sábado, 17 de julho de 2010

Falta de amor próprio ou autoboicote?



Boate e balada! Casa noturna cheia. Mais de 5 mil freqüentadores. Espaço sobreposto a cotovelada e pisão no pé. Na noite, centenas de rapazes e moças disponíveis na caça. Com quem vou ficar hoje? Será que vou encontrar meu grande amor? Ela ali, vai toda produzida tentar-se a tentar. Olhares, dança,tudo tornando o corpo em vitrine. Mas na lei de Murphy e da vida, ela acaba sendo atraída no meio da multidão pelo que menos deveria gostar: o estelionatário posando de milionário clonando cartão de crédito ou o pequeno agressor egoísta que vai lhe pisar no calo durante os dois próximos anos. Por que seu desejo lhe trai?
Dedo podre é quem gosta de andar mal acompanhado para não ficar só, quem gosta de viver de migalhas quando a temática envolve relacionamentos, é quem vive em um masoquismo, acreditando que amor é sofrimento . Dedo podre traduz a falta de amor próprio, a necessidade de sofrer para sentir-se vivo, o autoboicote advindo de péssimas escolhas afetivas.
Quase todo mundo com dedo podre acha o seguinte: "Um dia ela vai mudar"; "Comigo vai ser diferente"; "Ele me trata mal porque no fundo gosta de mim"; enfim, a pessoa, além de se boicotar, acaba bancando a cega, negando perceber os defeitos alheios, em um intenso processo de racionalismo no qual sempre tem uma desculpa, justificativa para suas ações e escolhas erradas ou sempre um álibi para quem o tortura. Será que isto traduz o que poderíamos chamar de gostar de sofrer?
A falta de amor próprio por vezes é tão interessante que muitos indivíduos acreditam piamente que só atraem parceiros errados por azar. Mais uma desculpa. Todavia o autoboicote enraizado no inconsciente afasta pessoas boas, parceiros ideais, o verdadeiro amor e o romance com final feliz.
Outra forma de viver com o dedo podre é o convívio intenso com quem não presta, com quem só faz asneira. Sabe aquele seu amigo que já capotou o carro oito vezes? Você vai deixá-lo dirigir seu carro? Vai pedir pro "chegado" totalmente enrolado com dívidas pra retirar o dinheiro em sua conta, lhe informando sua senha? Você vai realmente pedir conselho afetivo pra sua amiga encalhada que não dá certo com ninguém? Dedo podre é falta de consciência crítica aliada ao autoboicote, traduz a vida instintiva em armadilhas criadas pela própria pessoa, negando a si mesma uma vida tranquila. Muitas pessoas, por não saberem falar não, por terem dificuldade em colocar limites, acabam criando armadilhas intensas na vida, sempre refletindo a falta de amor próprio e autocuidado. Pecando por omissão, por negligencia, por apatia frente à própria vida, depois de entrar em um problema por convívio negando ainda sua própria responsabilidade frente a sua ação errada, normalmente projetando no outro toda culpa por sua falta de amor próprio e autoboicote.
Para mudar esse tipo de atitude é necessária uma reformulação de toda estrutura afetiva, começando pelo inconsciente. Um trabalho que exige esforço, mas que tem sua recompensa. O individuo deve primeiramente rever o que representa para ele sua forma de amar. Depois perceber sua estrutura interna de autoboicote e a reverter com a ajuda de um profissional.

Jorge de Lima. www.olhosalma.com.br

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2 comentários:

  1. Oieee !!!
    Dedo podre foi ótimo rs !!
    Quano eu era mais nova eu era um pouco assim, omissa, bem do jeito que comentou, deixava algumas coisas acontecerem que hoje afff...jamais !!!Falta de amor própio acho meio pesadinho falar nesse meu caso porque eu era muito nova, talvez fosse uma coisa tipo, deixava passar para não bater de frente com ninguém, por medo, por vergonha não sei ! Mas no caso de namorado , graças a Deus nunca me deixei levar por medo de ficar sozinha ou por detalhes como citou !
    E hoje em dia conheço muita gente sem amor próprio, me dá até peninha, acabam deprimidas tristes, infelizes !!!
    Precisam de acompanhamento médico mesmo, por mais que tentamos ajudar ...não entra na cabeça delas ...!
    Beijo

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  2. Cada ser humano nesse mundo passa por essas fases de imaturidade devido à falta de conhecimento em si próprio.
    Eu prefiro pensar que essas experimentações que nos causam dores sejam lições para futuramente sabermos lidar com elas e nunca mais sermos enganados.
    O erro maior é insistir nessas mesmas situações.

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