Hipnoterapia é
utilizada desde os tempos mais remotos. Conheça os benefícios e mitos por trás
dessa ferramenta da Medicina que pode auxiliar no tratamento de depressão e
ansiedade.
Comer uma cebola
pensando que é uma maçã. Imitar um animal de uma forma constrangedora em
público ou até mesmo acreditar que as pessoas a sua volta estão nuas. Essas são
coisas que a hipnose de palco faz. Muito utilizada para fins teatrais e
espetáculos, mas sua verdadeira função e resultados na hora da terapia são mais
surpreendentes e relevantes.
Registros do antigo
Egito contam que sacerdotes faziam curas através de “um olhar de fogo que
colocava a pessoa em sono profundo e depois acordava curada dos problemas”. Na
Grécia antiga havia as “salas de sono” onde grupos “dormiam” e acordavam
melhores.
Hoje a ciência comprova
que o estado de hipnose não é sono, pois as ondas cerebrais do hipnotizado são
diferentes de quando se está dormindo e acordado. Durante uma sessão, o
paciente diminui sua “consciência periférica” e aumenta a concentração. Se o
transe for muito profundo ele pode não se lembrar, mas jamais perde a
consciência.
Terapia
O hipnólogo Lenilson
Resende explica que o simples fato de estar em estado hipnótico já traz
benefícios. Estudos apontam que uma hora em transe é equivalente a oito horas
de sono fisiológico. Além dos problemas neurológicos como depressão, ansiedade
etc. a hipnoterapia também pode curar doenças físicas, chamadas de
psicossomáticas, nas quais o corpo sofre por causa da mente. Gastrite nervosa,
por exemplo.
Lenilson diz que o
hipnólogo realiza um diálogo com o paciente: “Ao ser conduzido ao transe, ele
tem contato com o subconsciente e com questões internas. Por meio do diálogo,
conduzido pelo hipnoterapeuta, o sujeito compreende seus questionamentos
internos e, muitas vezes, consegue solucioná-los”.
As sessões têm em média
uma hora e meia. A quantidade de sessões depende de como o paciente responde ao
tratamento. Às vezes uma única vez já é suficiente para tratar de modo
permanente e definitivo.
Hipnose é uma
ferramenta utilizada por psiquiatras e psicólogos, reconhecida pela medicina e
recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Não é ensinada nas
universidades, mas os cursos de hipnose que existem capacitam pessoas como
Lenilson, que é formado em filosofia. A hipnoterapia é utilizada para buscar no
subconsciente os problemas e tratá-los. Traumas diversos são curados como
soldados que voltam de guerras, pessoas que sofreram algum tipo de abuso, fins
de relacionamentos, fobias.
Benefícios
Também pode ser usada
para doutrinação e disciplina, como, por exemplo, maior concentração e
motivação para estudar, trabalhar ou atingir metas individuais. Qualquer pessoa
é hipnotizável, basta querer. Lenilson garante que “se o paciente quiser e a
técnica do hipnólogo for boa, o tratamento é 100% garantido”.
A hipnoterapia pode ser
usada para tratar vícios como alcoolismo e tabagismo, com estudos que provam
sua eficiência. Pode ser utilizada para amenizar dores físicas como a dor do
parto e seus resultados são rápidos.
Liberdade de escolha do
hipnotizado
Ao contrário da crença
popular, o hipnotizado não é totalmente compelido a fazer qualquer comando do
hipnotizador. Lenilson explica que existem três coisas que nenhum estado de
transe pode conseguir resultado. “Mesmo estando em estado de hipnose muitíssimo
profundo a pessoa não perde o senso de sobrevivência, o senso de moral e o
senso de liberdade.”
Em outras palavras, o
hipnotizado não acatará nenhum comando que ponha sua vida em risco, como pular
de um prédio ou atacar um pitbull. Não vai sair pelado na rua ou ter relação
física com ninguém se não for essa intenção. O senso de moral de cada indivíduo
é singular, alguns não importariam de cometer um atentado ao pudor, mas se de
algum modo as ordens do hipnotizador forem contra os princípios do paciente, o
fracasso é certo.
