O Brasil é
considerado um paraíso para quem vende produtos falsificados. Por aqui vende-se
de tudo que é imitado e confeccionado em outros países, reconhecidos como
grandes "exportadores" de gêneros pirateados. O resultado é um rombo
gigantesco nas contas das empresas e dos governos, municipal, estadual e
federal, que deixam de lucrar pela venda ilegal.
No ano passado as
apreensões de mercadorias contrabandeadas no estado do Paraná somaram
aproximadamente R$ 138 milhões, levando-se em conta apenas os primeiros seis
meses de 2014. A informação está no site da Associação Brasileira de Combate à
Falsificação (ABCF), com associação ao Instituto Brasileiro de Ética
Concorrencial (ETCO). O valor foi 22% superior ao registrado durante o mesmo
período de 2013.
Evandro do Carmo
Guimarães, presidente-executivo do ETCO, disse que a estimativa era de que os
prejuízos referentes à arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) que deixou de ser realizada chegasse a R$ 782 milhões
até dezembro, montante suficiente para restaurar 2.340 quilômetros de rodovias,
manter 340 mil crianças por um ano em creches e construir 20 mil casas
populares.
"O contrabando
movimenta uma economia subterrânea que tira do mercado interno do país um
volume imenso de recursos obtidos através da arrecadação tributária, recursos
que poderiam ser investidos em áreas que precisam de investimentos, como
infraestrutura, educação e moradia", lembrou Guimarães.
Para Rodolpho Ramazzini,
diretor da ABCF, a solução ao problema do contrabando demanda iniciativas que
vão além de operações pontuais que, embora eficazes, geram apenas resultados
isolados. É necessária a articulação de operações que fiscalizem não apenas
organizações criminosas, mas também as estradas, os pequenos contrabandistas,
os revendedores e os consumidores.
Entre as sugestões
apontadas pela entidade estão a intensificação da fiscalização, através da
criação de postos de monitoramento em pontos mais aproximados ao longo das
rodovias, e a criação de um programa estadual (no caso do Paraná) de combate ao
contrabando. O Paraná é considerado a principal porta de entrada de produtos
contrabandeados e falsificados para o Brasil inteiro, em decorrência da
extensão de 1,3 mil quilômetros de fronteira seca e os mais de 300 portos
clandestinos na região do Lago de Itaipu.
Ramazzini também
ressalta a urgência na aplicação da lei 13.008/2014, em vigor há 11 meses, que
diferencia os crimes de contrabando e descaminho e aumenta a penalidade para o
primeiro. Ao contrário do contrabando, que é a entrada de mercadorias ilegais
no país, o descaminho é a aquisição de produtos sem o devido pagamento de
imposto. A pena para o contrabando varia, com a nova lei, de dois a cinco anos
de prisão.
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Existe o contrabando devido os produtos originais serem muito caros.
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