A gente sempre comemora… Todo
ano haverá um domingo específico para isso. As lojas estampam em suas vitrines
aqueles porta-retratos lindos anexados à cartões perfumados, extremamente
convidativos – quem não gostaria de vivenciar constantemente esse período, nem
que fosse para desfrutar do cheiro do sentimento, do sabor da homenagem, da
energia que emana para uma data tão especial? Pensamos em chocolates, livros,
imóveis, flores, joias – afinal, que tipo de mulher é aquela que você mais ama?
Veja bem, atente-se aos
próximos parágrafos com os olhos da sua alma: toda cultura tem a sua própria
história, seus heróis específicos, suas homenagens exclusivas. Mas há uma
pessoa neste planeta que não importa onde ela esteja, sempre haverá uma data no
ano em que a sociedade voltará o seu coração para ela – e isso, precisamos
admitir, vai além da motivação internacional de enfatizar que toda mulher
merece um aplauso.
Eu estou falando daquela pessoa
de três letras que começa com “m”. M de menina, M de mania, M de momento, M de
máximo, M de magno, M de mãe. No Brasil, nós somos calorosos, conhecidos
amistosamente como a nação mais simpática do mundo e, aqui, no segundo domingo
de maio nós comemoramos a existência da pessoa mais valiosa de nossas vidas –
aquela que dividiu durante nove meses até o seu útero conosco.
Dia das mães – que grande data!
Não importa o ano, alguns sempre optam pelas surpresas grandiosas, com
confetes, cornetas e abraços. Outros preferem organizar almoços, cafés da
manhã, um sincero “eu te amo” ou mesmo um presente simbólico – com tanta coisa
legal por aí, o jeitinho de cada mãe é fácil de ser associado. Infelizmente há
aqueles que só têm os cemitérios e os álbuns de fotos, mas nem por isso deixam
de sentir o reconforto das lembranças.
Independentemente de como você
tenha passado o dia das mães, o dia passou –como tudo na vida, também se foi.
Esta comemoração, entretanto, é um dos raros contextos deste universo que irá
voltar – seja porque você é filho, seja porque você é mãe. Seja porque você tem
esposa, seja porque você é mulher – deste ciclo todos fazemos parte! E na
próxima data, durante os dias que percorrem até o seu retorno, uma reflexão
precisa ser feita:
Os psicólogos dizem que um dos
maiores problemas que um ser humano pode carregar consigo é estar mal resolvido
com aquela que lhe deu à vida. Filósofos, historiadores, psiquiatras,
estudiosos, escritores, cientistas – profissionais da mente e do sistema,
independentemente da área em que atuam ou de suas etnias, vêm alegando que a
personalidade de cada indivíduo está carregada de impressões dos pais, mais
precisamente da mãe.
Mãe – a deusa da Terra, a
palavra chave desta história, na verdade, da nossa vida. Deveras que toda mãe
fosse constantemente um oceano de virtudes, símbolo da bondade, benevolência e
tolerância… mas… você é assim? Sua mãe foi assim? Há alguém em sua vida
criteriosamente assim? A verdade é que as mães são humanas, algumas
engravidaram muito jovem e tiveram que abdicar da própria carreira, uma
renúncia em meio à guerra da existência em prol da educação das crianças – você
já se colocou nesta posição, já tentou compreender este conflito? Outras
dividiram a profissão com a criação dos filhos, um marido alcoólatra com a
casa, um pai ausente com uma mesa farta, uma doação em um orfanato pela
medicação do filho, uma vida solitária, mas regada de netos. Há inúmeros tipos
de mães, porque existem inúmeros aspectos da realidade e nós seres humanos,
acostumados ao egocentrismo de nossos caprichos, precisamos compreendê-las –
elas fizeram o melhor que podiam!
O Dia das Mães passou e
enquanto metade da população festejava, outra metade chorava em silêncio:
“minha mãe me ofendeu”, “minha mãe não me entende”, “minha mãe não me aceita”,
“minha mãe não me escuta”… Mãe, mães, mãe…. Elas ainda fazem o melhor que
podem! Renato Russo, um dos meus cantores favoritos, alertou: “Você culpa seus
pais por tudo e isso é um absurdo. São crianças como você, o que você vai ser
quando você crescer? ”
Sim, o dia das mães passou e
somente você sabe o que sentia sobre uma das palavras mais poderosas de
qualquer idioma. Seja como for, o ciclo se repete e uma sabedoria se faz
necessária: perdoe! Faça as pazes! Nem todos terão esta oportunidade, mas se
você acha que a sua mãe merece, interrompa tudo o que estiver fazendo e
relembre-a disso: “o dia das mães passou, mas eu amo você. Obrigada pela vida,
obrigada por tudo”.
Toda mulher foi uma grande
menina. Toda mãe foi uma mulher guerreira. Então, não importa que dia é hoje, o
impacto continua valioso: “mãe, eu amo você. Mãe, você é uma grande mulher”.
Antecipado, atrasado, atualizado – simplesmente perpétuo: Feliz dia das mães!
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