Outro questionamento
que o público faz: “E se o hipnólogo esquecer, sair ou morrer enquanto o
paciente está em hipnose? Ele vai ficar pra sempre neste estado?”. Lenilson
explica que a pessoa com o tempo vai para um sono fisiológico normal e depois
de acordada tudo estará como antes. Inclusive alguns casos têm esse modelo, o
paciente é colocado em transe na própria casa e depois adormece. É importante
lembrar que menores de idade devem ter autorização dos pais ou responsáveis
para fazer a hipnoterapia.
Especialista diz que
auto-hipnose tem efeitos duradores
Segundo especialistas,
toda hipnose é uma auto-hipnose, pois o processo só acontece se o paciente
aceitar. Mas na prática a auto-hipnose acontece quando a pessoa consegue por
conta própria se induzir no estado de transe e praticar sua própria terapia.
Lenilson explica que
muitos hipnólogos defendem a teoria de que a auto-hipnose tem resultados mais
duradouros do que a hipnose induzida por outra pessoa. Ao lidar com seu
subconsciente e resolver os próprios problemas, o indivíduo tem mais capacidade
de saber o que deseja e até onde quer chegar.
Auto-hipnose pode ser
feita por qualquer pessoa e ensinada por cursos ou por um hipnólogo, mas
Lenilson avisa: não é coisa simples que se apreenda na internet.
Paraná e São Paulo usam
metodologia forense para solucionar crimes
Na hora de um assalto a
vítima fica completamente nervosa, paralisada e mal consegue se controlar de
medo. Pelo menos é assim com a maioria das pessoas. Após o crime cometido, o bandido
foge e quem foi prejudicado mal consegue se lembrar do rosto daquele que o
prejudicou.
A hipnose é uma
ferramenta no combate à criminalidade. Se um indivíduo foi vítima ou testemunha
de um assalto, assassinato ou algum tipo de abuso, mas não consegue se lembrar
bem do suspeito, seja por um bloqueio mental ou por simples nervosismo de
momento, a hipnose entra em ação.
A pessoa é colocada em
estado de transe e o hipnotizador faz uma regressão de memória levando o
paciente a ter acesso ao seu subconsciente e a reconstrução do crime e dos
traços físicos do procurado.
Geralmente as sessões
são acompanhadas de um desenhista perito da polícia que é capaz de fazer um
retrato falado do suspeito. No Paraná esse método é utilizado desde 1983 e em
1999 foi criado o Instituto de Hipnose Forense, que fechou dez anos depois por
falta de especialistas.
A hipnose forense não
serve como prova judicial. É apenas mero instrumento utilizado pela polícia
para guiar investigações. Tem obtido resultados satisfatórios. O testemunho do
hipnotizado pode servir como um testemunho comum.
SAIBA MAIS
Tratamento da depressão
com diferentes métodos
Estudo realizado e
publicado na American Health Magazine pelo psicólogo e Ph.D Alfred Barrios
Psicanálise ¬ 38% de
recuperação após 600 sessões
Terapia Comportamental¬
72% de recuperação após 22 sessões
Hipnoterapia¬ 93% de
recuperação após 6 sessões
Outras doenças
tratáveis com hipnose
Neurológicas:
Enxaquecas e dores de cabeça crônicas; tonturas e vertigens; zumbidos
Digestivas: Gastrites;
dispepsias; constipações; certas diarréias crônicas (síndrome do cólon
irritável); halitose
Respiratórias: Asmas
brônquicas; rinites alérgicas; roncos e apneia do sono
Geniturinárias: Enurese
noturna; incontinência urinária; disúria funcional; cólica menstrual; TPM
Sexuais: Impotência
psicológica; frigidez e vaginismo; ejaculação precoce; diminuição da libido
Dérmicas: Urticária e
outras alergias; doenças de pele associadas a fatores emocionais
Cardiovasculares:
Hipertensão, arritmias cardíacas.
Benefícios trazidos
pela hipnose:
Redução de estresse,
ansiedade, insônia, pânico, depressão e fobias
Tratamentos de vícios
como tabagismo, alcoolismo e jogatina
Tratamento em
distúrbios alimentares como anorexia, bulimia e obesidade
Melhora na concentração
e atividades diárias.
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