Se você acredita que derrames afetam apenas idosos,
pense de novo. Esse é o alerta feito por uma organização britânica, que
divulgou um relatório revelando um crescimento “preocupante” de casos da doença
entre homens e mulheres mais jovens, ou seja, de 40 a 54 anos.
Segundo a organização britânica Stroke Association,
6.221 homens sofrendo de AVC (Acidente Vascular Cerebral) dessa faixa etária
deram entrada em hospitais do Reino Unido no ano passado, um aumento de 1.961
casos em relação a 2000. Em mulheres dessa idade, foram registrados 1.075 mais
casos da doença se comparado a 14 anos atrás.
Especialistas dizem que hábitos de vida pouco
saudáveis são os principais culpados pelo aumento ? o crescimento da população
e mudanças dos hospitais também entram na equação. AVCs são causados por
hemorragias ou coágulos que obstrõem artérias no cérebro e podem causar danos
irreversíveis à saúde do paciente. Para identificar se alguém está sofrendo um
derrame, é preciso prestar atenção a sinais e a alguns sintomas , como
dormência e fraqueza nas pernas e braços e tontura.
Obesidade e sedentarismo
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15
milhões de pessoas sofrem AVCs anualmente em todo o mundo. Dessas, 5 milhões
morrem e outras 5 milhões ficam com sequelas irreversíveis.
O aumento das taxas de obesidade, sedentarismo e
dietas pouco saudáveis – que ampliam o risco de coágulos – são alguns dos
culpados pelo crescimento no número de casos de AVC.
AVCs no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil vem
registrando uma queda no número de óbitos por doenças cerebrovasculares (que
incluem derrames) na faixa entre 40 e 54 anos. Entre 2010 e 2013, houve uma
queda de 6%, de 10.430 (4.952 mulheres e 5.478 homens) para 9.812 (4.637
mulheres, 5.173 homens e dois casos com definição de sexo indeterminada). Em
relação ao número de casos – e não de mortes – registrados 26.882 internações
no SUS para o tratamento de AVCs apenas em 2014.
Derrames em pessoas mais jovens têm um grande
impacto na vida familiar e financeira das pessoas e de suas famílias. Isso
porque pacientes em recuperação sofrem para voltar ao trabalho e precisam ter
mais apoio de seus empregadores, diz o estudo.
“Essa alta nos casos de AVC entre pessoas em idade
ativa é alarmante”, afirma Joe Barrick, da Stroke Association. “E isso tem um
altíssimo custo, não apenas para o paciente, mas também para sua família e para
os serviços públicos de saúde”, acrescenta ele.
Alastair Morely tinha 34 anos quando sofreu um derrame,
na véspera do Ano Novo, há quatro anos. “Eu tive uma dor de cabeça horrível,
comecei a me sentir mal e não consegui nem andar nem falar direito”, conta.
Morely descobriu depois que ele tinha um problema
no coração que provocou o derrame. Ele está conseguindo se readaptar ao
trabalho: “Foi difícil, mas eu tive sorte porque sou jovem e meu cérebro
conseguiu remapear a área afetada.”
Cenário complexo
Mike Knapton, cardiologista da British Heart
Foundation, afirmou que o aumento da incidência de derrame entre jovens é
bastante preocupante e precisa ser levado a sério.
“O estudo também evidencia a importância de se
manter a pressão e o colesterol sob controle, assim como fazer um check up aos
40 anos”, diz. “Apesar de vermos um aumento nos índices de obesidade e de
sedentarismo, essa é apenas uma parte desse cenário tão complexo.”
SINAIS DO DERRAME
· Fraqueza repentina no rosto, pernas e braços
· Confusão mental
· Dificuldade para se falar
· Problemas de visão repentinos em um ou ambos os
olhos
· Dificuldade de caminhar, tontura ou falta de
equilíbrio e coordenação
· Formigamento em um lado do corpo
· Dor de cabeça forte e repentina
· Recomenda-se procurar um médico diante de qualquer
um desses sintomas.
BBC Brasil.
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