É um absurdo existirem pessoas
que negam o invisível só porque seus olhos não enxergam.
A própria configuração de
expansão que o universo assumiu apresenta vestígios da intervenção
gravitacional da matéria escura.
É possível acreditar na
existência de coisas invisíveis? Certamente, como é o fato astronômico da
matéria escura. Essa substância estranha, que permeia 95% do universo é
constituída de partículas nunca detectadas em laboratório, com massa superior à
de átomos do universo observável.
O universo se resume ao que
podemos ver? Definitivamente não. Canais de frequência ultravioleta,
infravermelho, ondas de rádio, raios X radiação cósmica de fundo, magnetismo e
diversas outras configurações energéticas já provam conclusivamente que o que
os olhos podem ver não representa nem 0,0000001% do que existe e os melhores
equipamentos e técnicas de captação de vibrações energéticas em frequências não
visíveis aos olhos humanos estão ampliando nossa visão de uma realidade que os
olhos humanos não podem ver, mas que é real e é incontestável: não pode ser
negada nem discutida.
Desde os anos 30, o astrônomo
suíço, Fritz Zwicky (1898-1974), provou que o universo não se resume ao que
vemos, comparando as velocidades observadas de galáxias individuais do
aglomerado de Coma com as velocidades calculadas a partir da massa total do
aglomerado. Esses dados foram conseguidos pela relação entre massa e
luminosidade, comparando os resultados obtidos com outros resultados de outras
populações estelares já documentadas na época.
O resultado foi contundente:
para explicar as velocidades significativas das galáxias do aglomerado essa
estrutura deveria ser muito massiva, maior que sugeria sua luminosidade. Uma
parte do aglomerado não brilhava mais e, portanto, segundo Zwicky, deveria ser formada
por “Dunkel Materie” (matéria sombria).
Essa “matéria sombria” era
composta de que? Inicialmente duas hipóteses permearam o ambiente científico
dos anos 30: trata-se de uma nova forma de matéria, que nomeamos “matéria
escura”, pela sua óbvia invisibilidade, ou matéria convencional emitindo luz
muito fraca. De fato existe muita matéria no espaço que simplesmente não faz
parte de uma estrela e por isso não brilha, é o caso da poeira estelar, não
visível por não brilhar, mas detectável pelos efeitos gravitacionais que produz
nos corpos celestes ao seu redor.
Mas essa matéria convencional,
como o gás ionizado e a poeira cósmica, por exemplo, sem luz própria sempre é
atingida por fótons das estrelas ao seu redor, absorvendo e refletindo o
eletromagnetismo que recebem e assim podem ser captadas pelos aparelhos de
leitura de frequência de onda de raios-x ou infravermelho.
As estrelas e a matéria
detectável pelos instrumentos conhecidos são apenas uma pequena parte de toda a
matéria contida no universo.
A física nuclear nos fornece
mecanismos para que possamos pesar o universo.
A nucleossíntese primordial
iniciada no primeiro segundo depois do Big Bang, gerou tanto calor que os
prótons e nêutrons recém-formados não conseguiam se combinar para formar
núcleos atômicos. Esse processo só começou no fim desse primeiro segundo,
quando a temperatura caiu a menos de 1 bilhão de graus.
Nessa época o universo já era
extremamente rarefeito: a densidade média da matéria não chegava a alguns
gramas por metro cúbico, ou seja muito menos denso do que o ar atmosférico. O
período em que o Universo não era nem muito quente, nem muito frio para
permitir que prótons e nêutrons se combinassem formando hélio foi relativamente
curto (alguns minutos apenas). Além disso, para a combinação ocorrer, é preciso
que prótons e nêutrons se encontrem, o que é muito mais provável quando o
número de partículas por unidade de volume é mais elevado. Portanto, se
conhecermos observacionalmente a quantidade de hélio produzida durante o Big
Bang é possível inferir a densidade de matéria à época. E a partir daí deduzir
informações sobre a densidade atual, desde que o fator de rarefação devido à
expansão cósmica seja conhecido.
Observações de galáxias
distantes, como estrelas que mal tiveram tempo de produzir grandes quantidades
de hélio, indicam que aproximadamente 24% da matéria convencional é formada por
hélio, o que indica, segundo as leis da física nuclear, que a densidade média
da matéria atualmente é de aproximadamente 0,2 prótons /m³. Isso representa
mais do que podemos obter por observação direta ,mas está longe do suficiente
para explicar as velocidades das estrelas em galáxias, e de galáxias em
aglomerados galáticos.
Podemos determinar a composição
do universo em termos de matéria convencional de forma talvez ainda mais
indireta, estudando a primeira luz emitida – a radiação cósmica de fundo. Essa
radiação foi emitida quando o universo tinha cerca de 370 mil anos e representa
praticamente uma fotografia dos confins do cosmos observável àquela época.
Como a gravidade é uma força
que atrai para regiões densas, a matéria começou a se distribuir de forma cada
vez mais irregular no universo. Por isso, o universo jovem era muito homogêneo,
o que se traduz na radiação cósmica de fundo por uma grande uniformidade de
temperatura na direção de observação.
Podemos então determinar
facilmente qual seria o grau de heterogeneidade do universo para que ele fosse
composto unicamente de matéria convencional e, em seguida, comparar esse
resultado com o mapa da radiação cósmica de fundo.
A diferença aparece no tamanho
e é nítida. Se o universo jovem fosse formado apenas por matéria convencional,
deveria ser 100 vezes mais heterogêneo que o observado e assim seria impossível
ter acomodado a matéria escura.
As leis da gravitação são
universais, o que significa que a matéria convencional e a matéria escura
sofrem os mesmos efeitos do campo gravitacional. Mas elas não se distribuem da
mesma maneira no universo, pois a matéria convencional interage com a luz: um
átomo que absorve um fóton emite um elétron; um íon que captura um elétron
emite um ou vários fótons. Esses processos fazem a matéria convencional perder
energia por radiação. Já com a matéria escura ocorre exatamente o contrário.
Como ela não reage com outras partículas conhecidas, não emite quantidades
significativas de luz. Como consequência, a matéria convencional capturada no
interior de uma concentração de matéria escura dirige-se para o centro dessa
formação, dissipando energia como um satélite que perde velocidade devido ao
atrito com as camadas mais altas da atmosfera.
O telescópio do projeto SDSS (o
mais ambicioso levantamento astronômico da história, que pretende mapear 25% do
universo observável), situado no Apache Point Observatory, no Novo México, Estados
Unidos, com uma poderosíssima lente de 2,5 metros de diâmetro, determinou a
posição e distância de quase 1 milhão de galáxias. Sua distribuição espacial
mostra a mesma alternância característica de filamentos e regiões vazias,
explicadas com a suposição da presença da matéria escura com abundância igual à
que deduzimos mediante a leitura dos dados obtidos pela sonda Planck.
Todas as evidências apontam
para uma matéria que interage com o campo gravitacional, pode se aglomerar e
interferir na expansão das galáxias e aglomerados, mas não interage diretamente
com as partículas conhecidas pela física nuclear, dando respaldo ao que os
cientistas físicos da mecânica quântica chamam de anti-matéria.
Definitivamente quem crê só no
que vê precisa aprender muito sobre a realidade.
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Boa noite, amigo
ResponderExcluirComplicado lidar com pessoas assim...com esse conceito de Realidade, tão restrito.
Temos muito para descobrir.
Abraços