De acordo com o Ministério da Saúde, 30 mil pessoas serão beneficiadas
no período de um ano.
A partir do
início de novembro, dois novos medicamentos para hepatite C – sofosbuvir e
daclatasvir – começam a ser distribuídos na rede pública de saúde. De acordo
com o Ministério da Saúde, a nova terapia aumenta as chances de cura e diminui
o tempo de tratamento da doença.
Ainda segundo a pasta, os dois
medicamentos atendem cerca de 80% dos pacientes que farão uso da nova terapia,
composta também pelo simeprevir, com distribuição prevista para dezembro.
Os remédios vão beneficiar pacientes
que não podiam receber os tratamentos oferecidos anteriormente – entre eles,
pessoas com HIV, cirrose descompensada, em situação de pré e pós transplante e
pacientes com má resposta à terapia com interferon. Ao todo, 30 mil pessoas
serão beneficiadas no período de um ano.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro,
avaliou a disponibilização dos medicamentos como um momento singular na
história da saúde pública brasileira e equiparável ao início da distribuição de
medicamentos antirretrovirais no país. Ele lembrou que a hepatite C acomete
atualmente cerca de 1,4 milhão de brasileiros.
"Temos agora drogas
revolucionárias e inovadoras, que colocam o Brasil numa posição de vanguarda no
tratamento", disse. "Podemos dizer, com segurança, que nenhum
brasileiro que preencha o protocolo preconizado pela Organização Mundial da
Saúde deixará de receber seu tratamento", completou.
O secretário de Vigilância em Saúde,
Antônio Carlos Nardi, disse que o novo protocolo de tratamento para hepatite C
foi anunciado em julho deste ano. Segundo ele, as doses já chegaram ao
almoxarifado do ministério e começam a ser distribuídas ainda hoje.
"Posteriormente, serão
encaminhadas a todos os 25 estados da federação" disse, ao descartar que a
chegada aos municípios vai depender da redistribuição por parte das secretarias
estaduais de saúde.
O investimento total para a oferecer
os três medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o
ministério, é de quase R$ 1 bilhão. O custo por tratamento é de cerca de US$ 9
mil.
O tratamento para hepatite C oferecido
na rede pública desde 2012 é composto por dois esquemas terapêuticos – as
terapias dupla e tripla com o interferon peguilado – e têm duração de 48
semanas.
Dados da pasta mostram que, nos
últimos 13 anos, foram confirmados 120 mil casos de hepatite C no Brasil e
realizados mais de 100 mil tratamentos. Atualmente, 10 mil casos são
notificados todos os anos no país.
A estimativa é que a doença seja
responsável por 350 a 700 mil mortes ao ano em todo o mundo, sendo 3 mil delas
no Brasil.
Ainda de acordo com o ministério, a
hepatite C é uma doença de poucos sintomas. As causas mais comuns de infecção
na década de 80 eram as transfusões de sangue e as infecções hospitalar, mas a
contaminação também pode acontecer por meio do compartilhamento de objetos de
uso pessoal e para uso de drogas.
Agência Brasil.
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