sábado, 24 de julho de 2010

Por que existe o mendigo?



Ao iniciar uma pesquisa sobre o porquê do mendigo, pode-se enumerar uma lista muito grande de conceitos que caracterizam este termo, tais como: simplesmente pedinte, ou aquele que anda pelas ruas, sujos, com roupas rasgadas, e dormindo nas marquises das lojas sofisticadas, ou aquele que sai de porta em porta pedindo um pedaço de pão para saciar sua fome e de seus filhos e esposa.
A princípio, o surgimento dos mendigos advém de coisas simples, isto é, pessoas pobres que não têm como se alimentar; não acham outro meio se não pedir um pouquinho ao vizinho, cuja sensibilidade do amigo ou conhecido não mediu distância, proporcionando condições para que aquele ser humano pudesse saciar a sua fome, ou procurar os meios de sobrevivência, isto é, uma atividade qualquer para executar.
O mendigo vive uma vida muito complicada, sai pela manhã, de casa em casa a pedir pão, roupa velha, comida em geral alguma moeda que vai servir talvez para consumir alguma dose de bebida.
Muitas e muitas vezes, o pedinte não chega em seu local de repouso , “quando tem”, ficando na sarjeta, bêbado pelas calçadas, cujos companheiros são os cachorros e seus colegas de infortúnio, como se observa nas ruas escuras e debaixo das pontes, que são os seus berços acolhedores de mais um dia de cachaça e de dores para seus filhos e familiares que vivem diariamente a mesma situação. Na hora do desespero, na maioria das vezes inicia-se a chamada “exploração infantil” colocando o filho para o trabalho de baixa qualificação, pois não tem condições de conseguir um nível escolar suficiente e possuem uma grave dificuldade de mantê-los.
Com o passar dos anos inúmeras crianças que vivem dia e noite nas ruas das grandes cidades passam a ter o seu caráter formado, que não costuma ser bom. A chance de sair um bom cidadão das ruas é muito rara, pois cresceram no meio de tráficos, vícios , furtos e todo o tipo de criminalidade em geral , fazendo disso uma rotina em seu cotidiano.
A sobrevivência do mendigo é muito difícil, porque ele é pobre, muitas vezes cheira mal, não tem o que comer e vive a pedir para poder passar mais alguns momentos sobre a terra, que ao acostumar-se com aquela situação torna-se preguiçoso, inconveniente, e muitas vezes não respeita a condição dos outros que tecem uma discriminação incontrolável sobre aquele que deseja completar sua tarefa evolutiva. Muitos mendigos já perderam as esperanças de um futuro melhor, enxergam a tão sonhada casa própria, o tão sonhado emprego fixo como uma realidade muito distante. Por mais absurdo que pareça, muitas pessoas consideram mendigos como verdadeiros protozoários da raça humana.
O grande defeito de todos nós é que só queremos ter igualdade em relação aos nossos superiores. Enquanto existir todo tipo de inferioridade dentro da humanidade, os problemas sociais vão estar sempre presentes.

Hully Segatti tem 15 anos, é escritora, autora da obra Feridas não tratadas, professora de Música e pretende ser psicóloga.

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6 comentários:

  1. Oi,
    William,
    Que texto! Muito bom, esse é o retrato da vida real nas nossas cidades infelizmente...O pior é que pouco ou quase nade se faz por essas pessoas o que é lamentável. Bjos no coração e fica com Deus

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  2. Vivemos em uma sociedade individualista e cada um trata de seus próprios interesses, esquecendo que a igualdade se refere ou engloba todos os patamares e não somente os privilegiados, o nome por si só traduz " Igualdade".
    Abraços forte

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  3. Achei o máximo vindo de uma menina de 15 anos..a frase final achei sensacional !!

    Beijos

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  4. Willian,acredito que existem mendigos,por diversas razões das quais não sou capaz de enumerar;mas acredito que a sociedade capitalista contribui e muito para tal.
    bjos

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  5. Conheci alguns mendigos que assumiram esta condição por opção. Com instrução e capacidade optaram por viver na rua...
    Outros o são por absoluta falta de opção...
    O ser humano é muito complexo.

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  6. Olá Willian , alego que fiquei um tanto surpresa ao ver meu texto postado em seu blog. Obrigado!

    Hully Segatti

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