Desvendar os mistérios do cérebro humano tem se tornado um
desafio cada vez maior para a ciência. Parece impossível compreender como uma
criança de dois anos é capaz de manusear um lápis e assinar o próprio nome, e
ao mesmo tempo por que pessoas tão inteligentes, dignos de serem chamadas
“geniais”, experimentam dificuldades paralelas em seu processo de ensino e
aprendizado.
Ao analisarmos o desenvolvimento de aprendizagem infantil,
percebemos que cada criança recebe o conteúdo ministrado de uma forma. Uns com
mais facilidade e outros com um nível de dificuldade um pouco maior. Esse
processo não é diferente quando lidamos com crianças que possui diagnóstico
dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A Síndrome de Asperger é
uma categoria relativamente nova de desordem de desenvolvimento que se encontra
dentro do TEA, descrito no DSM-V em que a criança apresenta certa dificuldade
de comunicação e interação social em múltiplos contextos.
A criança diagnosticada com a Síndrome de Asperger possui
algumas características peculiares, são extremamente observadoras e sua atenção
tende a ser focada em pequenos detalhes, têm em geral uma inteligência notável,
superior à média, particularmente nas disciplinas lógico-matemáticas. Apesar de
possuírem uma capacidade cognitiva incrível, o rótulo de “transtorno”
infelizmente tem certo peso sobre a pessoa diagnosticada, podendo bloquear o
desenvolvimento da criança.
Estudantes com Asperger são frequentemente vistos na educação
regular, embora muitos não sejam diagnosticados ou diagnosticados erroneamente.
A empatia é fundamental entre o professor e aluno, e indivíduos com TEA possuem
uma dificuldade maior de desenvolver esse laço afetivo com seu educador, o que
pode ser crucial em seu processo de ensino e aprendizado.
Apesar da proposta de inclusão nas escolas ter um objetivo
humanizado de integração do Asperger, sempre haverá casos mais severos que não
conseguirão se adaptar a um ensino regular, e estes devem ter seus limites
respeitados.
Diversos estudiosos identificaram traços de Asperger em alguns
grandes nomes do passado, como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Ludwig
Wittgenstein e Albert Einstein. E mesmo Bill Gates, segundo alguns, mostraria
característicos traços da síndrome.
Embora categorizada dentro dos transtornos
globais do desenvolvimento, a Síndrome de Asperger é apenas um jeito de ser e
aprender que reflete a expressão individual de um cérebro brilhante, podendo
ser reforçado por seus mediadores a desenvolver o seu potencial ou bloqueá-lo
em prol de rótulos prontos criados por uma sociedade incapaz de penetrar e
experienciar o mundo dos que são julgados como “diferentes”.
Comente este artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário