É muito comum e repetitivo nós
encontramos alguém e lhe tascar a pergunta: o que já de novo? Pois hoje, me deu
na telha de fazer a pergunta do contrário. O que há de velho? Ninguém pode
esquecer o passado. O passado já foi presente e até futuro. Tudo é questão de
tempo. O tempo é o determinante do velho e do novo. Olha o tempo aí! Um
conceito que parece não ter conceito. Se pegarmos 10 pessoas eruditas nos mais
diferentes ramos do saber e pedir-lhes um conceito de tempo, cada uma
certamente terá uma opinião diversa das outras. Será puramente subjetivo.
Einstein por exemplo definiu assim:” O tempo foi uma maneira que Deus encontrou
para que as coisas não ocorressem de uma só vez”. Definição axiomática, bela ,
mas subjetiva.
Assim parece também ocorrer com
passado, presente e futuro. Com o novo e o velho idem. Deixando a digressão
filosófica, à parte, vamos ao que há de mais prático e compreensível em termos
de novo e de velho. Todos somos ávidos e curiosos pelo novo, pelo inaudito,
pelo que ainda não aconteceu, mas que pode ser uma novidade a qualquer
momento. Nós, humanos, temos a tendência de trocar o usado pelo novo, o
tradicional pelo moderno, o antigo pelo atual. Assim pensando e agindo será que
temos razão?
Quando pensamos em tecnologias,
em utensílios, em instrumentos de trabalho, produção e entretenimento tem-se
como plenamente válido tal expediente. Se tenho um tear e surge uma máquina com
maior produtividade na fiação da lã não tem como não trocá-lo por essa nova
tecnologia, essa nova descoberta. Nos exemplos aqui citados fica fácil a nossa
compreensão nessa tendência humana, desejosa e apressada pelo que há de novo.
Vamos a algumas questões no
campo abstrato. Em termos de aquisição de conhecimento. Olhemos atentamente
como nossos antepassados buscavam se aprofundar nas Ciências em todos os ramos
do saber. O homem (gênero) na busca em deslindar os fenômenos científicos e
metafísicos tinha um vínculo mais forte e íntimo com a natureza. Ele era um ser
mais pensante, mais centrado em desvendar as suas dúvidas sobre todos os
fenômenos à sua volta. As pessoas da era da informática e da internet andam tão
fascinadas e embriagadas pelo mundo virtual que nem pensam mais como antes.
O mundo virtual traz tudo
acabado, tudo prontinho. É tudo muito lindo, multicolorido, com design para
todos os gostos. Com um detalhe: tudo fútil, raso, superficial e de gosto
duvidoso. Na Internet não se tem controle de qualidade e precisão de nada. Todo
mundo fala e escreve as abobrinhas e futilidades a bel prazer.
Para dar mais consistência e
foro real a essas premissas do velho método em se apossar de mais conhecimento
basta pontuarmos alguns exemplos da História. Remontemos aos conhecimentos da
matemática e geometria pelos gregos(Euclides, Pitágoras).
Passados mais de 2000 anos o
que foi acrescentado àqueles velhos teoremas e fórmulas ? Quase nada! Na
sistematização da Filosofia pelos pensadores da mesma época? Pouca coisa foi
adicionada. Em astronomia de um Copérnico e Galileu Galilei. O que de
revolucionário foi alcançado depois desses cientistas?
Voltando ao nosso mundão de
hoje e para o nosso Brasil. O que temos de velho? Neste terreno das velhas
práticas temos levas e levas de condutas e hábitos que não mudaram em nada
quando olhamos para trás. Uma delas, a Política. Todos hão de lembrar de quando
éramos colônia de Portugal. Época em que se fazia a partilha das terras entre
os donatários e nobres do reino.
Eu fico a olhar o Brasil
de hoje, quando o presidente(a) se elege com o apoio de partidos amigos e
depois divide o país entre ministérios. Parece que de novo estamos sendo
colonizados pelos donatários da nação e do PT. Tudo como dantes no quartel
de Abrantes. Só de cargos comissionados são mais de 25.000. São os
apaniguados e apadrinhados(donatários ) do(a) presidente. A bola da vez é a
presidente Dilma Rousseff e seus protegidos de esquerda. Esses funcionários sem
concurso se parecem com as vassalos , ligados aos senhores feudais. Como a
História se repete, tudo velho.
E os jeitinhos desonestos e
ladravazes de governar? Igualzinho aos velhos hábitos do Brasil imperial e dos
tempos dos coronéis. A corrupção, o tal do fisiologismo, do toma lá dá cá, do
compadrio. Nada mudou. Tudo vetusto como antes .
Para sair da política eu cito
exemplos da cultura e preconceito da sociedade. Dia desses eu refletia sobre a
rejeição das pes- soas, felizmente uma minoria, contra as campanhas
de vacinação antigripe. Há uma parcela menor da sociedade que além de não tomar
a vacina faz campanha difamatória contra a eficácia dessa prevenção.
Então eu me lembrei da revolta da vacina,
aquela ocorrida no Rio de Janeiro em 1904, contra a vacinação da varíola
. O sanitarista Osvaldo Cruz era o diretor geral de Saúde Pública na época
. Ou seja, até em termos de ignorância e preconceito temos mais do mesmo
e do antigo como esta odiosa velhice de antes e de sempre . Eu acho que estou
ficando meio velho, sem perceber. Que triste! Não?
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