terça-feira, 11 de agosto de 2015

Análise psicológica dos corruptos feita por um leigo.


É sabido que para o exercício de uma profissão liberal, como advogado, médico, cirurgião-dentista, corretor de imóveis, etc., é necessário ter habilitação profissional e estar inscrito no Conselho de Fiscalização respectivo (OAB, Cremers, CRO, Creci). De tal forma, para promover a análise psicológica de alguém é necessário estar inscrito no Conselho de Psicologia como profissional habilitado. Isto se a análise for feita de forma profissional.

Não é o caso presente, pois aqui a análise psicológica dos corruptos é feita por leigo. Qualquer cidadão comum tem o direito de especular sobre o que “vai na cabeça de um corrupto”.

Em primeiro lugar, qual é pior: o corruptor ou o corrompido? São iguais. Ambos são nocivos à sociedade, pois suas condutas geram desdobramentos e resultam em sequelas que prejudicam o povo em geral. São as duas faces de uma mesma moeda, que é a “corrupção”.

É claro que as observações aqui realizadas só valem para as pessoas consideradas normais, pois aqueles que tem deficiência de caráter podem até achar que suas condutas não poderiam diferentes. Estes são doentes morais.

Sobre o assunto, é de entender que existem vários tipos de corrupção. Alguns admitem que existe, até mesmo, a corrupção por questão de sobrevivência. Isto seria difícil de aceitar, porquanto para ser corrupto há necessidade de ter uma “posição” ou “cargo” que propicie a conduta. Se outras pessoas, em igualdade de condições, tem a mesma receita, e com ela sobrevivem, também o corrupto deveria sobreviver com a receita lícita que tem. Se não estiver satisfeito, que procure outra atividade.

O difícil seria a primeira vez. Depois da primeira corrupção, as atividades desenvolvidas são consideradas normais, sendo aperfeiçoadas com o passar do tempo. Mas chega ao limite em que a pessoa, seja o corruptor seja o corrompido, não suporta mais a situação, desaparecendo a tranquilidade psicológica.
 Aquilo que foi iniciado sem muito esforço fica difícil de ser interrompido. É semelhante ao que acontece com o usuário de drogas.

A vida familiar, amigos e ambiente social passam a ser afetados. O corrupto tem desentendimentos com esposa e filhos, não confia em amizades e passa a ter uma vida social restrita.

Suponhamos a figura do corrupto que não foi bem sucedido: conseguiu acumular riquezas, adquirindo bens materiais consideráveis e, inclusive, depósitos no exterior. Mas foi descoberta a corrupção. Está sendo processado e teve o patrimônio bloqueado. Tem como alternativa ser preso e condenado a uma pena merecida, ou diminuir a pena mediante deleção premiada.
A dor de consciência deve ser terrível. As únicas opções são deletar o “esquema”, entregando os supostos amigos, ou “pagar o pato”, arcando com as consequência de ações  e atitudes de outras pessoas. Qualquer das opções será sofrida.

Suponhamos a figura do corrupto bem sucedido, aquele que acumulou riquezas materiais e conseguiu chegar à aposentadoria sem ser descoberta sua conduta ilícita.

Está ele passando temporada em sua casa de praia, em companhia de familiares. Sentado em uma cadeira própria, bebericando seu uísque, observa os netos brincando na areia.

 Será que ele está feliz com a situação? Será que, pensando nos futuro dos netos, não fica preocupado com o que vai acontecer? Será que não pensa que o dinheiro desviado ilicitamente poderia ter sido usado na saúde, salvando ou curando pessoas, ou na educação, preparando jovens para o futuro? Será que tem amizades sinceras e confia plenamente nos amigos? Com certeza, se for uma pessoa normal, os seus pensamentos não serão os melhores.

Sem maiores considerações sobre o aspecto religioso, os corruptos militantes não têm religião. Se têm são apenas de fachada, tentando justificar a prática ilícita. Também, não têm amizades sinceras, pois desconfiam de todos. Na família, a esposa não tem conhecimento pleno de suas atividades. Os filhos são enganados. Se crianças, são alimentadas com mentiras. Se jovens, desconfiam de alguma coisa errada, ficando na dúvida. Se adultos, certamente têm conhecimento pleno da conduta do genitor.

 O pai poderá perder o respeito dos filhos, que não concordam com o que acontece. Pode ser que envolva esposa, filhos, genro ou nora, e outros familiares na corrupção. Parece que esta é a mais desastrosa das condutas, vez que, mais cedo ou mais tarde, virá o arrependimento.

Outro aspecto a ser analisado, e que nem todos acreditam, é que se falhar a justiça terrena ainda restará a Justiça Divina. Está seria infalível. Os espiritualistas, que não se restringe aos “espíritas”, acreditam que existe “outra vida”.

 Nesta vida terrena todos tem oportunidade, em razão do livre arbítrio, de praticar boas ações ou más condutas, resgatando débitos anteriores ou adquirido créditos futuros, conforme a lei de causa e efeito. 

Tudo que se faz de errado aqui, será pago aqui mesmo, ou morre e fica devendo. No pagamento terreno entrariam doenças pessoais, ou na família, desestruturação familiar, remorso, ver os filhos sofrendo, amizades desfeitas e outras ocorrências.

Ao se aproximar o fim da vida, seja em razão da idade ou de doença, sabedor que bens materiais aqui ficarão, a meditação e autoanálise aumentam, podendo aumentar o sofrimento e a dor de consciência. Passa a ter conhecimento pleno de que nada adianta deixar herança em bens materiais, se nada deixou de herança moral. Certamente,  o fim de vida não será feliz.


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