenilson garante que “se o paciente quiser e a técnica do hipnólogo for boa, o tratamento é 100% garantido”.

A hipnoterapia pode ser usada para tratar vícios como alcoolismo e tabagismo, com estudos que provam sua eficiência. Pode ser utilizada para amenizar dores físicas como a dor do parto e seus resultados são rápidos.

Liberdade de escolha do hipnotizado

Ao contrário da crença popular, o hipnotizado não é totalmente compelido a fazer qualquer comando do hipnotizador. Lenilson explica que existem três coisas que nenhum estado de transe pode conseguir resultado. “Mesmo estando em estado de hipnose muitíssimo profundo a pessoa não perde o senso de sobrevivência, o senso de moral e o senso de liberdade.”

Em outras palavras, o hipnotizado não acatará nenhum comando que ponha sua vida em risco, como pular de um prédio ou atacar um pitbull. Não vai sair pelado na rua ou ter relação física com ninguém se não for essa intenção. O senso de moral de cada indivíduo é singular, alguns não importariam de cometer um atentado ao pudor, mas se de algum modo as ordens do hipnotizador forem contra os princípios do paciente, o fracasso é certo.

Outro questionamento que o público faz: “E se o hipnólogo esquecer, sair ou morrer enquanto o paciente está em hipnose? Ele vai ficar pra sempre neste estado?”. Lenilson explica que a pessoa com o tempo vai para um sono fisiológico normal e depois de acordada tudo estará como antes. Inclusive alguns casos têm esse modelo, o paciente é colocado em transe na própria casa e depois adormece. É importante lembrar que menores de idade devem ter autorização dos pais ou responsáveis para fazer a hipnoterapia.

Especialista diz que auto-hipnose tem efeitos duradores

Segundo especialistas, toda hipnose é uma auto-hipnose, pois o processo só acontece se o paciente aceitar. Mas na prática a auto-hipnose acontece quando a pessoa consegue por conta própria se induzir no estado de transe e praticar sua própria terapia.

Lenilson explica que muitos hipnólogos defendem a teoria de que a auto-hipnose tem resultados mais duradouros do que a hipnose induzida por outra pessoa. Ao lidar com seu subconsciente e resolver os próprios problemas, o indivíduo tem mais capacidade de saber o que deseja e até onde quer chegar.

Auto-hipnose pode ser feita por qualquer pessoa e ensinada por cursos ou por um hipnólogo, mas Lenilson avisa: não é coisa simples que se apreenda na internet.

Paraná e São Paulo usam metodologia forense para solucionar crimes

Na hora de um assalto a vítima fica completamente nervosa, paralisada e mal consegue se controlar de medo. Pelo menos é assim com a maioria das pessoas. Após o crime cometido, o bandido foge e quem foi prejudicado mal consegue se lembrar do rosto daquele que o prejudicou.

A hipnose é uma ferramenta no combate à criminalidade. Se um indivíduo foi vítima ou testemunha de um assalto, assassinato ou algum tipo de abuso, mas não consegue se lembrar bem do suspeito, seja por um bloqueio mental ou por simples nervosismo de momento, a hipnose entra em ação.

A pessoa é colocada em estado de transe e o hipnotizador faz uma regressão de memória levando o paciente a ter acesso ao seu subconsciente e a reconstrução do crime e dos traços físicos do procurado.

Geralmente as sessões são acompanhadas de um desenhista perito da polícia que é capaz de fazer um retrato falado do suspeito. No Paraná esse método é utilizado desde 1983 e em 1999 foi criado o Instituto de Hipnose Forense, que fechou dez anos depois por falta de especialistas.

A hipnose forense não serve como prova judicial. É apenas mero instrumento utilizado pela polícia para guiar investigações. Tem obtido resultados satisfatórios. O testemunho do hipnotizado pode servir como um testemunho comum.

SAIBA MAIS

Tratamento da depressão com diferentes métodos

Estudo realizado e publicado na American Health Magazine pelo psicólogo e Ph.D Alfred Barrios

Psicanálise ¬ 38% de recuperação após 600 sessões

Terapia Comportamental¬ 72% de recuperação após 22 sessões

Hipnoterapia¬ 93% de recuperação após 6 sessões

Outras doenças tratáveis com hipnose

Neurológicas: Enxaquecas e dores de cabeça crônicas; tonturas e vertigens; zumbidos

Digestivas: Gastrites; dispepsias; constipações; certas diarréias crônicas (síndrome do cólon irritável); halitose

Respiratórias: Asmas brônquicas; rinites alérgicas; roncos e apneia do sono

Geniturinárias: Enurese noturna; incontinência urinária; disúria funcional; cólica menstrual; TPM

Sexuais: Impotência psicológica; frigidez e vaginismo; ejaculação precoce; diminuição da libido

Dérmicas: Urticária e outras alergias; doenças de pele associadas a fatores emocionais

Cardiovasculares: Hipertensão, arritmias cardíacas.


Benefícios trazidos pela hipnose:


Redução de estresse, ansiedade, insônia, pânico, depressão e fobias
Tratamentos de vícios como tabagismo, alcoolismo e jogatina
Tratamento em distúrbios alimentares como anorexia, bulimia e obesidade
Melhora na concentração e atividades diárias.


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