Há muito tempo existe um “pré-conceito” que defende que jovem
malfeitor é aquele cuja vida está dentro dos seguintes paradigmas: pobreza,
baixo nível de estudo e sapiência e cor negra. Todavia, os jornais nos têm dado
o privilégio de ver que tal “pré-conceito” é uma definição obsoleta e que não
tem menor fundamentação. Isso, pois, nos
últimos anos, temos visto situações formadoras de delinquentes que vão muito
mais além da falta de conhecimento ou da falta do que “ter” ou “fazer”.
Os jornais nos apresentam diariamente notícias sobre jovens de
classe média que aderiram ao mundo do crime. Jovens estes que, na maioria das
vezes, já concluíram ou estão a concluir o curso superior. Diante disso muitos
se perguntam: “Ora, como pode um jovem que tem o mundo nas mãos e dinheiro no
bolso acabar entrando para mundo do crime?” A resposta não é tão complexa como
pensamos a princípio.
Nas famílias de classe média ou classe média-alta, talvez devido
à grande ambição ou não, o desentendimento entre si é ainda maior. O jornalista Thales Guaracy em seu livro A
conquista do Brasil, defende que a ambição do brasileiro é imensurável, isto é,
quanto mais dinheiro ele tem, mais ele quer.
E isso é um dos motivos
primordiais que têm levado pessoas de tais classes a entrar no mundo do crime.
A busca incessante pelo sucesso acaba por levar muitas pessoas a procurarem o
caminho mais curto. E cabe à família o papel de ser base para que o jovem
almeje o sucesso sem deixar de lado os princípios morais de qualquer pessoa.
No entanto, os pilares responsáveis pela sustentação da família
encontram-se cada vez mais enfraquecidos. Uma vez que, vertiginosamente, o
número de divórcios só cresce. Os pais de hoje não são mais pais presentes,
amigos, conselheiros e protetores como outrora.
Eles acreditam na
capacidade de seus filhos serem autônomos e acabam por deixá-los seguir pelo
caminho mais curto e obscuro. Pais assim têm sido, sobretudo, pais omissos
quanto à educação de seus filhos.
Portanto, é necessário que se deixe de lado os pensamentos
metódicos e preconceituosos. A classe social, o nível de sapiência tampouco a
cor de alguém não definem o caráter da pessoa. O caráter de qualquer um é o
espelho daquilo que está em seu meio.
Sendo assim, não entregue o caminho de seus filhos e de sua
família a um destino utópico. Não entregue ao destino o papel de educar seus
filhos. Não acuse o destino de não ter
dado oportunidades de escolha a seus filhos, crie-as para eles.
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