segunda-feira, 28 de junho de 2010
De jornalista a jornaleiro, todo mundo mete o dedo
Dia 17 passado marcou exatamente um ano que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a obrigatoriedade do diploma de jornalista. Manifestações foram feitas; profissionais do meio se mobilizaram; pessoas que não atuam na área demonstraram interesse pela causa e por aí vai. Então, me lembro de uma crítica feita por uma leitora sobre a coluna que escrevi (ou melhor: que deixei em branco) em comemoração ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e vi que os dois assuntos estão mais do que inter-relacionados. O jornalista, sem a liberdade, não existe. E o mesmo vale para o contrário.
Sei bem que a queda do diploma para jornalista é algo que não vai influenciar negativamente em quase nada da prática em si. Basta olhar para a imprensa local e analisar com os próprios olhos. Agora, o problema real e imediato é perceber que o STF derrubou não só o diploma dos jornalistas, mas também deu cabo no certificado de formação superior de todas as faculdades de medicina.
Calma. Eles ainda não fizeram isso, mas bem que podiam. Onde já se viu que para ser médico é preciso ter diploma? Loucura total. Basta a pessoa ter graduação no ensino médio e se tocar a abrir pacientes, medicar doentes e diagnosticar quem quiser. É bem fácil. Se o Hugh Laurie consegue interpretar um médico que faz diagnósticos mais do que perfeitos na série de televisão House, qualquer um pode.
De fato, penso que a grande maioria das profissões não precisa de formação superior, mas existem áreas de atuação que estão carentes de profissionais gabaritados. Político, por exemplo. Diploma não precisa. Aliás, não precisa nem ter ficha limpa na polícia para se candidatar a qualquer cargo eleitoral. E o que dizer das acompanhantes? Será que precisa de diploma para prestar tal serviço? Imagina ter que aguentar homens nojentos, cheios do dinheiro e de cheiros peculiares ao recheio e ainda por cima ter que aturar o indivíduo babando no pescoço... Ninguém merece. Só político. (se bem que tem colegas de profissão que são experts na arte de aguentar o bafo quente no cangote).
Vamos barbarizar mesmo. Chega dessa frescura de faculdade. Chega de teoria e ética. Chega de ler romances do Gabriel e poemas do Quintana. É muita prosa e pouca ação. Concordo com a ala favorável a decisão do STF. Não precisa de diploma para ser jornalista. Nem aqui nem no Brasil. Até porque jornalistas de verdade foram extintos no período pré-cambriano do cretáceo. O que existe hoje, aqui e no Brasil, é pior que rede repetidora de televisão. O que temos são apenas papagaios. E daqueles de pirata. Realmente. Cada povo tem os jornalistas que merece.
Daniel Bittencuort.
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Postado por
William Junior
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13:16
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Não sei porque chiaram tanto se o jornalista for bom não vai ser um pedaço de papel que vai provar isso.
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