A alta significativa dos preços
de produtos e serviços, nos últimos seis meses, foi percebida por 81% de
pessoas entrevistadas pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
(Depecon) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp
e Ciesp). O fenômeno fez ainda que esse público mudasse os hábitos de consumo.
O estudo foi realizado nacionalmente entre os
dias 12 e 26 de maio de 2015, com 1,2 mil pessoas. Dentre os itens que mais
sofreram variações de preço no último ano, alimentação e bebidas foram citadas
por 87% dos entrevistados, seguidas por energia elétrica, gás e água (59%) e
por habitação (33%).
Com o impacto dos aumentos, a
maioria dos consumidores decidiu trocar produtos com os quais estavam
acostumados por marcas mais baratas (51%) e produtos mais baratos (42%).
Refeições fora de casa foram reduzidas (27%), assim como o uso de serviços
pessoais (12%). Cinco por cento dos entrevistados trocaram o meio de transporte
que utilizavam.
De acordo com a pesquisa, a
elevação das tarifas de energia elétrica também foi sentida pelas famílias, que
reduziram o consumo, assim como a utilização de eletrodomésticos, por exemplo,
para driblar as contas.
O estudo, de acordo com a
Agência Indusnet Fiesp, apontou também que a combinação do aumento dos preços,
alta de juros e a percepção de que os salários não acompanharam a inflação
influenciou negativamente na intenção das famílias em contrair novas dívidas, o
que afeta diretamente o poder de compra.
Como nesse ano o aumento da
energia elétrica foi alto (de janeiro a maio o consumidor passou a pagar, em
média, 41,9% a mais, segundo dados do IBGE), questionou-se qual foi a reação
gerada por esse aumento. Para a maioria dos entrevistados (61%), a reação foi reduzir
o consumo; já 19% dos entrevistados declararam que mantiveram o mesmo consumo.
Por outro lado, mesmo na
situação do aumento de preços da energia elétrica, 14% dos entrevistados
afirmaram que aumentaram o consumo e 3% dos entrevistados declararam que não
sentiram o aumento.
Observando o impacto no consumo
de outros produtos, o aumento do preço da energia elétrica fez com que 37% dos
entrevistados desistissem de comprar mais um eletrodoméstico nos últimos 12
meses. Já 10% dos entrevistados compraram eletrodoméstico mais econômico e 2%
trocaram o aquecimento da água de energia elétrica para outras energias.
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