sábado, 24 de julho de 2010

O brasileiro e a cultura do estelionato



A casa noturna fechou. A loja de produtos eletroeletrônicos quebrou. Contas misteriosas aparecem semanalmente em seu cartão de crédito, em locais que você jamais esteve, com faturas de produtos que você jamais comprou. Estabelecimentos comerciais e financeiros são punidos na errática ordem de Hobin Hood: retirar do rico otário para usufruir na balada. Com eles, os clientes ficam com uma bela dor de cabeça para comprovar sua inocência ao tornarem-se vítimas do paradoxo na cultura do estelionato em clones: cheques, cartão de crédito, documentos, etc. Hobin Hood high-tech atualmente vende avestruz, faz marketing de rede, clona cartão de crédito ou cheque, vive na balada posando de artista ou bilionário bem-sucedido, sem trabalho. Por que vivemos uma cultura contraditória, de valores tradicionalistas e moralistas e nos bastidores idolatramos os estelionatários? Vamos aprofundar esta temática em nosso website:www.olhosalma.com.br
Todo o cenário aqui descrito recheia os noticiários, sendo estes os novos crimes federais contra as instituições financeiras e contra o Estado. Mas quem é esse novo bandido? Quem é essa mente diabólica capaz de feitos surpreendentes, lesando todo um sistema financeiro? Nosso bandido moderno não mora mais em favelas, não está à margem da sociedade. Habita boas casas, com todo o conforto de uma família classe média, faz faculdade e, provavelmente, você vai encontrá-lo nas melhores festas, bares e restaurantes com alto consumo, impressionando a todo ser mortal que ali ouse frequentar. Em uma balada semanal, gasta com facilidade até R$ 10 mil. Nosso novo bandido é "esperto", especialista em microeletrônica, informática, sabe tudo sobre o código penal, sempre à frente dos serviços de inteligência sucateados das polícias. Por isso é tão escorregadio. Quando um golpe é descoberto, o rombo na praça já ultrapassa com facilidade um prêmio da mega-sena.
A cultura do endividamento, dos juros embutidos, do crédito fácil do capitalismo selvagem, fomentou na sociedade a necessidade obsessiva de consumo. O importante é gastar, não ter. Se você puder gastar sem ter e exibir, melhor! Toda "facilidade" de créditos a perder de vista, ilimitados, mesmo que com altíssimas taxas de juros, criou a cultura do estelionato, uma contra-indicação de um pseudoaquecimento de mercado em uma economia em recessão no Brasil. Mas estelionato é crime? Será que os políticos acreditam nisso? Isto vale para as promessas de campanha? Esse macrocenário vivenciado com angústia pela classe média é o pai da criança que aprendeu a viver nas dívidas, querendo consumir o que não tem condições de ter. A impunidade intensa no meio político acentua o processo. Trabalho escasso, salários retratando a desigualdade social que continua a mesma, forjando a frio o novo tipo de bandido. Seu perfil psicológico é o de um anti-herói que faz da vida uma aventura de risco constante, movido a baladas e adrenalina. Alto consumo sem trabalho ou ostentação sem origem definida de renda, comuns neste perfil. Acham-se os grandes espertos da sociedade e vivem para impressionar os que são como eles. E o que mais surpreende é a conivência ou apatia de pais e familiares nessa roda financeira, ignorando totalmente o que fazem seus pimpolhos na cultura do estelionato hoje consagrada e típica. Porém, todo bandido herói tem fim trágico. Por quê?

Jorge de Lima. Para saber mais: www.olhosalma.com.br

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3 comentários:

  1. salve-se quem puder ..que cultura será que herdamos
    por sermos tanto tempo explorados,gostei a paz

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  2. Wiiliam, e o pior disso tudo é que, quando queremos ensinar nossas crianças o que é, na prática, responsabilidade fiscal e social, toda a mídia os deslumbra, com tentações a perder de vista. Isso tudo que vemos é uma violência contra-educativa sem tamanho!!

    Ótimo artigo esse do Jorge de Lima!

    Abçs!

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  3. infelizmente todos querem uma pontinha e os maiores ladrões contam com a benevolência e atalhos que as leis proporciona aos indinheirados punidos mesmo só os ladrões de galinhas.Parabéns pelo post. vassalo

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