segunda-feira, 21 de junho de 2010

Insinuações à mulher moderna sobre o homem convencional



Ainda não desvendei os segredos que levam uma mulher ao altar. Preceitos ou preconceitos morais não mais determinam o futuro de uma bela mulher no esplendor da florescência abdicar ao promissor amanhã em troca das angústias noturnas e incertezas que é a vida a dois. Casar-se por carência afetiva também não é imperativo uma vez que a dinâmica do mundo moderno estimula variáveis encontros com incontáveis mundos comuns e/ou universos adversos que se complementam como numa galáxia formada de planetas, sons e cores distintas irradiando perfume e movimento. A consciência qual somos o único animal, a saber, por antecipação da inexorabilidade da morte não nos garante a confiança na consumação de nossas necessidades. Paradoxalmente essa verdade nos causa ansiedade por atitudes e desejos que nem sempre podemos realizá-las e na busca da plenitude o ser homem encontra no domínio sobre o ser mulher a distinção de sua individualidade ao mesmo tempo em que percebe ser ela para si aquilo também desejado pelo outro, por isso entendo que o casamento é relevante para o homem que carrega na sua carga genética a ausência de si mesmo procurando no infinito um porto seguro no cais das experimentações temporais de uma vida errante num mar de desilusões.
Está devidamente comprovado que o cerne do relacionamento saudável é o sexo forte (doravante leia-se a mulher). O homem apropriando dos dogmas culturais estabelece procedimentos formais quanto à utópica ilusão de ser proprietário do corpo, senhor da alma e soberano da vida de uma mulher. Com tais propósitos este financia as pompas e circunstancias desse fenômeno incompreensível que é o casamento. Uma mulher sensata nunca deve se esquecer que o “homus civitas modernus” transporta das cavernas há muitos milênios pesada carga antropológica abrigando em seu sistema neurológico a memória celular dos grilhões primitivos. Tal determinismo cultural impede o animal homem (masculino) de revolucionar seu gênero, no máximo e com excessivo esforço conseguimos evoluir gradual e lentamente. No esforço por construir modelos de vanguarda dos nossos tempos à mídia tipicamente masculina cria mecanismos comportamentais induzindo-nos a promiscuidade relacional causando ruínas e desarranjos familiares. Estamos condenados a repetir situações que remetem à fraqueza da existencial condição humana, mas no íntimo sabemos que está na mulher e sempre será da mulher o controle do nosso porvir e nosso devir. A mulher moderna deve apropriar-se de algumas estratégias conceituais colocando o “pseudo-tutor” sob seu pleno comando, sem jamais explicitar as cotidianas manobras planejadas para administrar aquele que ela escolheu para ser seu consorte.
Recorrendo ao seu superior aparato de inteligência, elegância e astúcia a mulher moderna abre espaços aonde reina a força bruta, o imponderável sem precisar em nenhuma circunstância perder tempo nem desgastar sua beleza. Desesperadamente, neste século XXI, o homem não-convencional corre atrás da mulher proativa que rompeu os cueiros da submissão,como estratagema individual de superar nossas fronteiras guturais.
A mulher moderna precisa fingir mais e exigir menos. O inverso dessa fórmula gera sofrimento contínuo ou solidão perene. Em nosso fragmentado mundo pós-moderno no afã de garantir à territorialidade do espaço da vida do varão a mulher não-moderna assume uma postura para sua auto-afirmação eminentemente agressiva inclinando a dominar aquele que da imagem desejada torna-se artefato da posse. A mulher moderna compreende e consente que determinadas regras façam parte do viril imaginário do bicho homem, sendo este um código constituído exclusivamente de símbolos que torna-o Para-Si um sujeito importante na relação conjugal, quando isso se faz muitos contratempos desnecessários são definitivamente evitados, afinal a nostalgia da recordação afetiva primitiva e da dor ainda próxima é palmo a palmo substituída pela ambição de tentar nas condições dos nossos tempos a busca da felicidade. A mulher moderna ajuizada escolhe na multidão um companheiro baseado na equação 2S + 2M =Estabilidade. Sendo o S de sexo com qualidade enquanto alimento da relação; o S de social é a garantia das boas e valiosas relações de network bem como a presença dos bons amigos e afáveis familiares. O M de moral é tributo aos valores éticos e intelectivos enquanto o M de monetário a certeza da independência quanto às elevadas despesas da vida a dois. Nada melhor que o uso da razão para domina o coração do bem amado. Homem é fácil de ser seduzido, antes, porém a mulher precisa responder para si o grande dilema da relação; esse homem vale a pena? Se a balança pender favorável faça-o acreditar que a autoridade está em suas mãos, mas fique muito atenta afinal se ele perceber sua tática você estará perdida. Enganam-se aquelas que acreditam que a virilidade do homem está centralizada na sua genitália. Esse detalhe é somente um acessório da diversão conjugal. A convicção do poder masculino está nele acreditar que é capaz de prover a casa e promover o casal. Sendo sua remuneração superior à dele abra conta conjunta e automaticamente deposite seus vencimentos, contudo certifique-se se o caráter dele permite a você depositar nele a sua confiança. Pior que a frustração pelo paquiderme bípede doméstico é o rombo inexplicável do saldo bancário. Para tanto observe como ele trata das próprias finanças ou da vida econômica da mãe. Ser previdente é, antes de tudo, ter os pés no chão, por isso teste “sua cara metade” no circuito Wall Mart-Carrefour-Tend Tudo-Flamboyant.
Se este apresentar sintomas de elevado desejo material sem possuir uma carteira assinada há mais de cinco anos consecutivos na mesma empresa ou não sendo um bem sucedido profissional liberal desconfie das suas reais condições e intenções. Homem ordinário tem ambição por intangíveis artefatos cobiçados pela massa. O homem extraordinário primeiro reduz despesas providenciando uma razoável economia maximizando “time is money” agregando capital ao seu patrimônio conseguindo transformar suas metas em posse num curto período de poupança. Por fim continuarei investigando os caminhos do coração de uma mulher que escandalosamente deseja casar.

Prof. Nilton César Guimarães Rezende.

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