quarta-feira, 7 de julho de 2010
Não vou mais usar celular
Não tenha dúvidas: nos melhores momentos, ele vai tocar. E nunca será com uma boa notícia. Sabe naquele momento em que você finalmente conseguiu encaixar o papo com a garota, ela está começando a achar você divertido, de boa conversa e que você já estuda as alternativas para o bote final? Sim, nessa hora ele irá tocar. Sabe naquele momento crucial de sua fala, onde todo seu preparo intelectual foi destinado a criar a dramaticidade ideal para que todos se concentrem no ápice de seu raciocínio? Sim, nessa hora ele irá tocar. Sabe quando o jogo está no momento de tensão extrema, quando um time se defende desesperadamente para segurar o resultado e o outro ataca com o coração acima de tudo? Sim, nessa hora ele irá tocar.
E não se iluda, pois não será nada importantíssimo que só poderia ser resolvido naquele exato momento. Muito menos uma excelente notícia de um aumento salarial que equipara sua folha ao que recebem os mais altos cargos do judiciário. Muito menos aquela beldade que você entregou seu cartão no último churrasco com os amigos que varou a madrugada em um bom papo etílico. Será uma coisa fútil, banal e que não levará a lugar nenhum. Mas o fato é que essa ligaçãozinha inconveniente estragou algo muito melhor que estava rolando. Isso é o que mais acontece.
As mensagens também são uma baita estraga prazeres. Você está em um belo papo e a pessoa pega o celular para verificar uma mensagem ou e-mail. Pronto. Quebrou todo clima. Ela passa a prestar atenção só no que está teclando. Acabou o diálogo. Inclusive, sou a favor de uma lei que proíba e seja passível de multa quem responde mensagens ou e-mails em mesas de bares e restaurantes. O estabelecimento comercial também deveria ser punido por deixar que uma coisa tão deselegante dessas aconteça sob seu domínio. Nos mesmos moldes da lei antifumo.
E não me venha defender o celular dizendo que podem ser coisas urgentes. Eu só trabalho com dados e números. Faça um levantamento de todas as ligações que você recebe em um mês no seu celular e comprove. Do total, quantas eram realmente urgentes e precisavam falar com você naquele exato momento? Fiz essa experiência e não chegou a 5% do total de chamadas recebidas. Sinceramente, não vale a pena o esforço.
O mundo funcionava muito bem sem esse maldito aparelhinho no bolso de todos. As coisas rolavam e ninguém se recorda. Parece que sempre existiu celular e todo mundo precisa falar com você naquele segundo. E se não for agora não serve mais. Desculpe, mas esse mundo do imediato não me seduz. Se estou conversando com uma pessoa, gosto de dar atenção a ela. Aquele é um momento especial e que deve ser vivido com intensidade. E isso é impossível com um aparelho tocando a todo momento em seu bolso. Por isso que sempre quando vou conversar com alguém, desligo o celular. Em consideração ao interlocutor. Em respeito à minha sanidade.
Então, se você me ligar e o celular der na caixa, não se preocupe. Ou estou conversando com alguém, ou estou almoçando, ou estou vendo um jogo, ou decidi realmente aposentar o aparelho.
Pablo Kossa.
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Postado por
William Junior
às
20:09
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muito bom
ResponderExcluirconcordo plenamente com tu
celular so serve pra quebra o clima
sem fala nos malas q ficam escutando musikinha
q geralmente é funk
dentro do onibus
pra q celular
o meu passa maioria do tempo desligado :D
bjim guri
De fato o celular vindo, inclusive, com aquelas músicas estridentes é de matar!
ResponderExcluirMas vamos levar para o lado positivo!
E se for alguém que esperas que te diga um "olá" coberto de ternura?
rsrs
beijos, querido
Maria Marçal - Porto Alegre - RS