Delegado Waldir quer inibir o
consumo de álcool entre jovens com propagandas chamativas e cita exemplo de
sucesso na campanha contra o fumo. Projetos são garantia de polêmica no
Congresso.
O deputado federal delegado Waldir (PSDB-GO) propôs na Câmara
Federal três projetos de lei que prometem muita polêmica nos próximos meses. Os
projetos dispõem sobre a proibição de propagandas de motéis, casas noturnas,
bebidas alcoólicas e mulheres seminuas e de lingerie. “O álcool é considerado
uma droga leve, mas na verdade é uma porta de entrada para muitos outros vícios
e é preciso combatê-los na origem”.
Na prática o deputado quer
mesmo é acabar com as propagandas comerciais de bebidas alcoólicas de qualquer
natureza ou teor alcoólico. Mídias de modo geral em televisão, jornais,
revistas, impressos em geral, internet, caminhões de entrega ou mídia móvel e eletrônica
deverão ser proibidas de veicular propagandas de bebidas alcoólicas de modo
global.
“O álcool é um problema de
saúde pública que causa dependência e inúmeros problemas adicionais para
indivíduos e para a sociedade em geral. É preciso combater esse mal,
principalmente cessando a sugestão para que jovens ingressem na bebida cada vez
mais cedo”, explica o deputado. Os estudos se baseiam em mostrar que após a
proibição de propaganda de cigarros no Brasil as mortes em decorrência do
tabagismo diminuíram drasticamente, casos de câncer tiveram redução substancial
e o número de fumantes também caiu e é reduzido a cada ano, o que sugere
diminuição dos casos de problemas sociais e de saúde com a redução do consumo
de álcool a partir da redução da propaganda. “Cirroses, pancreatites,
dependência, incompatibilidade social entre outros males causado pelo
alcoolismo podem ser evitados se a sugestão para o consumo for cortada na
origem”, comenta.
Fiel a seu estilo polêmico e
defensor da moral e dos bons costumes, o deputado Waldir não poupa críticas à
forma permissiva com que o Estado brasileiro permite a divulgação de bebidas
alcoólicas como ideal de alegria e satisfação para os indivíduos. Segundo ele,
é preciso acabar com a relação de bebidas e suposta vida de felicidade que são
mostradas em propagandas.
Sensualismo
Além de sugestivas situações
supostamente alegres com o álcool, o deputado delegado Waldir vê uma relação
muito perniciosa entre o erotismo exacerbado nas propagandas de bebidas
alcoólicas. “A rigor as bebidas são mostradas sempre com mulheres seminuas ou
usando apenas lingerie, quando não há roupas diminutas ligando essa erotização
ao consumo de bebidas, como se mulheres nuas e bebidas fossem o sonho de
consumo dos brasileiros. A família brasileira não concorda com essa degradação
e precisamos colocar um freio nisso”. Na mesma linha de propostas polêmicas, o
deputado pretende acabar com uso de modelos femininas para a propaganda de
lingerie em vias públicas e outros tipos de mídia como jornais, revistas e
televisão.
O deputado frisa que uma medida
assim será bem recebida pela maioria dos brasileiros e que os deputados farão
coro à sua proposta. “Defender a moral, os bons costumes e a família é um dos
nossos maiores desafios, e o Parlamento não pode se furtar a isto”, frisa.
A campanha contra o tabagismo,
empreendida pelo governo federal no final da década de 1990 e que produziu seus
frutos no início dessa década, é utilizada pelo deputado Waldir como modelo do
que pode ser atingido se a propaganda for regulada.
Para o delegado Waldir não
basta cessar a propaganda, é preciso acabar também com o patrocínio dado a
desportistas, atividades culturais e assemelhados, como forma de coibir o
consumo de álcool. “Nossa sociedade quer uma vida com hábitos saudáveis e uma
vida plena, e a redução no consumo de álcool permitirá isto”.
A terceira proposta polêmica do
deputado é a que dispõe sobre a proibição de propaganda e divulgação que
incentivem, facilitem ou incitem a prostituição em estabelecimentos como casas
noturnas, motéis e em mídias com canais de televisão, jornais e similares. Para
ele, o Estado não pode permitir que a mídia incentive a prostituição e o
turismo sexual de forma desregrada como acontece atualmente e que isto deverá
ter apoio de grande parcela da população.
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