Enquanto alguns reivindicam o uso da
internet às pessoas que sobre elas têm certa autoridade, outros estão se
decidindo se isso é necessário ou não e ainda outros garantem não sentir falta
dela. Não é possível ter saudades do que não se conhece, assim como é inviável
não se utilizar dessa tecnologia. É como se negar a usar a luz elétrica.
Na era da industrialização a mecânica
inundou o mundo, e desde o seu advento a internet fez o mesmo caminho,
mostrando-se como um bem universal. A invasão foi tão rápida que ainda estamos
tontos, tentando colocar ordem no uso dela, uma ferramenta com um poder tal que
exige estudos, ainda que sua força esteja à vista de todos.
Primeiro veio a má fama, o destaque do lado
perverso do ser humano, enquanto os benefícios simultâneos não gozaram da mesma
divulgação. Falo da internet pessoal e seu uso caseiro, pois a universal
instalou-se sem pedir opinião. Quanto mais a tecnologia é usada, bem usada, mal
usada, exageradamente utilizada (desde as conexões discadas e caras, levando os
estudantes a se ligarem nela após a meia-noite, e irem à escola de manhã com
proveito zero), mais o vício é ventilado, tal como os crimes pela rede.
Não é recente, mas um aspecto palpitante é
a ação desta ferramenta em despertar sentimentos, os mais variados, começando
pelo ciúme, desejo e concretização de infidelidade, descobertas de traições,
assim como início e fim de amizade e amor. Destila-se ódio pela rede. Uns
atacam, outros defendem e ainda outros se omitem.
O mundo virtual copia a face social
verdadeira, espelhando a realidade. Não são mundos paralelos e sim
complementares, e o que se faz num afeta diretamente o outro. Isso precisa ser
lembrado por todos. O rastreamento é possível, e, caso haja pontas soltas, o
bem e o mal serão encontrados. O errado nem sempre se lembra disso. Estar
conectado é ter acesso a tudo de bom e ruim que a sociedade produziu e
produzirá. Cada um pode se utilizar dos caminhos possíveis, exatamente como na
vida. As escolhas dependem da índole de cada um.
Reparo a força positiva das ferramentas
Facebook e WhatsApp. A visibilidade, a aproximação e afastamento de pessoas
queridas, a geração de novos afetos, a intensificação de sentimentos
adormecidos mostra facetas daquilo que supúnhamos, sem saber o tamanho e a sua
potencia. Os ódios guardados no freezer podem vir à tona com o frescor da hora
do acontecimento, assim como amores e amizades adormecidos podem voltar
arrebentando, forçando emoções e despertando sentimentos gostosos ou dolorosos.
Há quem seja desinibido, comunicativo e
que, em qualquer situação faça a festa, se dê bem, apareça, arregimente
contatos, participe de festas, fique à vontade em qualquer lugar. Outros, mais
fechados, tímidos, sérios e acanhados, conseguem pela tecnologia dar seus
primeiros passos, fazer amigos, encontrar amores, reaproximar-se de colegas e
parentes. Pessoas conhecidas mostram-se mais acessíveis, e as afinidades e
diferenças se fazem ver e marcar.
Ainda que eu faça uso diário da internet
desde a virada do século, me surpreendo positivamente em relação às
oportunidades que a rede oferece, especialmente em relação à família maior,
tios, primos, sobrinhos e afins. Há quase meio ano estamos em contato
frequente, participando da vida uns dos outros e isso nos torna mais amigáveis,
mais próximos, mais solidários e mais felizes.
Assim, só posso, estando satisfeita com os
frequentes encontros familiares, propiciados em parte pela tecnologia,
constatar que perde quem não a usa para se aproximar de gente, para vê-las,
tocá-las, amá-las, convivendo com todas as suas características, boas e ruins,
porque poucos são perfeitos. É a internet com seus prazeres e aflições,
mistérios e revelações.
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ahh... dizer que a internet é ruim seria hipocrisia de mais, ainda mais porque vivo conectada, estou sempre conversando com alguém e acho divertido. aproxima as pessoas, proporciona experiencias pessoas e profissionais como em nenhuma outra era. Mas, as vezes, é demais.
ResponderExcluirSerio! a proximidade de pessoas as vezes incomoda. o "fuxico" de outras... por mais que você bloqueie, por mais que "fuja" é muito mais fácil esparrar com alguém indesejado na internet.
Sem contar a exposição ao consumo...
eu fico pensando que estamos na era da informação e isso é bom, mas as vezes dá uma saudade da simplicidade de alguns anos atras que chega a ser nostálgico. Hoje estamos mais próximos, mas, com certeza, éramos mais sinceros.
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