Passados
os projetos de aumento de receita, que foram votados na Assembleia Legislativa,
na última terça-feira, é o momento de o governo do Estado apresentar à
sociedade as medidas que adotará para a redução das despesas. Se é verdade que
diversas ações foram tomadas nessa linha, é verdade também que nenhuma delas
tem um impacto profundo na estrutura do Estado gaúcho.
Reformas
estruturais – privatizações, concessões, até liquidações, se necessário –
precisarão ser adotadas com convicção, ou não se fará o aparato público caber
na receita.
Um
Estado gigantesco, tributador e ineficiente é também injusto e imoral! De que
serve uma gráfica estatal se o cidadão não tem segurança? Ou uma estatal de
silos e armazéns quando há filas nos hospitais? Ou mesmo um banco estatal
quando a educação pública é tão precária?
Como manter essas estruturas defasadas
enquanto o Estado não entrega aos cidadãos os serviços básicos pelos quais ele
paga? É hora de exercer o desapego – deixar o supérfluo para trás, para manter
o essencial funcionando.
Não
se trata de Estado mínimo, como ataca a esquerda, mas sim de um Estado moral,
que entrega o que vende ao cidadão. Sem a prestação dos serviços, o imposto não
é mais do que um confisco, uma apropriação pelos políticos do dinheiro do
cidadão. Não basta fazer como faz a esquerda: ser contra o aumento de impostos
e também contra o corte de despesas – numa matemática insana que trouxe o Rio
Grande do Sul ao caos no governo passado, e faz o mesmo em Brasília.
Essa
é uma conduta irresponsável e oportunista. Estou entre aqueles que são contra o
aumento de impostos, mas não cruzam os braços esperando a vaca ir para o brejo,
torcendo para o “quanto pior, melhor”.
Sou
contra aumento de impostos porque acredito que o ajuste fiscal deve ocorrer na
coluna das despesas. Se enfrentar as despesas, exercer o desapego e voltar
todos os esforços do Estado para os serviços de segurança, saúde e educação, o
governador Sartori entrará para a história como o gestor que não passou adiante
o problema, mas o enfrentou nas suas raízes.
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