Momento de crise é momento de buscar os coelhos que
estão escondidos dentro de cartolas, de criatividade para maior equílibrio. Por
outro lado, em períodos como o atual, os mais prejudicados são aqueles que
menos têm a ver com a situação e que caminham na corda bamba, pelo medo do
desemprego, que mostram índices elevados. Diante dessa situação, uma MP que
tramita no Congresso objetiva a redução da jornada de trabalho e redução
salarial, visando reduzir o número de demissões.
A ideia até poderia se mostrar razoável, mas, se
tomarmos por base que uma grande maioria de trabalhadores já recebe salários
aquém das necessidades básicas para manutenção do lar, como ficarão com um
percentual mensal ainda mais reduzido? A menos que esse projeto não atinja quem
recebe o mínimo.
O Programa de Proteção ao Emprego (PPE) da MP (MP
680) ganhou, até o momento, número grande de emendas parlamentares, que serão
analisadas no próximo mês de agosto. No entanto, centrais sindicais se
articulam para defender o programa, evitando alterações no seu conteúdo, pelo
medo de que mudanças possam prejudicar, posto que a MP permite “redução
temporária” da jornada de trabalho e de salários em até 30%.
A disposição do governo é encontrar uma solução
para o problema criado com os gastos exagerados em 2014, mas, com a redução da
jornada e dos salários pretendida, se tiver validade para quem recebe o salário
mínimo, o governo estará, na simplificação pretendida, criando outro problema.
O trabalhador terá redução na jornada diária de 2h40min., passando a trabalhar
5h20min, enquanto o salário mínimo, com a redução, ficará em torno de R$ 516
(R$ 7,28 – 30%), sem contar o desconto previdenciário. Ora, se um trabalhador
já não consegue sobreviver com um salário mínimo, como suportará a redução
proposta?
Em outras épocas, esse tempo livre poderia
beneficiar, pois o trabalhador teria condições de buscar, em outra atividade, a
compensação financeira, mas, em meio à onda de desemprego, o que fará com as
duas horas liberadas?
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Sempre o povo paga a conta dos roubos desse desgoverno!
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