Os
últimos 20 anos caracterizam-se por um intenso aumento do consumo de drogas no
Brasil e, proporcionalmente, um declínio em várias partes do mundo.
A
resposta dos governos FHC, Lula e Dilma tem sido amadorística, fragmentada e
absolutamente insuficiente para enfrentar todos os desafios. O governo federal,
infelizmente, tem sido tolerante com os nossos vizinhos produtores de drogas
(Bolívia, Colômbia, Paraguai e Peru) e até mesmo com milícias, como as Farc.
Com
essa atitude leniente deixamos desenvolver um grande mercado de drogas, de
Norte a Sul, de Leste a Oeste, nas grandes e nas pequenas cidades. Não existe
região brasileira hoje que não esteja duramente marcada pela tragédia das
drogas.
É uma rede complexa, que envolve desde uma dona de casa, um motorista de taxi, um usuário de drogas, resultando em um mercado cada vez mais intrincado, com vários tipos de trocas, e envolvendo outras atividades legais como transporte, estocagem, aviação e até mesmo bancos.
É uma rede complexa, que envolve desde uma dona de casa, um motorista de taxi, um usuário de drogas, resultando em um mercado cada vez mais intrincado, com vários tipos de trocas, e envolvendo outras atividades legais como transporte, estocagem, aviação e até mesmo bancos.
O
sistema policial tem feito a sua parte e cerca de 15% dos mais de 700 mil
presos no Brasil são decorrentes do tráfico. A partir de 2006, com a lei
11.343, nenhum usuário foi preso simplesmente pelo fato de consumir drogas.
Essa mudança legal na época foi considerada boa até mesmo pelos setores da
sociedade que defendem a legalização das drogas.
Ela
poderia ter sido um avanço se, com a despenalização do usuário, fosse
acrescentada como alternativa o necessário encaminhamento para o tratamento e
orientação, como uma das medidas para não só ajudar o usuário, mas também
enfraquecer a rede do narcotráfico.
Nada
disso foi feito, e o que ocorreu nesses últimos dez anos foi um contínuo
aumento e a diversificação do tráfico e do consumo.
Os
países que conseguiram combinar uma ação legal firme com uma estrutura de
tratamento efetivo poderiam ser considerados paradigmas para o Brasil. A
Suécia, por exemplo, mudou sua postura depois de reconhecer o impacto negativo
das medidas mais "liberais".
Lá - onde o consumo de drogas voltou a ser
ilegal após cerca de 30 anos de liberação - os dependentes surpreendidos por
qualquer agente da lei, da segurança ou do serviço social devem ser
encaminhados para tratamento. Esse tipo de política, que é consensual na
Suécia, leva os diferentes partidos a desejar que a próxima geração de suecos
não faça uso de nenhuma droga.
Essas
histórias de sucesso não são levadas em consideração pelos paladinos da
legalização das drogas no Brasil. Esse lobby está com uma ação no Supremo
Tribunal Federal (STF) que tenta alterar o artigo 28 da lei 11.343, que na
prática legalizaria não somente o uso de qualquer droga, mas também a produção
doméstica. O argumento falacioso é que o uso de drogas é um comportamento que
afeta somente o indivíduo e que, portanto, seria inconstitucional uma lei
cerceando esse direito.
Uma
pesquisa com familiares de dependentes químicos, feita em parceria com a
Federação Brasileira do Amor Exigente (entidade que organiza mais de mil grupos
por todo o Brasil), mostra que o impacto está longe de ser individual. Segundo
o levantamento, para cada usuário, quatro pessoas são afetadas pelo problema.
Não
existe nenhuma história de sucesso de países que tenham conseguido diminuir o
tráfico por flexibilizar as leis e o consumo. O uso sempre aumenta e o tráfico
não desaparece.
Se
essa ação prosperar, e o risco é grande, teremos um aumento ainda maior do
consumo de drogas no país, pois qualquer pessoa poderá plantar maconha em seu
quintal, ampliando a disponibilidade dessa droga.
O
STF deverá manifestar-se sobre a nossa constituição, mas na essência deverá
manifestar-se sobre nossos valores e especialmente sobre o nosso futuro como
nação. Não podemos deixar que minorias ativas e politicamente corretas tomem
conta do nosso destino. Precisamos criar um lobby legítimo de defesa dos
valores familiares e sociais. Equívocos têm consequências e apresentam uma dura
fatura humana.
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