O atual momento histórico sugere uma profunda reflexão em torno
da realidade existencial da humanidade nos dias que correm. Dificuldades
temporais e passageiras de toda ordem invadiram a face escura do planeta
formoso grassando como erva daninha por toda parte.
Dúbio e frágil o pensamento arrimado na invigilância e na falta
de oração tem permitido o avanço avassalador desta imensa onda de pessimismo,
de descrença, de dúvidas e incertezas que se abateu impiedosamente sobre a
grande maioria dos navegantes desta nossa nave evolutiva. A ausência de
sensibilidade no coração da humanidade afugentou a energia transformadora do
amor que educa, liberta e redime.
Ante o comando da intemperança, da incompreensão, da insensatez,
da descrença e da extrema violência urge uma retomada de posição por parte dos
homens e mulheres de boa vontade que povoam este orbe de prova e expiação. O nosso é o dever pessoal e coletivo de
transformá-lo para fazer dele uma estância melhor onde deve imperar o
equilíbrio, a serenidade e a paz.
Para tanto é indispensável que entendamos que o pensamento
humano que é livre como o vento, livre como os pássaros, livre como a garça
voando no arrebol é a fonte geradora de tudo que existe. É no pensamento que tudo se inicia. Sua
força, se criativa concede a cada indivíduo o poder de esculpir seu próprio
destino. Altaneiro e soberano, ele escolhe o caminho que deseja percorrer e
traça a senda de sua própria trajetória na caminhada evolutiva demandando o
país da luz.
Ao assumir o comando de sua individualidade o indivíduo
ultrapassa os estreitos limites de seu horizonte interior e depara suas
próprias sombras consciente de que elas devem ser dissipadas com o esforço
pessoal para que sua luz possa brilhar intensamente. Percebe que é muito mais
importante cuidar de disciplinar o próprio pensamento e vigiar as palavras
articuladas que o materializa do que monitorar e emitir juízo de valor sob a
conduta do semelhante.
Reconhece que a superior orientação recomenda não julgar a
ninguém. E na linha deste entendimento descobre que educar a mente e ensiná-la
a pensar corretamente é tarefa pessoal e inadiável de quem deseja ampliar o seu
olhar existencial. Resta comprovado claramente que é pessoal e indelegável o
compromisso de cada criatura assumir o comando de sua própria individualidade e
cuidar de seu processo de autoeducação.
Vem a lume o indelegável compromisso individual, direto e
intransferível de cada um cuidar de bem administra esta fantástica trilogia que
traça o caminho a ser seguido no processo da autoeducação que nos conduzirá ao
porto seguro da verdade que liberta: Pensamento, Palavra e Ação.
Em Sinal Verde, a pequena grande obra psicografada pelas
generosas mãos de Francisco Cândido Xavier, o espírito André Luiz no capítulo
denominado Ver e Ouvir, traz segura orientação que enriquece sobremaneira o
nosso aprendizado na caminhada evolutiva.
Diz textualmente o benfeitor da humanidade:
“A visão e audição devem ser educadas, tanto quanto as palavras
e as maneiras.”
Em visita ao lar de alguém, aprendamos a agradecer o carinho do
acolhimento sem nos determos em possíveis desarranjos do ambiente.
Se ouvirmos alguma frase imperfeitamente burilada na voz de
pessoa amiga, apreciemos a intenção e o sentimento, na elevação em que se
articula sem anotar lhe o desalinho gramatical.
Veja com bondade e ouça com lógica.
Saibamos ver os quadros que nos cercam, sejam eles quais forem
sem sombra de malícia a tisnar-nos o pensamento.
Registrando anedotas inconvenientes, em torno de acontecimentos
e pessoas, tenhamos suficiente coragem de acomodá-las no arquivo do silêncio.
Toda impressão negativa ou maldosa que se transmite aos amigos,
em forma de confidência, é o mesmo que propinar lhes veneno através dos
ouvidos.
“Em qualquer circunstância, é preciso não esquecer que podemos
ver e ouvir para compreender e auxiliar.”
Estejamos conscientes de que o nosso é o dever indeclinável de
amar e de servir incondicionalmente se efetivamente anelamos alçar voos mais
altos nas “asas do amor e da sabedoria”.
Ama, trabalha, serve, espera, aceita, perdoa e agradece.
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