terça-feira, 29 de junho de 2010

O mundo que você é, sem ter medo do mundo em que vive



Não haverá em tempo algum uma maneira de destituí-lo de sua personalidade, assumindo a de quem quer que seja. Isso não é novidade, e todos bem sabemos; entretanto, diante de diversas propostas de padronização de comportamentos, de tantas definições rígidas de manuais que estabelecem diagnósticos e de promessas que saem quentinhas em forma de comprimidos, nos é licito criticar, duvidar, bem como determinar que assumamos o controle de nossas vidas, não acreditando tanto assim ou de forma alguma que qualquer outra pessoa, seja lá quem for, conhecerá o que é o melhor para sua vida.
Ninguém tem essa capacidade, nem tampouco o direito, por maiores que sejam seus títulos; aliás, todo “nanico” revela-se e sente-se alguma coisa apenas por essas condições as quais conquista, porém, perde-se em meio às farsas que estabelece, nunca tendo deixado de ser minúsculo em sua história existencial.
Uma das regras desse novo manual que garante governabilidade e sustentabilidade à nova ordem mundial, principalmente das finanças das indústrias psicofarmacoquímicas, é a submissão confortável a qual muitas pessoas, anulam-se diante desse mundo, hoje provido de tantos recursos, entretanto, de tão pouco conhecimento em relação os processos que a mente estabelece nos recônditos de seu amplo domínio sobre todo o corpo e sobre a existência, fazendo um número cada vez maior de reféns aprisionados em seus cárceres privados, local esse onde há uma dor cuja intensidade pode-se dizer que é a maior que existe.
Posso falar do que já vivi, deliberadamente, sem nenhum receio. Afinal, minhas agruras possibilitaram-me mergulhar no oceano de minha psique, levando-me a estruturar recursos que fizessem conhecer o funcionamento de todos os processos de minha mente e estabelecendo formas de lidar com minhas dores que, por muitas vezes, sob a condição do medo, faziam anular-me perante a infinita possibilidade que tinha de ser o melhor para mim mesmo.
Foi imprescindível compreender que esperamos demais para assumirmos nosso compromisso com nós mesmos e que, “muitas vezes, demoramos muito nos bastidores, quando a vida tem um papel para desempenharmos no palco.”
Recorre-me sempre as conversas que, por horas a fio, tinha com Augusto Cury. Quando o conheci, me assustei com aquele homem que descrevia o funcionamento da mente dentro de uma perspectiva muito nova. Entretanto, com o decorrer de vários meses de intensa convivência no interior de São Paulo, estando juntos por mais de três vezes por semana, passei a contemplar o caos existencial como uma grande oportunidade em refazer-me frente às minhas dificuldades, tornando-me, então, um caminhante pelos territórios de minhas fragilidades e um náufrago incansável que, em meio aos oceanos revoltos da psique, acreditava ser possível alcançar a praia lançando sobre a areia o corpo cansado, entretanto, que regozijava e chamava por vida, pronto para fazer de cada desafio uma nova busca e uma nova maneira de tornar-me mais eu e menos quem quer que seja. Isso foi há 13 anos, Augusto Cury tinha uma obra publicada: Análise da inteligência multifocal, teoria que coloca o homem acima da cientificidade acadêmica, estimulando a produção de ideias e a formação de pessoas que se posicionem como autoras de suas histórias, reconhecendo a importância quanto a explorar suas mentes, gerando, assim, a capacidade de se tornarem agentes modificadores de suas histórias. Por isso, defina o mundo que você é sem ter medo do mundo em que vive.
Deixo aberto o convite aos que desejam conhecer o programa de prevenção à depressão, sendo esse um trabalho sem fins lucrativos, sem apoio governamental, de políticos ou qualquer vínculo religioso, cuja finalidade consiste em promover a prevenção à depressão por meio da construção do autoconhecimento sobre sua vida e das potencialidades que o cercam.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior.

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