A fusão do PSB com o PPS é mais um torpedo
contra o PT e os planos lulistas de eternização no poder. O resultado será um
novo partido de centro-esquerda, provavelmente preservando o
"socialista" na sigla, para se contrapor à hegemonia de décadas do PT
na esquerda e se tornar uma opção para os milhões de órfãos do petismo.
O primeiro ataque frontal será na eleição
municipal de 2016, quando PSB e PPS, já recriados sob uma nova sigla, pretendem
lançar a senadora Marta Suplicy contra a reeleição do petista Fernando Haddad à
prefeitura de São Paulo. Marta não só é hoje a principal ameaça a Haddad, como
encarna o racha petista na capital onde o partido de Lula enfrenta seus piores
índices de rejeição e as manifestações mais impressionantes. Vai ser PT contra
PT, mas Marta tem como ampliar horizontes e aliados, enquanto Haddad estreita
os seus.
O PPS, herdeiro direto do velho PCB, o
"Partidão", é uma das principais siglas de oposição ao Planalto e ao
PT e tem caminhado lado a lado com o PSDB nas últimas eleições presidenciais e
na rotina do Congresso. Seu eterno presidente, Roberto Freire, e seu líder na
Câmara, Rubens Bueno, são ácidos adversários do governo e críticos da
presidente Dilma Rousseff.
Já o PSB debate-se internamente entre ser
ou não ser governo e tenta equilibrar-se como "independente", uma
saída capaz de acomodar suas crises existenciais, agravadas pelo trauma da
morte de Eduardo Campos em 2014. Hoje, o PSB é uma sigla em busca de uma
liderança. Além de perder Campos, o partido nunca teve Marina Silva, que se
filiou a ele para materializar a aliança do PSB com a Rede - agora em fase
final para se viabilizar na Justiça, apesar da força em contrário do Planalto
A expectativa, portanto, é de grandes
embates do PSB com o PPS antes da fusão, inclusive sobre a sigla a ser adotada
- a mais provável é PSB40 -, mas a grande aposta imediata dos dois parceiros é
Marta, que vem de 33 anos de PT, não tem papas na língua, representa o
principal Estado e a principal capital do país. Pode se tornar o eixo da
resistência crescente ao PT e atrair as forças paulistas de oposição, inclusive
o PSDB.
Assim como Marina, Marta não é só uma
ameaça, mas uma dupla ameaça ao PT, num momento de grande fragilidade do
partido, atingido por mensalão, petrolão, o desastre do primeiro mandato de
Dilma e a crise de identidade do partido diante da guinada na economia e no
discurso nesse início de segundo mandato.
Com a saída de Marina, o PT perdeu um dos
seus quadros mais simbólicos e ganhou uma adversária robusta o suficiente para
angariar 20 milhões de votos ao enfrentar o velho partido em eleições
presidenciais. Com a de Marta, repete-se a sina. O PT perde um grande nome
nacional e ganha uma ameaça assustadora à sua permanência na prefeitura de São
Paulo, já em risco com o mau desempenho de Haddad nas pesquisas e a oposição
crescente ao partido.
Nesse clima, os ventos soprariam a favor do
PSDB, mas não há um nome óbvio no partido para entrar no vácuo. Se perderem no
1º turno, os tucanos podem ficar na opção Marta versus Haddad. Adivinha com
quem vão ficar? Marta, além de ex-PT, estará concorrendo pelo PPS, velho
aliado, e pelo PSB, parceiro em 2014
E assim vão se formando os movimentos
políticos e emergindo as dissidências típicas de regimes que começam a entrar
no seu ocaso e de governos que vão perdendo o controle e a capacidade de
conduzir o processo político. Nesse sentido, não é exagero comparar o governo
Dilma Rousseff com o do último general presidente, João Figueiredo.
Seria uma inverdade histórica e uma
injustiça imperdoável comparar Dilma com Figueiredo e o PT das lutas populares
com o PDS do apoio à ditadura. Mas que há coincidências no processo de
fragilização política, sem dúvida há. A saída de Marta e a fusão PSB-PPS são
uma confirmação viva disso.
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infelizmente nenhuma fusão vai melhorar nossa atual situação, muito menos meu comentário lamentando o estado do pais. Apenas a fusão de Goku poderia ajudar em algo...
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