quinta-feira, 8 de julho de 2010

Temposensitividade: O que é isso?



Há pessoas que alegam prever mudanças nas condições atmosféricas pelo comportamento de calos, de reações em cicatrizes cirúrgicas e de dores em articulações ou em pontos de antigas fraturas ósseas. Outras, ainda, possuem o seu estado de humor e disposição associados às variações meteorológicas. Se você está entre elas, não se preocupe; esse fenômeno tem nome: chama-se temposensitividade.
Por definição, temposensitividade é a forma como as pessoas reagem frente às variações meteorológicas. Abrange tanto os aspectos psicológicos, cujos reflexos dá-se no comportamento, quanto físicos, como no caso das dores.
A biometeorologia é o ramo da meteorologia que, aliado às ciências biológicas, estuda o fenômeno da temposensitividade. Basicamente, busca estabelecer relações entre a saúde dos seres vivos e as condições meteorológicas e/ou climáticas.
A obra, em vários volumes, de William Ferdinand Petersen, The Patient and the Weather - O paciente e o tempo - é um dos exemplos da biometeorologia aplicada à medicina. Outros trabalhos podem ser encontrados em publicações especializadas, como é o caso das revistas Progress in Biometeorology e International Journal of Biometeorology, entre outras.
Nos temposensitivos, as chamadas dores meteorotrópicas - em calos, em cicatrizes, em amputações, em estados de artrite, etc. - costumam ocorrer quando há mudanças nas condições de tempo. A explicação parece estar relacionada com o fato de que com a mudança da umidade e da temperatura, a pele se contrai ou se estende. Os calos e as cicatrizes têm textura diferente da encontrada na pele normal. Assim, também reagem diferentemente, provocando as sensações de dor. Provavelmente, algo parecido deve ocorrer em uma articulação inflamada.
Quanto aos aspectos psicológicos - depressão, irritabilidade, insônia, fadiga, etc. -, a explicação não é tão simples. É provável que esteja associada à produção e liberação de algum tipo de substância pelo organismo. O chamado "Efeito Foehn" é um dos exemplos clássicos e curiosos da biometeorologia. Ocorre em regiões montanhosas, onde o vento quente e seco, que desce as encostas, provoca nos indivíduos temposensitivos os populares acessos de loucura, histeria e depressão nervosa.
Há relatos de serviços de bioprognose, como os descritos por Roberto Schmidt, no livro Você e a meteorologia, exemplificando o caso alemão, em que mais de um milhão de pessoas buscavam anualmente no serviço meteorológico daquele país saber se o seu estado de ânimo ou jeito de proceder tinham a ver com reações causadas pelas condições meteorológicas reinantes no dia.
Várias vezes, sempre quando já estava chovendo, escutei indivíduos pretensos ou realmente temposensitivos dizerem algo do gênero: "Não podia dar outra, meu joelho esquerdo estava incomodando". Acreditar ou não? Sinceramente: "No creo en las brujas, pero que las hay las hay".


Gilberto Cunha.

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Um comentário:

  1. bah minha mãe sempre
    fiz q sabe quando vai chover
    pork o braço
    q ela quebrou doi
    naum sabia q isso tinha nome
    curti
    bjim

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