A televisão, desde a sua criação, sempre
teve uma grande importância na vida da população. Pensar o jornalismo sem a
televisão, seria improvável. As emissoras no Brasil que não são públicas,
operam através de uma concessão pública, devendo ter como seu principal
objetivo fim o interesse público, no jornalismo, então, este valor deveria ser
inalienável. Poderia se imaginar que, com o avanço de outras mídias,
principalmente aquelas vinculadas à internet, a televisão perderia rapidamente
sua influência e importância, mas sua capacidade de reinventar-se fez com que
este processo fosse retardado, pois conseguiu desenvolver um fenômeno chamado
conversão de mídias, onde uma grande parte do conteúdo de internet passou a
reproduzir de uma forma mais leve e até interativa, aquilo que a televisão põe
na sua programação, deixando o público à vontade para escolher o que vai
assistir e em que horário.
Os telejornais estadunidenses sempre
valorizaram a figura do âncora, profissional que, além de apresentar o
telejornal, também emite sua opinião sobre determinados fatos.
Já no Brasil o telejornalismo da Rede
Globo, optou por um âncora mais "isento", que narrasse a notícia com
uma postura mais formal, não raras vezes sisuda. Boris Casoy foi um dos
primeiros âncoras brasileiros a estabelecer uma relação mais opinativa com a
notícia, que independentemente da linha editorial do veículo em qual está,
consegue atenuar a superficialidade inerente a qualquer telejornal de TV aberta,
que tem seu tempo reduzido devido à extensa grade de programação, sempre
privilegiando o entretenimento, em relação à informação. As diferenças do
telejornalismo brasileiro são muito tênues entre as emissoras de TV aberta,
tanto no formato quanto na linha editorial, fruto de uma histórica condição de
oligopólio das empresas de comunicação no país.
A imagem dos apresentadores de telejornal
sempre foi muito cuidada pelos seus veículos, pois esse é um elemento
importante na construção da credibilidade que o telejornal deve passar. O
âncora é o rosto do jornalismo das emissoras.
Existe uma pesquisa feita pela professora
Gilze Bara da Universidade Federal de Juiz de Fora em que a opinião do
telespectador, em relação aos apresentadores de telejornal, é muito positiva
chegando ao extremo de classificar Fátima Bernardes e Patrícia Poeta como
símbolos de perfeição profissional, ética e estética.
Outra questão importante no composição da
imagem dos telejornais é a concentração da propriedade dos meios de comunicação,
que por estarem nas mãos de grandes grupos que representam um espectro político
conservador, acabam por estabelecer uma opinião única, alijando outras visões
de sociedade do debate jornalístico, fazendo com que se estabeleça o seguinte
pensamento: "se não sair no Jornal Nacional, não é verdade".
Com o dinamismo da informação a televisão e
o telejornal deverão repensar não só o formato de sua programação, mas também
toda forma de captação de imagens, linguagem, elaboração de reportagens e
principalmente um conduta jornalística que não subestime a capacidade de
discernimento do telespectador, que cada vez mais exige conteúdo de qualidade.
A internet é uma aliada neste processo, que vai estabelecendo os parâmetros
desta mudança, ao passo que a notícia ganha densidade nas redes, a televisão
precisa se adaptar. Para que este cenário se consolide é preciso que se crie
uma legislação dos meios de comunicação, que universalize ainda mais o acesso à
internet de qualidade e democratize o acesso ao audiovisual que é financiado em
grande parte com recursos público, portanto deve corresponder à diversidade
cultural, política e ideológica, que constitui a sociedade brasileira.
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