sábado, 2 de maio de 2015

O telejornalismo no Brasil

A televisão, desde a sua criação, sempre teve uma grande importância na vida da população. Pensar o jornalismo sem a televisão, seria improvável. As emissoras no Brasil que não são públicas, operam através de uma concessão pública, devendo ter como seu principal objetivo fim o interesse público, no jornalismo, então, este valor deveria ser inalienável. Poderia se imaginar que, com o avanço de outras mídias, principalmente aquelas vinculadas à internet, a televisão perderia rapidamente sua influência e importância, mas sua capacidade de reinventar-se fez com que este processo fosse retardado, pois conseguiu desenvolver um fenômeno chamado conversão de mídias, onde uma grande parte do conteúdo de internet passou a reproduzir de uma forma mais leve e até interativa, aquilo que a televisão põe na sua programação, deixando o público à vontade para escolher o que vai assistir e em que horário.
Os telejornais estadunidenses sempre valorizaram a figura do âncora, profissional que, além de apresentar o telejornal, também emite sua opinião sobre determinados fatos.
Já no Brasil o telejornalismo da Rede Globo, optou por um âncora mais "isento", que narrasse a notícia com uma postura mais formal, não raras vezes sisuda. Boris Casoy foi um dos primeiros âncoras brasileiros a estabelecer uma relação mais opinativa com a notícia, que independentemente da linha editorial do veículo em qual está, consegue atenuar a superficialidade inerente a qualquer telejornal de TV aberta, que tem seu tempo reduzido devido à extensa grade de programação, sempre privilegiando o entretenimento, em relação à informação. As diferenças do telejornalismo brasileiro são muito tênues entre as emissoras de TV aberta, tanto no formato quanto na linha editorial, fruto de uma histórica condição de oligopólio das empresas de comunicação no país.
A imagem dos apresentadores de telejornal sempre foi muito cuidada pelos seus veículos, pois esse é um elemento importante na construção da credibilidade que o telejornal deve passar. O âncora é o rosto do jornalismo das emissoras.
 Existe uma pesquisa feita pela professora Gilze Bara da Universidade Federal de Juiz de Fora em que a opinião do telespectador, em relação aos apresentadores de telejornal, é muito positiva chegando ao extremo de classificar Fátima Bernardes e Patrícia Poeta como símbolos de perfeição profissional, ética e estética.
Outra questão importante no composição da imagem dos telejornais é a concentração da propriedade dos meios de comunicação, que por estarem nas mãos de grandes grupos que representam um espectro político conservador, acabam por estabelecer uma opinião única, alijando outras visões de sociedade do debate jornalístico, fazendo com que se estabeleça o seguinte pensamento: "se não sair no Jornal Nacional, não é verdade".
Com o dinamismo da informação a televisão e o telejornal deverão repensar não só o formato de sua programação, mas também toda forma de captação de imagens, linguagem, elaboração de reportagens e principalmente um conduta jornalística que não subestime a capacidade de discernimento do telespectador, que cada vez mais exige conteúdo de qualidade. 
A internet é uma aliada neste processo, que vai estabelecendo os parâmetros desta mudança, ao passo que a notícia ganha densidade nas redes, a televisão precisa se adaptar. Para que este cenário se consolide é preciso que se crie uma legislação dos meios de comunicação, que universalize ainda mais o acesso à internet de qualidade e democratize o acesso ao audiovisual que é financiado em grande parte com recursos público, portanto deve corresponder à diversidade cultural, política e ideológica, que constitui a sociedade brasileira.
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