terça-feira, 5 de maio de 2015

Deputado quer acabar com propaganda de bebidas

 Delegado Waldir quer inibir o consumo de álcool entre jovens com propagandas chamativas e cita exemplo de sucesso na campanha contra o fumo. Projetos são garantia de polêmica no Congresso.

  O deputado federal delegado Waldir (PSDB-GO) propôs na Câmara Federal três projetos de lei que prometem muita polêmica nos próximos meses. Os projetos dispõem sobre a proibição de propagandas de motéis, casas noturnas, bebidas alcoólicas e mulheres seminuas e de lingerie. “O álcool é considerado uma droga leve, mas na verdade é uma porta de entrada para muitos outros vícios e é preciso combatê-los na origem”.
Na prática o deputado quer mesmo é acabar com as propagandas comerciais de bebidas alcoólicas de qualquer natureza ou teor alcoólico. Mídias de modo geral em televisão, jornais, revistas, impressos em geral, internet, caminhões de entrega ou mídia móvel e eletrônica deverão ser proibidas de veicular propagandas de bebidas alcoólicas de modo global.
“O álcool é um problema de saúde pública que causa dependência e inúmeros problemas adicionais para indivíduos e para a sociedade em geral. É preciso combater esse mal, principalmente cessando a sugestão para que jovens ingressem na bebida cada vez mais cedo”, explica o deputado. Os estudos se baseiam em mostrar que após a proibição de propaganda de cigarros no Brasil as mortes em decorrência do tabagismo diminuíram drasticamente, casos de câncer tiveram redução substancial e o número de fumantes também caiu e é reduzido a cada ano, o que sugere diminuição dos casos de problemas sociais e de saúde com a redução do consumo de álcool a partir da redução da propaganda. “Cirroses, pancreatites, dependência, incompatibilidade social entre outros males causado pelo alcoolismo podem ser evitados se a sugestão para o consumo for cortada na origem”, comenta.
Fiel a seu estilo polêmico e defensor da moral e dos bons costumes, o deputado Waldir não poupa críticas à forma permissiva com que o Estado brasileiro permite a divulgação de bebidas alcoólicas como ideal de alegria e satisfação para os indivíduos. Segundo ele, é preciso acabar com a relação de bebidas e suposta vida de felicidade que são mostradas em propagandas.
Sensualismo
Além de sugestivas situações supostamente alegres com o álcool, o deputado delegado Waldir vê uma relação muito perniciosa entre o erotismo exacerbado nas propagandas de bebidas alcoólicas. “A rigor as bebidas são mostradas sempre com mulheres seminuas ou usando apenas lingerie, quando não há roupas diminutas ligando essa erotização ao consumo de bebidas, como se mulheres nuas e bebidas fossem o sonho de consumo dos brasileiros. A família brasileira não concorda com essa degradação e precisamos colocar um freio nisso”. Na mesma linha de propostas polêmicas, o deputado pretende acabar com uso de modelos femininas para a propaganda de lingerie em vias públicas e outros tipos de mídia como jornais, revistas e televisão.
O deputado frisa que uma medida assim será bem recebida pela maioria dos brasileiros e que os deputados farão coro à sua proposta. “Defender a moral, os bons costumes e a família é um dos nossos maiores desafios, e o Parlamento não pode se furtar a isto”, frisa.
A campanha contra o tabagismo, empreendida pelo governo federal no final da década de 1990 e que produziu seus frutos no início dessa década, é utilizada pelo deputado Waldir como modelo do que pode ser atingido se a propaganda for regulada.
Para o delegado Waldir não basta cessar a propaganda, é preciso acabar também com o patrocínio dado a desportistas, atividades culturais e assemelhados, como forma de coibir o consumo de álcool. “Nossa sociedade quer uma vida com hábitos saudáveis e uma vida plena, e a redução no consumo de álcool permitirá isto”.
A terceira proposta polêmica do deputado é a que dispõe sobre a proibição de propaganda e divulgação que incentivem, facilitem ou incitem a prostituição em estabelecimentos como casas noturnas, motéis e em mídias com canais de televisão, jornais e similares. Para ele, o Estado não pode permitir que a mídia incentive a prostituição e o turismo sexual de forma desregrada como acontece atualmente e que isto deverá ter apoio de grande parcela da população.

DAIANA PETROF.

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