domingo, 25 de julho de 2010

Eleições 2010: Falsidade e a farra do Tio Patinhas



Nos bares, nos terminais de ônibus e em tudo quanto é canto da cidade ouve-se falar que estamos “no tempo da política”. E no imaginário popular, submerso na farsa da democracia representativa, as eleições realmente são o “tempo da política”.
Nos próximos dias os nossos políticos devem começar a mostrar a cara, coisa que a grande maioria não fez nos últimos anos. Santinhos, carros de som, carreatas e bandeiras inundarão a cidade, que se tornará suja e barulhenta. No rádio, nos jornais e na televisão os “grandes” irão se degladiar e se utilizarão até dos meios mais excusos para conquistar o voto do eleitor. Muito alvoroço e pouca discussão programática.
A mídia e os meios de comunicação de massa vem construindo, desde o início do ano, a ideia de uma eleição polarizada, na qual só existem duas alternativas: em nível nacional a sucessora de Lula ou o ex-governador de São Paulo. Escrevo-lhes meus caros leitores, para desconstruir essa ideia de polarização que a mídia vem veiculando. Qualquer observador mais perspicaz pode perceber que, embora as legendas sejam distintas, o jogo de interesses é o mesmo. E quem sai perdendo nesse jogo, como sempre em nosso País, é o trabalhador brasileiro.
Em nível nacional, tanto o programa de governo do tucano como o da petista, estão a serviço do grande capital, dos organismos internacionais e do empresariado. Embora um ou outro diga olhar com mais atenção para as demandas sociais, ambos estão sempre de namorico com os setores da média e alta burguesia.
É meus amigos, sinto-lhes informar, papai Noel não existe. Dilma e Serra são “farinha do mesmo saco”, como dizia minha avó. É bem verdade sim que um destes irá sair vitorioso após as eleições. Mais não vamos cair nessa ladainha de polarização, porque se a disputa é homogênea, não existem polos opostos. Eles apenas estão disputando quem afinal irá dirigir o aparelho do Estado.
Outro absurdo do “tempo da política” é a quantidade de dinheiro gasto nas campanhas.
A origem desse montante ainda não foi declarado. Quem está pagando essa conta afinal? O povo ou o empresariado? Acho que deve ser o velho Tio Patinhas. Aquele saudoso, da minha infância, que nadava em uma piscina de moedas de ouro.
Enfim, precisamos acordar. As eleições não mudarão as condições estruturais de nosso País, nem sequer a conjuntura. Mais precisamos olhar com mais atenção para os outros, aqueles que a mídia nem sequer mostra. São esses que estão diariamente na luta junto com os trabalhadores, que dialogam com os movimentos sociais, com as associações de bairro. São esses que conhecem a dura realidade das classes populares, pois não ficam enclausurados em gabinetes o dia inteiro despachando. Mais que dar o voto, precisamos nos organizar e lutar, para construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde não existam patronatos e nem gestores, e cada homem possa viver do seu próprio trabalho, sem ser explorado por outrem.

Luciano Alvarenga Montalvão é graduando em Psicologia e servidor público.

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2 comentários:

  1. espero que nessa eleição o povo reflita sobre verdadeira mudança na qualidade de vida que parte do voto....

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  2. Tenho absoluta cretaza que temos é que olhar para nosso próprio umbigo.
    Temos que nos comprometer e participar, pois até o momento so temos reclamado.

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