Quando falamos sobre cidades
inteligentes e um modelo de modernização do ecossistema social, grande parte
das iniciativas ainda passam pelo Poder Público, que é o legítimo provedor
desse tipo de orquestração. Porém, alguns fenômenos tecnológicos e econômicos
atuais, conhecidos como camadas "over-the-top", têm transformado
vários outros segmentos (financeiro, Telecom, mobilidade urbana, entre outros)
e chamado muito a atenção de todos os tradicionais setores econômicos devido a
seu caráter disruptivo e sua fácil disseminação apoiada pelo acesso à internet
e pela mobilidade.
As empresas, por iniciativa
própria, estão buscando formas de criarem maneiras mais inteligentes, não só de
se comunicarem, mas de executarem questões de ordem prática sem precisarem
depender do Poder Público.
Observamos que na ausência do Poder Público os
entes privados e a sociedade tornam legítimas outras aplicações que podem ser
úteis enquanto serviço público, com fins comerciais. Ou seja, buscam lacunas de
governança e inovação no mercado para entregar soluções de qualidade ao
cidadão.
Cloud computing, big data,
mobilidade, tecnologia social, todas essas tendências mundiais confluem em
algumas questões centrais, para introduzir governança e arranjos mais
inteligentes a práticas ineficientes no nosso dia a dia. A partir delas
surgirão as grandes revoluções às que se propõe a chamada "democracia
digital". O aumento da governança e de transparência é apenas um exemplo
pelo qual o cidadão vai poder acompanhar em tempo real o que acontece e atuar
com acesso à informação em qualquer lugar do mundo.
A segunda etapa será prover
otimização dos sistemas relacionados a gestões públicas em qualquer esfera
(municipal, estadual ou federal) ou tamanho. Uma pequena cidade deve, desde já,
projetar o seu desenvolvimento de uma forma mais inteligente e sustentável.
A economia compartilhada trouxe
uma mudança de modelos de negócio e acrescentou um elemento de governança, que
permitiu fazer diferente e melhor. O Poder Público tem milhares de
oportunidades de fazer isso, basta estabelecer um diálogo efetivo entre a
iniciativa pública e a privada para que isso aconteça mais rapidamente.
E se esse diálogo não acontecer, acredito que
a própria iniciativa social vá endereçar tais temas de forma independente, pois
estas são necessidades globais.
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