Não sei. Tenho todo e qualquer conceito como um objeto muito
complexo ao ponto de no fim das contas, por mais que se trabalhe no assunto,
não se consegue uma precisa lapidação. E não penso está errado. Ora, a própria
Ciência, de tempos em tempos, acaba mudando conceitos outrora já formulados e
consensualmente aceitos.
Sem necessariamente consultar autores entendidos do assunto
pode-se dizer que democracia é a forma de governo em que a soberania é (digo,
devia ser) exercida pelo povo, isso de modo teórico, pois na prática, a coisa é
bem mais diferente, isto é, existem tantas obscuridades entre o que o governo
faz e aquilo que o povo gostaria que fosse realmente feito.
Um conceito bem simples, do ponto de vista etimológico, diz-se
que a palavra democracia tem origem no grego demokratía que é composta por
demos (que significa povo) e kratos (que significa poder). “O povo no poder!”
Como dito anteriormente, nesse sistema político, o poder é (na verdade deveria
ser) exercido pelo povo através do sufrágio universal.
Talvez, uma das formas mais básicas de conceituar o termo em
questão seria não desprezar o fator histórico, haja vista que, ao longo do
tempo, democracia, foi conceituada de formas diversas, por distintos autores e
pensadores. Ora, de acordo com Benevides (1998, apud Santana, 2007, p. 8),
delibera-se democracia como sendo atributo de um regime político em que o poder
é submetido à vontade do povo, porém, sem se confundir os meios dos fins pelo
qual o poder é exercido.
Assim, nos últimos tempos, abrolhou em nosso país outro conceito
de democracia que se substancia na Constituição Federal de 1988, que “introduz
elementos e diretrizes de democracia participativa, incorporando a participação
da comunidade na gestão de políticas públicas” (Ricci, 2009, p. 1).
Agora sim, brevemente baseado em algumas linhas de pensamento,
democracia passa a ser vista de muitos olhares.
Santos e Avritzer (2002), por exemplo, para definir democracia
compreende a necessidade de os cidadãos participarem dos processos de
negociação na tangente da distribuição dos bens públicos. Enquanto Vitale
(2006) destaca a precisão de debate atualizado, para que a democracia se evolua
no contexto de sociedades urbanas de larga escala e complexidade social.
Ainda com
propósito de definir democracia Held (1987) fala que todos são democratas,
independente da posição que ocupa, esquerda ou direita e que a democracia como
forma de organização da vida política, tem revelado fragilidades e
vulnerabilidades.
A democracia tem sido defendida na ideia que ela atinge
valores ou bens, como igualdade, liberdade etc. Já Sartori (1994), descreve
sobre as rupturas do sistema democrático em países europeus, africanos e
latinos americanos. Destaca que a democracia moderna passa a ser democracia
constitucional, porque dependem de poder limitado da maioria, procedimentos
eleitorais.
Claro que este não é um trabalho que o autor pretende concordar
ou discordar de alguém, mas apenas e tão somente mostrar os vários conceitos de
democracia, porém, quem talvez esteja mais próximo do conceito temporário de
democracia seja Shumpeter (1961) que acredita que a democracia possa
simplesmente significar o povo com oportunidade de aceitar ou recusar aqueles
que o governarão e que a democracia possa ser somente o governo dos políticos.
Fato concreto é que em alguns países, a evolução da democracia
aconteceu de modo muito veloz, como no caso de Portugal e Espanha, porém,
paralelo a isso gerou uma forte insegurança política.
Contrário a outros países
como Inglaterra e França, onde uma evolução a passos lentos da democracia
trouxe como efeito o desenvolvimento de estruturas políticas bem mais estáveis.
A democracia no Brasil tolerou ao longo dos tempos vários ataques e foi
instituída ou fortalecida em diversas ocasiões. Existiram duas forças de
democratização, uma em 45 e outra em 85.
A ditadura militar foi, sem nenhuma
sombra de dúvida, uma das maiores afrontas à democracia, e a consciência
democrática foi um forte elemento de oposição à ditadura.
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