As relações humanas são complexas e sempre
revelam-se uma rica fonte de conflitos, especialmente em uma sociedade onde os
interesses individuais sobrepõem-se aos coletivos. Somos educados para viver em
um mundo em que cada um pensa, age e busca seu benefício próprio; devemos ser
os melhores naquilo que fazemos e ultrapassar, a qualquer preço, todos os
obstáculos para a obtenção de nossas conquistas pessoais.
Vivemos em um mundo em que as relações são
superficiais, em que valemos mais em razão da aparência e daquilo que temos do
que em função de nossos valores e princípios éticos e morais.
Nesse mundo, onde o indivíduo deve buscar a melhor posição possível mesmo que em detrimento de seu semelhante, onde os espíritos de comunidade e fraternidade não preponderam, onde o respeito ao outro não constitui valor fundamental, os conflitos afloram com pujança.
Nesse mundo, onde o indivíduo deve buscar a melhor posição possível mesmo que em detrimento de seu semelhante, onde os espíritos de comunidade e fraternidade não preponderam, onde o respeito ao outro não constitui valor fundamental, os conflitos afloram com pujança.
A escola reflete todas essas mazelas de
nossa sociedade, fazendo com que se tornem comuns cenas de desconsideração com
o próximo, de desrespeito aos direitos do outro, de humilhações àqueles com
quem não nos identificamos, de inobservância a regras de convívio social, de
todas as formas de violência.
Os frutos dessa desordem social são
notícias diárias de depredação de escolas, de agressões físicas e verbais de
estudantes para com professores e vice-versa, de perseguições e agressões entre
colegas de sala, que geram mais violência envolvendo grupos e familiares.
Exatamente no objetivo de transpor essa
realidade, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e o município de Pelotas
estão firmando convênio para a implantação de Núcleos de Práticas Restaurativas
nas Escolas do município.
Neste novo modelo de gestão de conflitos,
Justiça e escola, de mãos dadas entre si e também com estudantes, professores,
servidores e comunidade, desenvolverão ações para prevenir e tratar a violência
presente no ambiente escolar e em seu entorno, resgatando, por meio do diálogo,
da empatia e da autorresponsabilização, princípios éticos e morais necessários
ao convívio social harmônico, com a utilização de ferramentas da Justiça
Restaurativa.
Que esse círculo integrado por Justiça,
Escola e comunidade possa restaurar relações, reconstruir vidas e edificar um
ambiente escolar e uma sociedade com menos violência e mais harmonia e paz.
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