É preciso lembrar que é comum nos deixarmos
influenciar pela ideia de que ser feliz é morar no bairro mais caro, ter o
carro do ano ou ter a 'vida perfeita' de uma atriz de novela. A verdade é que
ser feliz tem a ver com a construção de um modo particular de enxergarmos as
coisas e de sentirmos a vida, evitando comparações com a trajetória alheia.
A exposição digital não pode nos afastar do
'olho no olho', ou do simples 'olhar pela janela'. Todos os exageros nos
impedem do contato e da oportunidade de nos olharmos e nos reinventarmos a cada
dia através do outro.
Um estudo divulgado pela Universidade de
Michigan apontou uma ligação entre o uso excessivo das redes sociais e a
infelicidade. Dados coletados assinalam que as emoções ligadas à infelicidade
aumentaram proporcionalmente ao tempo de exposição às postagens de gente aparentemente
feliz.
Para desenvolver o material, os
pesquisadores enviavam cinco mensagens diárias, durante duas semanas a cada
voluntário de um grupo de 82 pessoas dentre jovens e adultos. Os links
mostravam a quantidade de vezes que cada um dos usuários visitava a rede social
e quais eram seus níveis de preocupação, solidão e satisfação geral com a vida.
A vida do outro tem o mesmo grau de
dificuldade que a nossa. O que acontece é que a maioria das pessoas destaca
somente o que acontece de bom e isso nos gera a impressão de perfeição. Não há
nada de errado em evitar postagens ruins, mas devemos lembrar que as redes
sociais representam apenas uma parte de nós, aquilo que achamos que vale à pena
dividir, evitando ressaltar coisas negativas.
Não considero estas escolhas uma espécie de
alienação, mas sim uma maneira de dizer: 'isso é legal e eu quero dividir com
meus amigos'.
Muitas vezes, estamos tristes e, passear
por uma postagem engraçada ou uma foto bonita, uma poesia, um vídeo, pode ser
um incentivo.
Todas as relações devem ser saudáveis,
sejam virtuais ou pessoais.
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