quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cuidado com o poder que você tem sobre seus filhos



Por mais que a gente tente, nunca nos bastaremos em matéria de fazer melhor pelos nossos filhos, essa é uma plenitude inalcançável. Nós, supostos pais responsáveis, estamos sempre sonhando com a melhor forma de lidar com nossos pimpolhos com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida e distanciá-los do sofrimento. Há momentos em que não sabemos ao certo se o que fizemos é o melhor ou se o que não fizemos é o mais adequado. A dúvida nos acompanha, e o receio de que não estamos perfeitos nisso parece interminável. O desafio de fazê-los compreender e seguir o que lhes é benéfico e essencial faz parte dessa intrincada tarefa. A dificuldade que encontramos não é – tanto – porque somos incapazes ou irresponsáveis, e sim mais por nossa situação de passante em um mundo marcado pelas transformações dinâmicas e a perplexidade que isso causa em nós.
O convite é para que possamos nos preparar melhor e, assim, cometer menos equívocos e mais certos. Acredito que os estudos de especialistas e insti-tuições alicerçadas nos ofereçam uma diretriz mais sólida para podermos exercitar nossa capacidade de reflexão de forma mais coerente e organizada. Eu, particularmente, faço uso desse tipo de recurso para poder pensar mais equilibradamente e tenho colhido bons resultados, tanto como pai e como psicoterapeuta.
Uma das coisas mais relevantes que apreendi no decorrer da minha formação e que se solidificou na prática psicoterapêutica foi que na história de vida de cada ser humano a sua criança interior é a cabeça influenciadora dos seus sentimentos. É essa forma de funcionamento psíquico que nos alerta sobre os cuidados que temos de ter com as nossas crianças, pois a sua constituição – construção – emocional, realizada na infância, vai predeterminar o seu futuro psicológico.
Nós, pais, temos grande influência na vida dos nossos filhos e não damos conta de perceber essa quantificação. Só o fato de existirmos ou termos existido já é o suficiente para interferir na vida psíquica deles. Percebo que nesse assunto não temos muita disposição para reconhecer o real alcance das nossas atitudes, estamos sempre subestimando esse nosso inerente poder. Isso se deve talvez ao nosso desejo de fugir dessa intensa responsabilidade e fazer prevalecer a vontade infantil de pensar que eles já vieram prontos para a vida emocional. É comum estarmos atentos aos cuidados físicos e nos esquecermos dos emocionais. O fato é que temos um poder inimaginável sobre nossos filhos e, por isso mesmo, devemos aumentar consideravelmente o nosso senso de comprometimento, pois não podemos esquecer de que quanto maior é esse poder maior tem que ser a nossa sensatez.
Depois de abordar esse tipo de poder e suas consequências decidi trazer no próximo artigo algumas pesquisas sobre a relação entre pais e filhos, os possíveis erros e acertos, na expectativa de que ampliem nossos recursos e tragam mais sabedoria na hora de lidar com os nossos filhos.

Renner Cândido Reis

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3 comentários:

  1. Muito interessante esse tema, tenho uma filha de 2 anos e fico sempre me perguntando qual a melhor comida, qual o melhor horario pra dormir entre outras coisas mas realmente a parte emocional escapa desse pensamento, vou ficar mais atenta a isso.
    Ótima matéria, parabéns.
    Bjokinhax,
    Lu!!!

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  2. Exatamente isso, mas ainda defendo que dar umas palmadinhas pra educar ainda é bom, mas so em casos graves.

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  3. Eita homem, sendo mãe de 4 filhos, vivo nesse dilema! Tentar manter o bom senso e ajudá-los a ter uma vida emocional saudável. Mas, nem sempre consigo. E digo mais, sei qdo erro, e me vejo cometer os mesmos erros que minha cometeu comigo, pois reconheço no olhar deles, meus próprios sentimentos. Apesar disso, de reconhecer e policiar, as mancadas acontecem! É difícil dar o que não recebemos. Porém, penso que por mais e melhor que façamos, sempre seremos culpados!

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