Desde
que o homem começou a se reunir em volta de fogueiras, criou causos e
histórias, muitas delas certamente inventadas, com o objetivo de entreter ou
conquistar sua melhor fama e parceira. No início, as histórias que prendiam
mais atenção eram as assustadoras. Num primeiro momento, as vitórias dos
caçadores e seus riscos constantes das feras e outras presas. Foi iniciado o
entretenimento pelo gênero fantástico e o gosto pelo terror como
entretenimento.
Muitos
desenhos infantis também podem desencadear pesadelos nas crianças, nessa eterna
luta do bem contra o mal. Há desenhos que não deveriam ser vistos por crianças
pequenas (como, por exemplo, o longa Coraline).
Geralmente
entre 3 a 6 anos de idade, muitas crianças não dormem tranquilamente. Acordam
no meio da noite e não conseguem mais dormir. Muitas delas vão para a cama dos
pais. O medo sempre existe, mas durante o dia os afazeres diários acabam
distraindo as crianças. Esse medo normalmente se manifesta no período noturno
por falta de atividades, pelo contato com os próprios sentimentos.
O medo
não deriva somente das sombras, ou da ausência de luz total. Deriva também da
própria insegurança, já que a criança nessa faixa etária tem contato com
amigos, com escola e são muito inseguras com suas próprias atitudes e
consequências que delas podem ocorrer. Ainda tentam compreender muitas coisas e
não conseguem. As incógnitas também geram temores. Elas mesmo se colocam em
confrontos diários. Emprestar objetos, o que se pode ou não fazer e comer, como
conter os imprevistos, como lidar com as recusas e os nãos…
Os
estudiosos das mentes infantis associam o medo aos atos constantes de
inseguranças que as crianças normalmente sentem. Isso é fase normal do
desenvolvimento humano. É importante acolher e tratar da forma mais natural
possível esse medo momentâneo.
Os pais
são os modelos ideias de segurança. São eles os heróis e os dirigentes dos
melhores conflitos. São eles os solucionadores de problemas. Por isso, e também
pelo fato de a criança não saber lidar com seus confrontos e conflitos diários,
ela precisa do adulto para lhe acalmar os ânimos. O normal é que, com o passar
do tempo, na medida que as atitudes das crianças são melhores recebidas pelos
demais, a criança desenvolve estratégias hábeis para lidar com seus próprios
receios. Suas inseguranças vão diminuindo e o sono chega mais calmo.
Se a
criança tem muito contato com filmes, desenhos, documentários, ou tenha excesso
de informações, é normal que a intensidade de suas inseguranças e seus medos
seja maior. Às vezes, de sete a nove anos ela inda sente muito medo e possui
dificuldades para ficar sozinha num determinado lugar, ela pode ser mais
insegura diante dos desafios simples como tarefas, apresentações, trabalhos,
brincadeiras etc.
Quando
o medo se torna pânico é necessário um cuidado ainda maior. Um desespero que
impede por exemplo que a criança vá até a casa de um amigo que tem cachorro
(mesmo preso) e não vai por causa do medo do animal. A criança deve conquistar
sua própria independência. Os pais não devem superproteger. Devem ensinar a
fazer seus lanches, a lidar com pequenos problemas, a escolher suas roupas etc.
O excesso de dependência influencia na baixa estima da criança.
Os pais
devem elogiar e estimular o desenvolvimento das crianças. As reações positivas
diminuem a insegurança e também o medo. Não se deve também antecipar sua
independência. Criança, assim como os animais, precisam de cuidados e
orientação durante um longo tempo de vida, até que possam desenvolver suas
habilidades próprias. Devemos filtrar as coisas que elas assistem na TV. De
forma nenhuma as telas da TV, dos jogos, da internet podem ser as babás ou os
passatempos das crianças. Não existe um manual do que fazer. Espero ter
contribuído com o que já li sobre o assunto e pela experiência também como pai. Até a próxima!
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