domingo, 6 de junho de 2010
Educação, aborto e economia
Dados de uma pesquisa da Universidade de Brasília, a UnB, e do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, o Anis, revelam números novos e surpreendentes sobre a prática de aborto no Brasil. Claro, a pesquisa abrangeu também o aborto clandestino (se é que incluiu o aborto legal, nas condições preconizadas em lei).
Vamos ver: foram ouvidas duas mil e duas mulheres, entre 18 e 39 anos, todas alfabetizadas e 81% têm filhos. As pessoas ouvidas moram em capitais brasileiras e ficou claro, dentre outras coisas, que o Nordeste é líder na prática; no Sul, registra-se índice menor. Revelação: o aborto é praticado por mulheres de idades mais elevadas, embora se acreditasse que o hábito era dominante entre as mais jovens. Outra surpresa é que não são as mulheres sozinhas as que mais abortam: 60% têm companheiros.
Dado impactante: entre cada 100 brasileiras, pelo menos 15 já fizeram aborto, na média. E o percentual passa para 20% na faixa entre 35 e 39 anos. Revelou ainda, a pesquisa, que 48% das mulheres consultadas usaram remédios para interromper a gravidez e, destas, 55% precisaram ser internadas em seguida.
Números de pesquisas são sempre interessantes. Não consigo entender a razão de se estabelecer um número “quebrado”, como 2.002. E isso não é “cabalístico” (aleatório), mas eleito dentre de critérios técnicos, disse-me um profissional de pesquisas. A revelação desses números desperta o imaginário quando acompanhada de informações sobre a escolaridade (quanto maior a escolaridade, menor a incidência da prática) e a faixa econômica (não localizei o percentual na mídia escrita, mas ouvi no rádio que a incidência diminui também quanto mais elevado seja o nível de instrução).
Uma profissional nitidamente simpatizante da liberação argumenta com trunfos de economista: melhor seria o Estado liberar e mesmo patrocinar o procedimento, em lugar de gastar recursos dos fundos de saúde, pois, no geral, todo aborto implica uma internação posterior. Outro argumento: “São cinco milhões de mulheres”, informou, como dado complementar, a profissional que detalhava a pesquisa, analisando-a. “Sendo o aborto um crime, segundo a Lei, o Brasil não dispõe de cadeia para tanta gente”. Em suma: se o Estado tem que gastar com quem pratica o aborto e também com presídios – desde a construção até a assistência total aos presos –, melhor mesmo é liberar, disse ela. Estranhamente, não a ouvi valer-se do referencial de que a escolaridade maior implica menor incidência de aborto.
Óbvio: mulher esclarecida sabe proteger-se. E proteger-se implica também evitar doenças transmitidas pelo sexo. Para mim, se a escolaridade significa menos abortos, vamos investir em educação e orientação sexual, tanto nas escolas como em família e na mídia (campanhas educativas e esclarecedoras).
Tem mais: os analistas não trouxeram aos veículos de imprensa uma apreciação que me pareceu muito importante: o fato de a maioria das que já interromperam intencionalmente a gravidez sejam mulheres casadas. Entendi que os motivos mais imediatos são as dificuldades materiais e financeiras, mas também não se pode ignorar que o emocional tenha uma influência direta: casais em desajustes (a mulher prefere estancar o tamanho da família) e ainda a tal de infidelidade (não concordo com essa definição, mas é a corriqueira): se o bebê não se parecer com o companheiro de convívio, um drama se anuncia no horizonte.
Diante disso, ocorre-me o que dizem inúmeras mulheres ante a ocorrência de gravidez em condições não previstas. Segundo elas, isso é muito raro, porque cabe à mulher prevenir. No geral, a mulher sabe de seus períodos e as que não os tem bem definidos aprendem a organizar-se, prevenir-se. Claro, a gente sabe, existem moças liberadas por aí que fazem do aborto uma prática de sobrevivência. Por outro lado, o parceiro precisa, ele próprio, conversar com a parceira sobre os riscos imediatos. Nos casos de relações sem compromissos maiores, é importante ater-se às doenças sexualmente transmissíveis e é importantíssimo, também, que se fale sobre uma possível gravidez.
Ou o sujeito é menos sensível, como pai, que um cão de rua.
Luiz de Aquino.
O QUE VOCÊ PENSA SOBRE O TEXTO? OPINE AQUI OU NO DIHITT.
Postado por
William Junior
às
18:06
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Postagem mais recente
Postagem mais antiga
Página inicial
Linkbão
Oi Torpedo
Oi Torpedo Web
Click Jogos Online
Claro Torpedo
Claro Torpedo Gratis
Rastreamento Correios
Mundo Oi
oitorpedo.com.br
mundo oi torpedos
mundo oi.com.br
oi.com.br
torpedo-online
Resultado Dupla Sena
Resultado Loteria Federal
Resultado Loteca
Resultado Lotofacil
Resultado Lotogol
Resultado Lotomania
Resultado Mega-sena
Resultado Quina
Resultado Timemania
baixa-facil
Resultado Loterias
E-Scripter
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O aborto é o pior crime.
ResponderExcluirNão podemos nos calar diante de alguma defesa dessa crueldade com o ser indefeso qu não pediu para nascer
William ,
ResponderExcluirEu a princípio tm fiquei surpreso pelo fato de mais mulheres numa faixa maior de idade terem feito mais aborto , mais depois , entendi que o fato se explica porque elas devem ter feito o aborto quando eram jovens . Ou seja a muito tempo , numa época em que o aborto não era tão discutido como agora .
Espero que esta seja a justificativa . O que faz a gente ter esperança de uma maior conscientização por parte das mulheres e dos homens . Que são co-autores deste CRIME .
abs
Francisco
Importante pesquisa,sou contra o aborto,existem meios para evitar,por isso considero um atentado contra a vida de indefesos.
ResponderExcluir