sábado, 17 de julho de 2010

O vendedor de algodão-doce



Já vem de alguns anos, a obsessão do empresário Eike Batista em ser o homem mais rico do mundo. Para ele a felicidade passa pela vaidade de ser o homem mais cobiçado do planeta. Não pelo que é, mas pelo que tem. Problema dele. Pragmático, não se importa se dele querem só o dinheiro. Aliás, grande parte sua riqueza material é herança de seu pai Eliezer Batista, presidente da Companhia Vale do Rio Doce, na época da ditadura. Ex-esposo da linda Luma de Oliveira, Eike viu o poder de sua grana, ser rebaixado às cinzas, quando Luma o traiu com um simples policial do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Pior ainda quando, meses depois, ela desfilou na Marquez de Sapucai, - mais uma vez seminua - com uma coleira no pescoço, escrito Eike, sugerindo perdão e submissão ao marido traído. O mundo todo viu tamanho mico. Problema dele. Divorciaram-se. Em 2008, Eike numa coletiva à imprensa, disse que no ano seguinte, seria o homem mais rico do mundo. Os fiscais da Receita Federal, diante de tamanha exteriorização de riquezas, fizeram-lhe uma visitinha que lhe causou uma pequena dor de cabeça e algumas multas de alguns milhares de reais. Neste caso, não se tratou de um simples mico, mas de um King Kong. Problema dele.
Eduardo de Tal, anda - à noite - a passos largos, quase correndo, carregando como quem carrega um estandarte, um tubo de PVC cravado de palitos com algodão-doce coloridos envolvidos em saquinhos plásticos que ele vende pelo simples valor de um real, a unidade. Com um pequeno boné que protege a sua cabeça de senhor de meia idade com poucos cabelos, da friagem da noite, atravessa boa parte da cidade, a pé, vencendo 15 km na vinda e outros tantos para voltar para sua pequena casa escondida, perto do trevo que dá destino sei lá para onde, além de outras distâncias indefinidas de bar-em-bar. Uma versão urbana e atual de Dom Quixote. Faça frio ou chuva, o nobre guerreiro de açúcar - sem se derreter e sem se render - percorre os bares da cidade a vender doçura. E o mais interessante, a venda não é para crianças, mas para adultos, quase sempre para mulheres. Se não bastasse tanta singeleza, traz sempre no bolso da camisa dezenas de "santinhos" com dizeres religiosos que não são mais que convites para se interagir com Deus que ele distribui aos seus clientes. É de se perguntar: como este pobre homem, vive sempre a sorrir? Com que força tem este pobre andarilho-vendedor que percorre- de bem com a vida- os quatro cantos do Setor Oeste, do Leste, Norte às vezes, nas horas altas da madrugada?
A princípio, parece um pobre coitado. Não o é. Eduardo é apenas um homem simples, humilde, que estampa na face um sorriso imenso de causar inveja. Acho que este é o seu único mal- se realmente causa. Eduardo não tem problemas existenciais, não corre o risco de sequestro, não paga duplicatas, não tem cheques pré-datados a cobrir e tampouco, recebe cheque sem fundos e o melhor, não tem o fisco como algoz. Sempre que o encontro, faço-lhe a mesma pergunta:
-Meu amigo, você ainda é feliz?
E ele, me responde com um sorriso largo:
-Felicíssimo!
E com esta certeza fica, para mim, mais evidente que precisa-se de muito pouco pra ser feliz!

Tadeu Nascimento. (tadeunascimento10@hotmail.com / www.blogdotadeunascimento10.blogspot.com)

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Um comentário:

  1. bah guriii
    pior q é bem por ai
    a felicidade esta nas coisas simples da vida
    basta vc querer ver
    e nada como um belo sorriso
    para deixar as coisas mais faceis de ser encaradas
    bjim

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