Psicopatas,
hiperativos e ansiosos podem abusar das mentiras. Solução para abusos pode
estar na religião e nos medicamentos. Nem todos são Pinóquios, os mentirosos
com deficiência moral, caracterizados como indivíduos “frios”, são perigosos.
Como disse o escritor Machado de Assis: “A mentira é muita vezes tão
involuntária como a respiração”.
Convenhamos, isso sim é uma
verdade! Mesmo no mundo extremamente moralista em que vivemos hoje, todos
sabemos que a mentira é algo comum do dia a dia. Quando se fala de mentira, o
olhar de repulsa toma conta de quem ouve a palavra, mas que jogue, então, a
primeira pedra quem nunca disse pelo menos uma mentirinha, por mais boba que
ela pareça!
A questão em si não é afirmar a normalidade que o ser humano tem em
mentir. E sim deixar claro quando essas pequenas mentiras se tornam grandes e
podem afetar a vida de seus praticantes. A pergunta chave é: “Até quando mentir
é comum?”.
O estudante Lucas de Alvarenga Santos Freire, 18, diz que começou a
mentir para os outros quando ainda era criança. Segundo o rapaz, ele começou a
mentir porque seus colegas possuíam coisas que ele não tinha condições de ter
devido sua classe social. E a mentira o fazia sentir melhor: “Me sentia
satisfeito. Depois de um tempo, começou a virar prazer, sentia prazer em
enganar o outro”. Lucas também conta que as mentiras se confrontavam, pois as
contava de maneira diferente para cada amigo, e que por causa dessas brechas
tinha que “sair de cena”.
Após procurar uma terapia de grupo, o jovem sente-se curado e diz que se
arrepende das coisas que fez. Lucas também aconselha as pessoas que mentem para
que sejam elas mesmas e para que não se achem menosprezadas pelas palavras dos
outros. “Por não aceitar o que eu era, por não dar valor naquilo (ele mesmo),
sofri com as consequências. Você não precisa ter o status e nem a grana, só
precisa de amor e isso você pode ter sem mentir”, afirma.
O psiquiatra Marcelo Caixeta explica que a mentira compulsiva, ou
mitomania, pode ser identificada após os sete anos, quando a criança já
consegue distinguir o fictício do real. Esse estado crônico é comumente
encontrado em pessoas que possuem um ego muito forte, hiperativas, obsessivas,
ansiosas e depressivas. O psiquiatra ainda afirma que até mesmo certos fatores
psicológicos familiares podem interferir na capacidade de mentir de um
indivíduo.
Marcelo cita famílias que tenham desvio moral, como, por exemplo, pais
que incentivem os filhos a se aproveitar dos outros e que tenham uma vida
emocional “ventilada”, no qual o dia a dia é tão corrido que não há tempo para
se envolverem emocionalmente.
Segundo Marcelo, a mitomania pode ser também provocada por condições
patológicas, como na bipolaridade, na doença epilética e na doença paranoica:
“Nestas circunstâncias, os indivíduos são ‘cabeçudos’, ‘teimosos’ demais, e aí
o que se passa em sua mente, para eles, passa a ser a verdade”.
PSICOPATAS
Outros estados patológicos, que são propensos a sofrer de mitomania, são
pessoas que sofrem de transtorno de temperamento hipertímico e transtorno de
personalidade antissocial, a famosa psicopatia. “Na hiperatividade, na
personalidade antissocial, o indivíduo tem uma vontade muito forte, uma energia
muito grande, isto associado com uma deficiência moral torna o indivíduo
‘frio’. E este indivíduo pode mentir para satisfazer seus desejos, sem
preocupação pelo bem-estar ou pelas dores infligidas ao outro”, relata o
profissional.
O psiquiatra cita alguns métodos de tratamento para esses mitômanos:
vivência moral religiosa; procura de grupos de autoajuda, onde os participantes
confessam suas mentiras e falam sobre suas causas e consequências;
psicofamacoterapia, para doenças patológicas, e um melhor convívio familiar. “A
família mostra os prejuízos que o mitômano está causando aos que ama, na
tentativa de despertar remorso pelos entes amados e, com isto, consciência
moral”, aconselha Marcelo.
Pesquisa revela que
mulheres mentem mais do que homens ao flertar
Uma pesquisa feita com 2.300 usuários de um site de relacionamentos
revelou que mais da metade de homens e mulheres mentem durante suas paqueras.
Ainda que as estatísticas de ambos os gêneros passem de 50%, a pesquisa mostrou
que as mulheres mentem mais que os homens na hora de flertar.
Na pesquisa foi revelado que 64% das mulheres entrevistadas já mentiram
durante sua paquera. A estatística para os homens cai para 51%. Porém, o
consultor de relacionamentos do site, Frederico Mattos, afirma que 82% das
mulheres disseram ter descoberto mentiras contadas por seus correspondentes.
FRAGILIDADES
O consultor ainda explicou a diferença das mentiras contadas pelos
homens e pelas mulheres. Segundo Mattos, as mulheres mentem mais para esconder
suas fragilidades emocionais enquanto os homens tentam ocultar suas
negligências amorosas. O consultor ainda fala que as mentiras vêm com a
necessidade de agradar e as expectativas do parceiro, ou seja, quanto mais
irreal a situação fica, maior é a vontade de mentir. Ainda que essas mentiras
existam, 75% das mulheres respondem que perdoariam seus pretendentes. Nos
homens, esse número cai para 55%. Dentre as mentiras referentes à pesquisa, a
mais desaprovada pelas mulheres foi “Não estou saindo com ninguém. Só você!”
com 53% dos votos, enquanto a dos homens foi “Ele é só meu amigo” com 36%.
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