O mundo enfrenta a letargia de si mesmo e das atitudes sem
transparência. Nada mais é como antes porque agora não dá mais para ocultar as
reais intenções daqueles que detêm o poder. Nas finanças e na política
prevalecem os interesses particulares. Permanecem os egoísmos e tudo acontece
aceleradamente, mostrando, de forma clara, se de fato havia ou não boas
intenções; por isso cresce a insatisfação e se reduz a paz. A confusão se instala onde quer que se olhe.
Para que ocorra cooperação e solidariedade entre os humanos, necessário se faz
a sinceridade e o real desejo de alcançar a melhora geral.
Estamos bem próximos do caos. Há uma inércia geral enquanto a
turma da velha política e seus comparsas vai bem, e por isso não se preocupa
com a situação da economia nem com os mais de sete bilhões de pessoas que vivem
no planeta e precisam de trabalho, saúde, escola e tudo o mais. Eles têm
permitido a deterioração da qualidade de vida, a destruição das matas, a
poluição dos rios, a desestruturação das cidades, contanto que continuem
acumulando riqueza. O que mais falta fazer para lançar o mundo no abismo? Ou
cuidamos do planeta e sua população ou ficaremos sem futuro.
Uma situação que não pode continuar sendo ignorada é o apagão
mental, gerador do apagão ético, moral e profissional. É necessário que os
jovens aprendam a pensar com clareza e raciocinar com lucidez. A internet
trouxe um novo paradigma com a aceleração das informações, mas os jovens têm de
aprender vendo fazer e fazendo. Todo o trabalho é dignificante, seja manual ou
mental. A responsabilidade com o melhor futuro compete a todos nós.
Não é de hoje que os governantes borram nas contas. Deixam o
equilíbrio sempre para depois, e lá vão eles gastando o que não têm, absorvendo
a liquidez do mercado, pagando juros e comissões, descontrolando tudo, em vez
de estabelecerem um plano eficaz de equilíbrio.
Iniciam obras faraônicas ou projetos armamentistas em que muitas
vezes o dinheiro fica enterrado sem proveito em projetos inúteis ou obras
paralisadas. Até agora finanças e política têm sido um território livre para
esses perdulários. Muita coisa foi privatizada pelo mundo, o que foi bom para
reduzir os rombos e desvios, mas aonde foi parar o dinheiro? Os Estados
continuam com dívidas crescentes.
A cada dia as fendas vão aparecendo. Falta uma construção sólida
na sociedade, o desenvolvimento dos talentos e a continuada busca da melhora.
As fendas também aparecem na arte, no desinteresse pelo belo e pela estética.
As novas gerações não estão sendo orientadas para a necessidade de se ocupar
seriamente com a construção de um futuro melhor.
Estamos diante de acontecimentos marcantes, mas a cegueira é
geral, e pior ainda nas elites políticas que só têm olhos para o poder;
enquanto isso, vamos avançando nas crises – a econômica e financeira – que
abrem fendas no social, enquanto a insensatez se amplia, empurrando os
problemas com a barriga. Muitas coisas precisariam ser mudadas, mas os
interesses deixam?
O grande plano que tem faltado é a busca do aprimoramento
humano, afinal de contas para que estamos vivos? No entanto, esse mais
elementar objetivo tem sido postergado por fatores supérfluos e o resultado é o
caos que ameaça tomar conta de tudo. Falta o principal que sempre faltou: estadistas
sinceros, leais, sábios que buscam o melhor para o fortalecimento da população
e da qualidade de vida.
Os falsos líderes continuam se digladiando para ver quem manda
mais, quem fica com o pedaço mais suculento, e dessa forma o melhor futuro vai
ficando cada vez mais distante e as novas gerações, despreparadas para a sua
responsabilidade. O Brasil e o mundo precisam de governantes sábios que pensem
com clareza no progresso do país e da população.
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